Leitora comenta matéria 'Marina Silva: Transgênico segue proibido'

A mídia envolve o problema dos trangênicos apenas no entorno da discussão 'ser ou não ser nocivo à saúde' sobre o que, até hoje, não se conseguiu provar nada.

Mas o verdadeiro problema não está no nível de análises biológicas ou genéticas. O problema principal é de nível econômico - estratégico, que a mídia jamais aborda e que não se discute, permanecendo um verdadeiro tabu.

A verdade é que, se o Brasil optar pelo uso e comercialização dos trangênicos estará abrindo mão de sua soberania no cultivo desses produtos, pois ficará eternamente dependente da importação de sementes geneticamente modificadas, hoje patenteadas por fortes monopólios estrangeiros.

Hoje dizem que essas sementes representam apenas um custo ligeiramente maior que a das sementes normais, trazendo ainda o benefício do uso de menos agrotóxicos e pesticidas no campo, fato que os agricultores comemoram, pois lhes trariam um aumento imediato dos lucros.

A população e a opinião pública são moldadas dentro desses parâmetros.

Entretanto, certamente esse procedimento faz parte, sem dúvida, da estratégia de marketing dos transgênicos, e nada garante que os preços no futuro continuariam nesses patamares e razoavelmente sob controle (vide o caso da energia e da telefonia no nosso país).

Por outro lado, uma vez feita essa opção, o Brasil não mais poderia voltar atrás e voltar a plantar sementes não modificadas, pois que as plantas geradas por sementes trangênicas não são plantas reproduzíveis, isto é, não geram sementes!!!

São totalmente estéreis. Todas as plantações futuras só poderiam ser realizadas com sementes trangênicas. Acrescentando a isso a grande transformação do meio-ambiente causada pelo uso dos trangênicos no local de plantio e cercanias, o que praticamente impõe um condicionamento natural de todas as culturas futuras.

Ou seja, o país perde a soberania em sua política externa quanto à produção desses grãos (soja, milho, etc, etc) que passariam a sere controlada por políticas de origem externa.

No dia que a produção de soja no Brasil, por exemplo, começar a incomodar algum grande país produtor, simplesmente pelo controle do fornecimento ou venda de sementes trangênicas, a sua produção no Brasil poderá ser facilmente controlada e limitada.

Neste enfoque, podemos compreender porque a Europa e outros países lutam tão ferozmente contra os trangênicos e sua comercialização. Não é somente uma luta dos Verdes ou dos Nacionalistas, é uma luta por monopólios, espaços econômicos, uma luta por PODER.


 

 

 

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