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Nutrição adequada para combater às doenças negligenciadas

Em conferência, diretora do IOC abordou sobre metas atingidas e desafios enfrentados pelo Brasil na luta contra a pobreza
Por Jornalismo IOC27/09/2012 - Atualizado em 10/12/2019

Em conferência, diretora do IOC abordou sobre metas atingidas e desafios enfrentados pelo Brasil na luta contra a pobreza

Uma nutrição adequada e rica, principalmente, em selênio, reduz a gravidade das lesões cardíacas causadas por cardiopatias infecciosas e não infecciosas – incluindo aquelas provocadas pela doença de Chagas. Reverte, ainda, o aumento do cólon decorrente da infecção, restabelecendo a evacuação à normalidade. Por outro lado, a carência destes nutrientes faz com que quadros antes assintomáticos venham à tona e os pré-existentes se agravem. Usar a alimentação para aplacar os danos infligidos por uma doença pode parecer simples, afinal, o selênio é encontrado em alimentos como alho, cebola, castanhas e aveia. No entanto, manter uma dieta adequada pode se revelar um desafio para populações pobres, as mais vulneráveis a agravos tropicais. Nesta quarta-feira, 26 de setembro, a diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge, apresentou no Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária seu estudo sobre nutrição em pacientes com Chagas, além de dados sobre a pobreza no Brasil.

Divulgação ICTMM

De acordo com estudos desenvolvidos por Tania no IOC, o selênio evita agravamento de lesões cardíacas em Chagas


De acordo com Tania, as últimas décadas foram de conquistas para o país. Por exemplo, a desnutrição em menores de cinco anos caiu de 5,6% em 1990 para 2,2% em 2006. “Mas, segundo a última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), ainda temos altos índices de anemia de vitamina A dentre crianças de 0 a 5 anos, substância que desempenha, assim como o selênio, o zinco e a vitamina E, papel importante no fortalecimento da imunidade”, explicou Tania. Ela ressaltou também que a própria produção de conhecimento relativo à nutrição em doenças negligenciada é negligenciada. “São abordagens recentes, embora a gente saiba que a saúde depende 55% de condições sociais, e o acesso à água, educação e alimentação adequado estão incluídos neste montante”, disse.

Outros avanços conquistados na última década foram destacados por Tania, como a quase erradicação da poliomelite, difteria e o sarampo, doenças prevenidas por meio de vacinas. “Por outro lado, registramos uma falha no controle da dengue e 37 mil novos casos de hanseníase ao ano. Um cenário incompatível com o da sétima economia do mundo”, avaliou. A pobreza, de acordo com a diretora, é fator determinante para a manutenção de doenças negligenciadas e vem sendo combatida com eficiência pelo governo através de programas como o “Brasil Sem Miséria”, que já amenizou a desigualdade social. “Cerca de 28 milhões de pessoas já foram retiradas da linha de pobreza, mas outros 16 permanecem. São 16 milhões expostos a riscos ambientais e a doenças infecciosas, alimentação com pobre valor nutricional e acesso limitado a medicamentos. Este é o nosso desafio”, assinalou.

Isadora Marinho

24/09/2012


 

Em conferência, diretora do IOC abordou sobre metas atingidas e desafios enfrentados pelo Brasil na luta contra a pobreza
Por: 
jornalismo

Em conferência, diretora do IOC abordou sobre metas atingidas e desafios enfrentados pelo Brasil na luta contra a pobreza

Uma nutrição adequada e rica, principalmente, em selênio, reduz a gravidade das lesões cardíacas causadas por cardiopatias infecciosas e não infecciosas – incluindo aquelas provocadas pela doença de Chagas. Reverte, ainda, o aumento do cólon decorrente da infecção, restabelecendo a evacuação à normalidade. Por outro lado, a carência destes nutrientes faz com que quadros antes assintomáticos venham à tona e os pré-existentes se agravem. Usar a alimentação para aplacar os danos infligidos por uma doença pode parecer simples, afinal, o selênio é encontrado em alimentos como alho, cebola, castanhas e aveia. No entanto, manter uma dieta adequada pode se revelar um desafio para populações pobres, as mais vulneráveis a agravos tropicais. Nesta quarta-feira, 26 de setembro, a diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge, apresentou no Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária seu estudo sobre nutrição em pacientes com Chagas, além de dados sobre a pobreza no Brasil.

Divulgação ICTMM

De acordo com estudos desenvolvidos por Tania no IOC, o selênio evita agravamento de lesões cardíacas em Chagas



De acordo com Tania, as últimas décadas foram de conquistas para o país. Por exemplo, a desnutrição em menores de cinco anos caiu de 5,6% em 1990 para 2,2% em 2006. “Mas, segundo a última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), ainda temos altos índices de anemia de vitamina A dentre crianças de 0 a 5 anos, substância que desempenha, assim como o selênio, o zinco e a vitamina E, papel importante no fortalecimento da imunidade”, explicou Tania. Ela ressaltou também que a própria produção de conhecimento relativo à nutrição em doenças negligenciada é negligenciada. “São abordagens recentes, embora a gente saiba que a saúde depende 55% de condições sociais, e o acesso à água, educação e alimentação adequado estão incluídos neste montante”, disse.

Outros avanços conquistados na última década foram destacados por Tania, como a quase erradicação da poliomelite, difteria e o sarampo, doenças prevenidas por meio de vacinas. “Por outro lado, registramos uma falha no controle da dengue e 37 mil novos casos de hanseníase ao ano. Um cenário incompatível com o da sétima economia do mundo”, avaliou. A pobreza, de acordo com a diretora, é fator determinante para a manutenção de doenças negligenciadas e vem sendo combatida com eficiência pelo governo através de programas como o “Brasil Sem Miséria”, que já amenizou a desigualdade social. “Cerca de 28 milhões de pessoas já foram retiradas da linha de pobreza, mas outros 16 permanecem. São 16 milhões expostos a riscos ambientais e a doenças infecciosas, alimentação com pobre valor nutricional e acesso limitado a medicamentos. Este é o nosso desafio”, assinalou.

Isadora Marinho

24/09/2012



 

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)