Ministério quer liberar glifosato, herbicida para soja modificada

O Ministério da Agricultura vai propor ao Comitê Técnico para Agrotóxicos (CTA) a liberação do uso do herbicida glifosato nas lavouras de soja geneticamente modificada da safra 2003/04.

Pela proposta, seria permitido o uso da substância como 'pós-emergente', ou seja, nos caules e folhas das plantas que já tiverem brotado. Hoje só é permitido o uso da substância antes de as sementes germinarem.

A liberação do herbicida foi pedida também pelo governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, em encontro com o ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Para Rigotto, é 'complicado' o governo ter assinado a Medida Provisória 131, liberando o plantio de soja transgênica na safra 2003/2004, e proibir o uso do herbicida. Segundo Rigotto, Dirceu não deu uma resposta final.

Para o diretor do Depto. de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura, Girabis Evangelista, 'a autorização seria uma medida emergencial' e complementar à MP.

O assunto será discutido na próxima semana pelo CTA, composto ainda pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Saúde, que indicam técnicos do Ibama e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Discussão - 'Gostaríamos que representantes de outros setores interessados no assunto participassem da reunião', completou Evangelista.

Na semana passada, o CTA manteve a proibição ao uso do glifosato nas lavouras que já brotaram. O glifosato pode ser usado como pré-emergente - antes das sementes germinarem - em várias culturas. Mas para sementes geneticamente modificadas é necessário a aplicação depois que as lavouras brotaram.

Para técnicos da Agricultura, manter a proibição do uso do glifosato como pós-emergente nas lavouras transgênicas não provocaria a perda da produção, já que os produtores poderiam usar outros emergentes autorizados.

Mas, na visão dessas fontes, o uso de outros pós-emergentes poderia tirar a competitividade oferecida pelas sementes geneticamente modificadas por terem custo mais elevado.

O pedido ainda em análise foi feito pela multinacional Monsanto em 1998. Com a edição da MP 131, a empresa reforçou o pedido. (Fabíola Salvador/Colaborou Tânia Monteiro - 15/10)

 

 

 

 

 

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