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12º Ciclo Carlos Chagas de Palestras discute ferramentas para enfrentamento da doença de Chagas

No contexto dos 115 anos da descoberta da doença, a iniciativa focou no acesso à informação e na inclusão da infecção no programa de eliminação de doenças do Ministério da Saúde
Por Max Gomes17/04/2024 - Atualizado em 26/04/2024
Um dos grandes destaques da edição foi a apresentação de pôsteres com grande engajamento dos alunos. Foto: Ricardo Schmidt

Uma edição mais que especial. 2024 marcou a realização do 12º ano do Ciclo Carlos Chagas de Palestra (CCCP) e os 115 anos da descoberta da doença de Chagas.

O tema escolhido para nortear as atividades foi “100+15 anos da descoberta da doença de Chagas: o tempo não para — Informação, controle, cuidado e eliminação: diferentes estratégias para uma doença com múltiplas dimensões”. O evento foi realizado nos dias 11 e 12 de abril.

“É importante ressaltar que o tema do Ciclo conta os anos a partir do centenário da descoberta da doença, pois o tempo não parou após esse marco histórico e as demandas ainda precisam ser atendidas. Precisamos continuar nos reunindo para analisar os cenários atuais e fomentar discussões entre pessoas afetadas pela infecção, pesquisadores, alunos e serviço público”, destacou André Roque, pesquisador do Instituto e coordenador da CCCP.

Rubem Menna-Barreto, também pesquisador do IOC e coordenador da iniciativa, enfatizou que a edição foi marcada por debates e apresentações de alta qualidade sobre os múltiplos aspectos da doença de Chagas.

“O Ciclo tem proporcionado trocas significativas entre pesquisadores jovens e experientes, abordando tanto o presente quanto o futuro do combate à doença. Neste ano, demos ênfase ao acesso à informação pela população e na inclusão da infecção no programa de eliminação de doenças do Ministério da Saúde [Brasil Saudável], ao mesmo tempo em que discutimos pesquisa e inovação”, compartilhou.

Os coordenadores da CCCP, André Roque (à esquerda) e Rubem Menna-Barreto, conduziram os eventos online e presencial da 12ª edição do Ciclo. Fotos Ricardo Schmidt
 

Inovações para o enfrentamento da doença de Chagas

O primeiro dia de evento aconteceu em formato online, com transmissão ao vivo pelo Canal IOC no YouTube. Na parte da manhã, foram apresentadas ferramentas que ajudam a população a identificar os triatomíneos, insetos que transmitem o parasito causador da doença de Chagas e popularmente chamados de barbeiros.

Uma delas é o “Achou um barbeiro?”, seção recentemente adicionada ao Portal da Doença de Chagas, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz (VPPCB/Fiocruz). A página oferece opções para auxiliar o usuário na identificação dos insetos por meio de consultas online e envio de fotos, além de ajudar a localizar o Posto de Informação em Triatomíneos (PIT) mais próximo, onde insetos suspeitos podem ser entregues para identificação.

Já a iniciativa “WhatsBarb”, desenvolvida em Rondônia, visa elucidar dúvidas sobre barbeiros e auxiliar na identificação inicial dos insetos. Por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, a população pode fazer perguntas, enviar fotos e saber como entregar os triatomíneos para análise.

Também estiveram em foco os aplicativos Triatokey (disponível na Google Play e na versão de navegador) e Triatodex (Google Play e App Store), que permitem aos usuários identificar barbeiros respondendo a perguntas sobre características visíveis do inseto.

Assista a transmissão do primeiro dia:

Na parte da tarde, os destaques foram para as inovações em diagnóstico e tratamento da doença.

Entre as novas tecnologias apresentadas, estava o Kit NAT Chagas, primeiro kit para diagnóstico molecular da doença de Chagas aprovado no Brasil, que detecta o material genético do parasito Trypanosoma cruzi.

Também foi evidenciado o Teste Rápido Chagas Bio-manguinhos, de uso único, que capaz de detectar anticorpos para o parasito em sangue total, soro ou plasma humano.

Em seguida, foram discutidos fatores ligados à progressão para a cardiopatia chagásica crônica, marcadores de cura para a doença de Chagas e a eficácia de medicamentos, com foco especial no benznidazol.

Em busca da eliminação da transmissão congênita

 


Jovens pesquisadores apresentaram seus trabalhos em doença de Chagas. Fotos: Ricardo Schmidt

Na sexta-feira (12), em formato presencial, apresentações orais e de pôsteres de jovens pesquisadores abrilhantaram a programação.

Seguindo a tradição, a 12ª edição do CCCP foi concluída com uma sessão especial do Centro de Estudos do IOC, que abordou o “Programa Nacional de Eliminação da Doença de Chagas Congênita”.

Nesta forma, a infecção é transmitida da gestante para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação.

A palestra foi ministrada pela pesquisadora Andréa Silvestre, do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).

A mediação ficou a cargo de Alda Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS).

O debate movido pelas pesquisadoras Alda Cruz (à esquerda) e Andréa Silvestre encerram as atividades do 12º CCCP. Foto: Ricardo Schmidt

Em pauta, políticas públicas do MS sobre a transmissão e dados atualizados a nível nacional. Andréa destacou, ainda, os esforços de países não-endêmicos para reduzir a zero o número de casos desse tipo de transmissão.

A 12ª edição do CCCP também contou com a exibição do curta-metragem "Quem foi que disse: descoberta da doença de Chagas", de Luiz Andrade, e da exposição "A descoberta da doença de Chagas em escala: do Castelo ao Vagão em Lassance".

Com curadoria do Laboratório Audiovisual Científico da Universidade Federal Fluminense (LABACiências/UFF), a mostra contou com exemplares artísticos do vagão de trem utilizado como laboratório por Carlos Chagas, do Castelo Mourisco da Fiocruz e de uma casa de pau-a-pique.

Detalhes da exposição exposição "A descoberta da doença de Chagas em escala". Fotos: Ricardo Schmidt
No contexto dos 115 anos da descoberta da doença, a iniciativa focou no acesso à informação e na inclusão da infecção no programa de eliminação de doenças do Ministério da Saúde
Por: 
max.gomes
Um dos grandes destaques da edição foi a apresentação de pôsteres com grande engajamento dos alunos. Foto: Ricardo Schmidt

Uma edição mais que especial. 2024 marcou a realização do 12º ano do Ciclo Carlos Chagas de Palestra (CCCP) e os 115 anos da descoberta da doença de Chagas.

O tema escolhido para nortear as atividades foi “100+15 anos da descoberta da doença de Chagas: o tempo não para — Informação, controle, cuidado e eliminação: diferentes estratégias para uma doença com múltiplas dimensões”. O evento foi realizado nos dias 11 e 12 de abril.

“É importante ressaltar que o tema do Ciclo conta os anos a partir do centenário da descoberta da doença, pois o tempo não parou após esse marco histórico e as demandas ainda precisam ser atendidas. Precisamos continuar nos reunindo para analisar os cenários atuais e fomentar discussões entre pessoas afetadas pela infecção, pesquisadores, alunos e serviço público”, destacou André Roque, pesquisador do Instituto e coordenador da CCCP.

Rubem Menna-Barreto, também pesquisador do IOC e coordenador da iniciativa, enfatizou que a edição foi marcada por debates e apresentações de alta qualidade sobre os múltiplos aspectos da doença de Chagas.

“O Ciclo tem proporcionado trocas significativas entre pesquisadores jovens e experientes, abordando tanto o presente quanto o futuro do combate à doença. Neste ano, demos ênfase ao acesso à informação pela população e na inclusão da infecção no programa de eliminação de doenças do Ministério da Saúde [Brasil Saudável], ao mesmo tempo em que discutimos pesquisa e inovação”, compartilhou.

Os coordenadores da CCCP, André Roque (à esquerda) e Rubem Menna-Barreto, conduziram os eventos online e presencial da 12ª edição do Ciclo. Fotos Ricardo Schmidt
 

Inovações para o enfrentamento da doença de Chagas

O primeiro dia de evento aconteceu em formato online, com transmissão ao vivo pelo Canal IOC no YouTube. Na parte da manhã, foram apresentadas ferramentas que ajudam a população a identificar os triatomíneos, insetos que transmitem o parasito causador da doença de Chagas e popularmente chamados de barbeiros.

Uma delas é o “Achou um barbeiro?”, seção recentemente adicionada ao Portal da Doença de Chagas, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz (VPPCB/Fiocruz). A página oferece opções para auxiliar o usuário na identificação dos insetos por meio de consultas online e envio de fotos, além de ajudar a localizar o Posto de Informação em Triatomíneos (PIT) mais próximo, onde insetos suspeitos podem ser entregues para identificação.

Já a iniciativa “WhatsBarb”, desenvolvida em Rondônia, visa elucidar dúvidas sobre barbeiros e auxiliar na identificação inicial dos insetos. Por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, a população pode fazer perguntas, enviar fotos e saber como entregar os triatomíneos para análise.

Também estiveram em foco os aplicativos Triatokey (disponível na Google Play e na versão de navegador) e Triatodex (Google Play e App Store), que permitem aos usuários identificar barbeiros respondendo a perguntas sobre características visíveis do inseto.

Assista a transmissão do primeiro dia:

Na parte da tarde, os destaques foram para as inovações em diagnóstico e tratamento da doença.

Entre as novas tecnologias apresentadas, estava o Kit NAT Chagas, primeiro kit para diagnóstico molecular da doença de Chagas aprovado no Brasil, que detecta o material genético do parasito Trypanosoma cruzi.

Também foi evidenciado o Teste Rápido Chagas Bio-manguinhos, de uso único, que capaz de detectar anticorpos para o parasito em sangue total, soro ou plasma humano.

Em seguida, foram discutidos fatores ligados à progressão para a cardiopatia chagásica crônica, marcadores de cura para a doença de Chagas e a eficácia de medicamentos, com foco especial no benznidazol.

Em busca da eliminação da transmissão congênita

 


Jovens pesquisadores apresentaram seus trabalhos em doença de Chagas. Fotos: Ricardo Schmidt

Na sexta-feira (12), em formato presencial, apresentações orais e de pôsteres de jovens pesquisadores abrilhantaram a programação.

Seguindo a tradição, a 12ª edição do CCCP foi concluída com uma sessão especial do Centro de Estudos do IOC, que abordou o “Programa Nacional de Eliminação da Doença de Chagas Congênita”.

Nesta forma, a infecção é transmitida da gestante para o bebê durante a gravidez, parto ou amamentação.

A palestra foi ministrada pela pesquisadora Andréa Silvestre, do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).

A mediação ficou a cargo de Alda Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS).

O debate movido pelas pesquisadoras Alda Cruz (à esquerda) e Andréa Silvestre encerram as atividades do 12º CCCP. Foto: Ricardo Schmidt

Em pauta, políticas públicas do MS sobre a transmissão e dados atualizados a nível nacional. Andréa destacou, ainda, os esforços de países não-endêmicos para reduzir a zero o número de casos desse tipo de transmissão.

A 12ª edição do CCCP também contou com a exibição do curta-metragem "Quem foi que disse: descoberta da doença de Chagas", de Luiz Andrade, e da exposição "A descoberta da doença de Chagas em escala: do Castelo ao Vagão em Lassance".

Com curadoria do Laboratório Audiovisual Científico da Universidade Federal Fluminense (LABACiências/UFF), a mostra contou com exemplares artísticos do vagão de trem utilizado como laboratório por Carlos Chagas, do Castelo Mourisco da Fiocruz e de uma casa de pau-a-pique.

Detalhes da exposição exposição "A descoberta da doença de Chagas em escala". Fotos: Ricardo Schmidt
Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)