Ciência viva e engajada: em memória de Bazin
Na semana passada o Brasil perdeu um dos pioneiros no movimento de divulgação científica: Maurice Bazin, francês, brasileiro, cidadão do mundo, meu amigo, amigo do IOC e da Fiocruz há 27 anos.
Maurice se formou na École Polytechnique de Paris e concluiu seu PhD em física nuclear experimental de altas energias pela Stanford University em 1962, tendo trabalhado até 1975 como professor na Princeton University e na Rutgers University.
Naquele tempo já atuava em educação científica nos Estados Unidos, quando iniciou sua onda de explorações pelo mundo, que o levou ao Chile, à África e o trouxe ao Brasil. Desenvolveu oficinas de treinamento de professores de Ciências em vários países da América Latina e África por meio de agências das Nações Unidas e, nos anos 70 e 80, foi correspondente da revista Nature, primeiro em Portugal, depois no Brasil. Nos anos 80, adotou o Brasil definitivamente, lecionou na PUC-Rio e organizou, com a participação de diversos profissionais e estudantes do IOC, o primeiro museu interativo de Ciências no Brasil, o Espaço Ciência Viva.
Nos anos 90, distribuiu seu tempo entre o Teacher Institute, do Exploratorium de São Francisco, as Oficinas Comunitárias de Ciência na Califórnia e o Brasil, onde organizou vários treinamentos de professores em ciências e participou da revista Ciência Hoje das Crianças. Foi membro da Comissão Científica do Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva de Lisboa, Portugal. Regressou recentemente ao Rio depois de um período de cerca de dez anos morando em Florianópolis, onde foi diretor de educação e cultura da Associação dos Moradores do Campeche. [+] mais
Tania Araújo-Jorge
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