Fritjof Capra defende "alfabetização ecológica" em semana de eventos no Brasil


Idéia apresentada por Fritjof Capra no encontro “Diálogos para o Brasil sustentável” está ligada ao conceito de "alfabetização ecológica", que deve ser desenvolvido nas escolas. Conceito engloba entendimento de como os ecossistemas sustentam a rede da vida, a compreensão dos princípios da ecologia e o aprendizado no mundo real em meio à natureza.
Fritjof Capra defende "alfabetização ecológica" em semana de eventos no Brasil
Somente com uma "alfetização ecológica" é possível atingir uma comunidade sustentável. A idéia é do físico austríaco Fritjof Capra, 64 anos, autor de O Tao da Física (1975) e Ponto de Mutação (1982), e foi defendida durante os eventos dos quais ele participou nesta semana em que esteve no Brasil, como o encontro "Diálogos para o Brasil sustentável", promovido de 12 a 15 de agosto pelo Minsitério do Meio Ambiente, em Brasília.
Esse encontro havia sido agendado com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a terceira edição do Fórum Social Mundial, em janeiro deste ano. No evento, cientistas estrangeiros apresentaram propostas de projetos para promover o desenvolvimento sustentável no Brasil, que foram avaliadas em conjunto com debatedores brasileiros.
Os participantes da semana de diálogos, entre eles 120 técnicos de diversos ministérios e intelectuais nacionais e internacionais, moldaram suas discussões em torno de quatro eixos temáticos: Agroecologia, Energia Limpa, Ecodesing e Educação para a Sustentabilidade. Um documento com os resultados do encontro será entregue ao governo brasileiro e também ao diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Klaus Töpfer, e servirá de subsídio à 1ª Conferência Nacional do Meio Ambiente.
Os debates do evento destacaram as necessidades de políticas públicas para o setor agrícola, com incentivos aos trabalhadores rurais, e foi discutido também o impacto ambiental das hidroelétricas, o potencial das energias alternativas e renováveis, como eólica, solar, biomassa e hidrogênio - a última, fortemente defendida por Capra.
Antes de embarcar para Brasília, o físico participou de uma mesa-redonda no dia 11 de agosto, em São Paulo, intitulada "Conexões Ocultas: Novos Paradigmas para uma Vida Sustentável". O evento foi organizado pelo Instituto para o Desenvolvimento Socioambiental (Idesa), em parceria com o Instituto Ecoar para a Cidadania.
Na mesa-redonda, Capra falou sobre alguns temas abordados na sua nova obra Conexões Ocultas - Ciência para uma Vida Sustentável (2002). O cientista reforçou a necessidade de uma "educação ambiental" por meio do entendimento, desde a infância, de como a natureza funciona. Além disso, defendeu o envolvimento das empresas no estabelecimento de um sistema econômico auto-sustentável, no qual os valores principais seriam os valores humanos e de sustentabilidade ecológica, e não simplesmente a geração de riqueza.
Como medidas para levar a uma tal sustentabilidade, o físico apontou o uso do hidrogênio como combustível do futuro. Ele também foi convicto no seu posicionamento contra os transgênicos, afirmando a superioridade da agricultura ecológica em relação a eles, e classificou de "loucura" a introdução de usinas nucleares no Brasil. Segundo Capra, nenhuma usina nuclear em nenhuma parte do mundo faz sentido, economicamente falando.
Teoria sistêmica
O conceito central da filosofia de Capra é a abordagem "sistêmica" do universo: ao contrário da abordagem tradicional cartesiana, na qual se prefere a análise das partes em detrimento de uma abordagem integrada do todo (síntese), a sua abordagem tenta recuperar um equilíbrio maior entre a síntese e a análise. Para o físico, a chave para a compreensão dos fenômenos sociais envolvendo empresas, estados nacionais ou mesmo a economia global é a integração do conhecimento da biologia, da sociologia e das ciências cognitivas (enquanto na abordagem tradicional essas três áreas dificilmente interagem entre si).
A biologia é a maior fonte de inspiração de Capra para o desenvolvimento de sua teoria. Nos últimos dez anos, o cientista trocou a física moderna, seu campo de estudo original, pela biologia, como fonte de analogias. Para o cientista, a principal característica comum entre os sistemas sociais e biológicos é a organização em redes de sub-sistemas interconectados.
O estudo dessas redes não deve ser feito apenas a partir de suas partes constituintes, conforme a visão cartesiana tradicional, mas também como um todo. Segundo Capra, isso pode ser feito pela ciência moderna através da dinâmica não-linear, uma técnica matemática muito em voga, recentemente, que permite estudar sistemas extremamente complexos. Com essa abordagem, Capra acredita que é possível abordar os fenômenos sociais - e até mesmo a consciência e a ética - de forma integrada aos fenômenos materiais da biologia.
Atualmente, o físico trabalha no Centro de Alfabetização Ecológica, fundado em 1995 por ele e por Peter Buckley e Zenobia Barlow.
Somente com uma "alfetização ecológica" é possível atingir uma comunidade sustentável. A idéia é do físico austríaco Fritjof Capra, 64 anos, autor de O Tao da Física (1975) e Ponto de Mutação (1982), e foi defendida durante os eventos dos quais ele participou nesta semana em que esteve no Brasil, como o encontro "Diálogos para o Brasil sustentável", promovido de 12 a 15 de agosto pelo Minsitério do Meio Ambiente, em Brasília.
Esse encontro havia sido agendado com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante a terceira edição do Fórum Social Mundial, em janeiro deste ano. No evento, cientistas estrangeiros apresentaram propostas de projetos para promover o desenvolvimento sustentável no Brasil, que foram avaliadas em conjunto com debatedores brasileiros.
Os participantes da semana de diálogos, entre eles 120 técnicos de diversos ministérios e intelectuais nacionais e internacionais, moldaram suas discussões em torno de quatro eixos temáticos: Agroecologia, Energia Limpa, Ecodesing e Educação para a Sustentabilidade. Um documento com os resultados do encontro será entregue ao governo brasileiro e também ao diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Klaus Töpfer, e servirá de subsídio à 1ª Conferência Nacional do Meio Ambiente.
Uma das idéias apresentadas por Capra no eixo temático de Educação para Sustentabilidade está ligada ao conceito de "alfabetização ecológica", que deve ser desenvolvido nas escolas. Esse conceito engloba o entendimento de como os ecossistemas sustentam a rede da vida, a compreensão dos princípios da ecologia e o aprendizado no mundo real em meio à natureza.
Os debates do evento destacaram as necessidades de políticas públicas para o setor agrícola, com incentivos aos trabalhadores rurais, e foi discutido também o impacto ambiental das hidroelétricas, o potencial das energias alternativas e renováveis, como eólica, solar, biomassa e hidrogênio - a última, fortemente defendida por Capra.
Antes de embarcar para Brasília, o físico participou de uma mesa-redonda no dia 11 de agosto, em São Paulo, intitulada "Conexões Ocultas: Novos Paradigmas para uma Vida Sustentável". O evento foi organizado pelo Instituto para o Desenvolvimento Socioambiental (Idesa), em parceria com o Instituto Ecoar para a Cidadania.
Na mesa-redonda, Capra falou sobre alguns temas abordados na sua nova obra Conexões Ocultas - Ciência para uma Vida Sustentável (2002). O cientista reforçou a necessidade de uma "educação ambiental" por meio do entendimento, desde a infância, de como a natureza funciona. Além disso, defendeu o envolvimento das empresas no estabelecimento de um sistema econômico auto-sustentável, no qual os valores principais seriam os valores humanos e de sustentabilidade ecológica, e não simplesmente a geração de riqueza.
Como medidas para levar a uma tal sustentabilidade, o físico apontou o uso do hidrogênio como combustível do futuro. Ele também foi convicto no seu posicionamento contra os transgênicos, afirmando a superioridade da agricultura ecológica em relação a eles, e classificou de "loucura" a introdução de usinas nucleares no Brasil. Segundo Capra, nenhuma usina nuclear em nenhuma parte do mundo faz sentido, economicamente falando.
Teoria sistêmica
O conceito central da filosofia de Capra é a abordagem "sistêmica" do universo: ao contrário da abordagem tradicional cartesiana, na qual se prefere a análise das partes em detrimento de uma abordagem integrada do todo (síntese), a sua abordagem tenta recuperar um equilíbrio maior entre a síntese e a análise. Para o físico, a chave para a compreensão dos fenômenos sociais envolvendo empresas, estados nacionais ou mesmo a economia global é a integração do conhecimento da biologia, da sociologia e das ciências cognitivas (enquanto na abordagem tradicional essas três áreas dificilmente interagem entre si).
A biologia é a maior fonte de inspiração de Capra para o desenvolvimento de sua teoria. Nos últimos dez anos, o cientista trocou a física moderna, seu campo de estudo original, pela biologia, como fonte de analogias. Para o cientista, a principal característica comum entre os sistemas sociais e biológicos é a organização em redes de sub-sistemas interconectados.
O estudo dessas redes não deve ser feito apenas a partir de suas partes constituintes, conforme a visão cartesiana tradicional, mas também como um todo. Segundo Capra, isso pode ser feito pela ciência moderna através da dinâmica não-linear, uma técnica matemática muito em voga, recentemente, que permite estudar sistemas extremamente complexos. Com essa abordagem, Capra acredita que é possível abordar os fenômenos sociais - e até mesmo a consciência e a ética - de forma integrada aos fenômenos materiais da biologia.
Atualmente, o físico trabalha no Centro de Alfabetização Ecológica, fundado em 1995 por ele e por Peter Buckley e Zenobia Barlow.

 

 

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