Rede virtual vai unir pesquisadores de todo o mundo na busca do tratamento de doenças tropicais O objetivo da nova rede, criada durante o Encontro da Novartis, a TropiNet, é juntar esforços para a descoberta de tratamentos para a cura das doenças tropicais ou negligenciados, que acometem os países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, e que respondem por 10% das doenças globais. O Instituto não tem fins lucrativos e fornecerá a preço de custo todos os medicamentos que forem desenvolvidos aos países cujas populações sofrerem dessas doenças de forma endêmica. Inicialmente, o Instituto focará seus esforços na pesquisa de tuberculose e do dengue. Juntas, essas doenças atingem, segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano. Sem uma mudança do quadro atual, a OMS estima que surgirão no mundo mais de um bilhão de novos casos de tuberculose até o ano 2020 e mais de 50 milhões continuarão a ser infectados pelo dengue a cada ano. Participaram do seminário diversos especialistas nacionais e internacionais. Yves Champey, presidente do Conselho da ONG Drogas para Doenças Negligenciadas, apresentou dados demonstrando que, dos US$ 70 bilhões investidos anualmente pela indústria farmacêutica mundial, apenas 10% são direcionados para o estudo das doenças que acometem 90% da população global, e que de todas as novas drogas desenvolvidas no período de 75 a 99 apenas 1% se destinava a doenças tropicais. Eduardo Hage, da Secretaria em Vigilância da Saúde do Ministério brasileiro informou que são registrados por ano 80 mil novos casos de tuberculose, com 6 mil óbitos. Já o dengue vem apresentando uma curva de incidência ascendente, mas ele frisou que espera uma diminuição de casos em 2003. Quanto à manifestação mais preocupante do dengue, a hemorrágica, ele informou que foram registrados no ano passado 2 mil casos, com 145 óbitos. Paul Herlling, diretor do Instituto de Pesquisa das Doenças Tropicais, informou que a Novartis investiu US$ 122 milhões para a implantação do empreendimento. Depois de apresentar aos participantes do seminário algumas das linhas de pesquisa que já estão sendo estudadas em relação às duas doenças (como o bloqueio da interação do vírus do dengue com a célula na qual se aloja ou a busca de uma forma para que a bactéria da tuberculose não fique dormente em determinados períodos e assim não se proteja dos antibióticos), Herllinger enfatizou que os pesquisadores brasileiros poderão acompanhar de forma on-line todos os avanços obtidos pelo Instituto, antes mesmo de sua publicação nas revistas cientificas, bastando para tanto se cadastrar para ter acesso à TropiNet. Ele informou
também que o Instituto abrira vagas para estudantes e pesquisadores
brasileiros interessados em trabalhar no laboratório.
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