Ciência: fuga de cérebros preocupa comunidade científica

De acordo com estimativas da ONU, os baixos salários, o desemprego, a falta de investimentos e de políticas públicas para a defesa e promoção da ciência constituem as principais causas responsáveis pela fuga de talentos da África e da América Latina para os países industrializados.

Segundo pesquisa da Organização Internacional de Migração (OIM) mais de 40 mil cientistas latino-americanos abandonam anualmente seus países para instalar-se nas nações ricas.

No continente africano - indica a agência - cerca de 20 mil profissionais deixam todos os anos seus países com o mesmo propósito.

Tema de grande preocupação das Nações Unidas, a questão da fuga de cérebros foi recentemente debatida, em Recífe, na 55a. Reunião Anual da SBPC.

Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia da UNICAMP, afirma que o debate da questão pela ONU - apoiado pelas autoridades academicas - é absolutamente fundamental.

Roberto Romano:

'Acho uma tarefa digna, dos maiores elogios. Constitui uma das maiores preocupações das autoridades acadêmicas brasileiras. Mesmo assim, não estamos levando em conta as verdadeiras dimensões desse fenômeno mundial. Conhecemos dados existentes na Rússia, no México e em outros países, mas os problemas da América Latina são assustadores. Na África, a situação é ainda mais dolorosa. O continente que está numa situação complicadíssma, em termos antropológicos, está perdendo um grande número cérebros. Creio, que do ponto de vista internacional é hora de se pensar efetivamente no aprofundamento do saber, na circulação das idéias. O que parece estar ocorrendo é uma circulação de indivíduos e pouca circulação dos saberes. A ONU tem um papel fundamental nessa área.'


 

 

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