A mesa-redonda que encerrou a programação da manhã desta quinta-feira, 04/11, no I Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas abordou os avanços no desenvolvimento de vacinas.
Especialistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz) e do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/ Fiocruz) apresentaram estudos relacionados à vacinologia reversa e à vacina brasileira contra tuberculose.
Vacina de trás pra frente
Com o título 'A busca de novos alvos para vacinas: o exemplo da vacinologia reversa', a palestra do pesquisador do INCQS/Fiocruz, Ivano De Filippis apresentou as diferenças entre as formas de imunologia convencional e a vacinologia reversa, método desenvolvido na Itália em 2000. Os métodos convencionais de desenvolvimento de vacinas dependem de estudos realizados com microorganismos e proteínas, além de teste pré-clínicos em laboratórios.
"Tudo isso demanda tempo. Já o método da vacinologia reversa começa na descrição do genoma do microorganismo, a partir de métodos computacionais, em que são pesquisadas regiões do genoma que podem interagir com o sistema imune", explicou.
O pesquisador citou a aplicação da vacinologia reversa no caso da imunização contra Neisseria miningitidis do sorogrupo B (NmB), que é responsável por 50% dos casos de meningite no mundo.
Em 18 meses de estudos, o grupo de pesquisa conseguiu identificar mais candidatos vacinais para Neisseria meningitidis do sogrogrupo B do que em 40 anos de estudos convencionais.
"Um total de 91 antígenos foi identificado e 29 bactericidas apresentaram proteção imunológica satisfatória", ressaltou.
"A busca de cultura de genomas permite a identificação de diferenças genéticas entre genomas de mesma espécie e pode aprimorar as vacinas já existentes", concluiu.
BCG
Em seguida, a chefe do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática do IOC, Leila Mendonça, falou sobre o tema 'Genômica funcional de M. bovis BCG Moreau', a vacina brasileira contra a tuberculose. A especialista destacou a importância do sequenciamento genético completo do DNA da vacina BCG, utilizada para prevenção da tuberculose no Brasil.
No Brasil, 99% da cobertura de vacinação de tuberculose é realizada com a BCG Moreau, por isso a importância do sequenciamento.
"As proteínas mais expostas em BCG Moreau, em comparação com a BCG Pasteur, são as mais utilizadas para produção de vacinas", ressaltou.
"Várias regiões do genoma já estão mapeadas e 57 proteínas com algum tipo de modificação em relação à BCG Pasteur foram identificadas", conclui a pesquisadora, enfatizando a os avanços da pesquisa na área.
A mesa-redonda que encerrou a programação da manhã desta quinta-feira, 04/11, no I Simpósio em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Doenças Bacterianas e Fúngicas abordou os avanços no desenvolvimento de vacinas.
Especialistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz) e do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/ Fiocruz) apresentaram estudos relacionados à vacinologia reversa e à vacina brasileira contra tuberculose.
Vacina de trás pra frente
Com o título 'A busca de novos alvos para vacinas: o exemplo da vacinologia reversa', a palestra do pesquisador do INCQS/Fiocruz, Ivano De Filippis apresentou as diferenças entre as formas de imunologia convencional e a vacinologia reversa, método desenvolvido na Itália em 2000. Os métodos convencionais de desenvolvimento de vacinas dependem de estudos realizados com microorganismos e proteínas, além de teste pré-clínicos em laboratórios.
"Tudo isso demanda tempo. Já o método da vacinologia reversa começa na descrição do genoma do microorganismo, a partir de métodos computacionais, em que são pesquisadas regiões do genoma que podem interagir com o sistema imune", explicou.
O pesquisador citou a aplicação da vacinologia reversa no caso da imunização contra Neisseria miningitidis do sorogrupo B (NmB), que é responsável por 50% dos casos de meningite no mundo.
Em 18 meses de estudos, o grupo de pesquisa conseguiu identificar mais candidatos vacinais para Neisseria meningitidis do sogrogrupo B do que em 40 anos de estudos convencionais.
"Um total de 91 antígenos foi identificado e 29 bactericidas apresentaram proteção imunológica satisfatória", ressaltou.
"A busca de cultura de genomas permite a identificação de diferenças genéticas entre genomas de mesma espécie e pode aprimorar as vacinas já existentes", concluiu.
BCG
Em seguida, a chefe do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática do IOC, Leila Mendonça, falou sobre o tema 'Genômica funcional de M. bovis BCG Moreau', a vacina brasileira contra a tuberculose. A especialista destacou a importância do sequenciamento genético completo do DNA da vacina BCG, utilizada para prevenção da tuberculose no Brasil.
No Brasil, 99% da cobertura de vacinação de tuberculose é realizada com a BCG Moreau, por isso a importância do sequenciamento.
"As proteínas mais expostas em BCG Moreau, em comparação com a BCG Pasteur, são as mais utilizadas para produção de vacinas", ressaltou.
"Várias regiões do genoma já estão mapeadas e 57 proteínas com algum tipo de modificação em relação à BCG Pasteur foram identificadas", conclui a pesquisadora, enfatizando a os avanços da pesquisa na área.
Texto de Cristiane Albuquerque
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)