Os
premiados do IOC
Durante
o Simpósio Internacional sobre Óxido Nítrico,
Citocinas e Inflamação, dos 361 trabalhos apresentados
na categoria Pôster, 15 foram premiados: quatro são
do IOC. O Comitê de Avaliação levou em conta
o desempenho do expositor, a relevância do experimento e o
domínio do concorrente sobre o tema.

Tatiana
R. Lavich (D), pesquisadora do Laboratório de Inflamação
do IOC, uma das premiada, é orientanda do Dr. Marco Aurélio
Martins, do Depto. de Fisiologia e Farmacodinâmica.
O trabalho premiado “Novo teste da placa quente sensível
a estímulos hiperalgésico e analgésicos não
opióides”, de Lavich, compõe a pesquisa sobre
“Farmacologia do processo inflamatório alérgico”,
desenvolvida no Laboratório.
O
estudo propõe um novo modelo experimental para investigar
a dor associada à inflamação, utilizando-se
ratos e camundongos.
Tatiana partiu de uma observação simples: a reação
de dor à estimulação térmica (patas)
é mais rápida quando há inflamação
local.
O uso
da placa quente na detecção de dor inflamatória
tornou o experimento mais sensível, mais rápido e
mais prático do que o modelo de hiperalgesia térmica
plantar de Hargreaves. Sendo uma ótima ferramenta para os
estudos de dor inflamatória.

Outra
premiada, Ana Paula M. P. Marino (D),
do Laboratório de Pesquisas em Autoimunidade e Imuno-Regulação,
é orientada por Joseli Lannes Vieira, do Departamento de
Imunologia.
O pôster reúne idéias desenvolvidas desde o
mestrado (apresentado em 2002) intitulado “Migração
celular na infecção aguda pelo Trypanosoma cruzi”.
O estudo
tem como objetivo analisar mecanismos imunopatogênicos da
miocardite chagásica e identificar possíveis alvos
terapêuticos, em que está envolvido o Laboratório.
O trabalho foi feito em três tempos: primeiro mapeou-se o
modelo do camundongo C3H/He infectado pelo T. cruzi, que reproduz
aspecto importante da patologia, o predomínio de lin-fócitos-T
CD8+ (que destroem células infectadas) no tecido cardíaco.
No
momento seguinte, foi feita a análise cinética da
formação da inflamação no coração,
que é “orientada” por proteínas “quimioatraentes”,
as quimiocinas RANTES e MIP-1alfa.
Finalmente, com o uso da proteína recombinante Met-RANTES,
obteve-se o controle parcial do influxo dos linfócitos TCD8
e TCD4, com diminuição da inflamação
e mantendo o controle do parasitismo, auxiliando no equilíbrio
da migração celular e proteção do tecido
cardíaco, resultando em aumento da taxa de sobrevivência
dos animais.

Emiliano Barreto (D), do Laboratório de
Inflamação do IOC, também foi premiado. É
orientando da Dra. Patrícia Silva, do Departamento de Fisiologia
e Farmacodinâmica.
Seu estudo visa responder qual a causa da menor reatividade inflamatória
de animais diabéticos quando estimulados imunologicamente.
A mútua exclusão entre diabetes e alergia, porém,
continua não esclarecida na literatura.O
projeto geral busca identificar o(s) possível(is) mecanismo(s)
determinante(s) deste fenômeno de refratariedade alérgica
em animais diabéticos.
Barreto
mostra que a redução na dinâmica do citoesqueleto
de actina nos mastócitos diabéticos contribui para
uma menor reatividade celular, o que está associado à
redução na capacidade de liberação de
mediadores inflamatórios.
O experimento demonstra ainda um aumento na taxa de apoptose através
da citometria de fluxo, sendo empregado reagente fluorescente que
identifica a fragmentação do DNA - característica
do estado apoptótico.
Pela primeira vez foi obtida uma evidência concreta da alteração
que poderia responder em parte pela exclusão mútua
entre diabetes e alergia, uma vez que os mastócitos são
importantes para o disparo e manutenção da resposta
inflamatória alérgica.

Rosane B. Oliveira (D), pesquisadora do Laboratório
de Hanseníase do IOC, também premiada, é orientanda
da Dra. Euzenir Nunes Sarno, do Departamento de Medicina Tropical.
A “Indução de apoptose em linhagem de célula
Schwann humana (ST88-14) in vitro: papel das citocinas e do Mycobacterium
leprae” se insere em linha de pesquisa do Departamento em
parceria com TRD/OMS sobre o desenvolvimento de deformações
no curso da hanseníase.
No
estudo foi avaliado o efeito do TNF e do ML. Quando se adicionou
TNF e TGF ou ML vivo/morto à cultura de células Schwann
(CSs), verificou-se a indução de apoptose.
Os dados indicam que TNF-Rs, TNFa e o efeito sinergístico
com TGFb, assim como a infecção pelo ML podem estar
implicados na patogênese da lesão do nervo na hanseníase.
Rosane
é autora da primeira investigação sobre TLR2
e apoptose em CS, em colaboração com a Universidade
da Califórnia (UCLA).
O próximo passo, segundo ela, será identificar novos
alvos terapêuticos que possam bloquear a morte celular e com
isso evitar as deformidades.
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