Presidente diz que Ciência vai ter 2% do PIB

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que até o fim de seu mandato os investimentos do Estado em pesquisa científica deve atingir 2% do PIB, ou seja, cerca de R$ 30 bilhões, hoje. Mas se empresas e governos estaduais não aumentarem o repasse de recursos para a área essa meta dificilmente será atingida.

Na proposta orçamentária de 2004, enviada ao Congresso no fim de agosto, o governo garantiu apenas R$ 3,7 bilhões - 0,22% do PIB - para o setor. Isso representa um décimo do montante defendido por Lula. Com isso, ele teria apenas os dois últimos anos no cargo para cumprir a promessa.

Ao dar posse aos novos integrantes do Conselho Nacional de C&T, diante de platéia formada por sete ministros e dezenas de pesquisadores, Lula voltou a mostrar otimismo em relação ao programa espacial brasileiro, mesmo 'sob o impacto' da explosão na base de Alcântara (MA), no mês passado.

O presidente reafirmou, em seu discurso, o compromisso do governo com os projetos de lançar um foguete ao espaço pela quarta vez. 'Vamos testar, se Deus quiser, ainda no nosso governo, outro protótipo do VLS.'

Nas três tentativas anteriores, o projeto do Veículo Lançador de Satélites fracassou. Ontem, o presidente declarou que, o país não vai chegar a 'lugar nenhum' se prevalecer a 'lógica dos pessimistas' em relação à continuidade do programa espacial.

'Podem ficar certos, o Brasil ainda vai se transformar num país de ponta no controle da tecnologia espacial', garantiu Lula.

'Faremos isso para o futuro do nosso país, mas também para homenagear a memória dos 21 pesquisadores e técnicos que deram a vida para o desenvolvimento da tecnologia espacial brasileira', disse, referindo-se aos mortos na explosão na base de Alcântara.

A meta do presidente é aumentar de 6 mil para 10 mil o número de doutores em atividade no país. Ele lembrou ter feito a promessa de aumentar os recursos para pesquisa nos encontros da SBPC realizados nos anos em que disputou eleições para a Presidência - 1989, 1994, 1998 e 2002.

'É um compromisso reiterado tantas vezes que não tenho como dizer que esqueci o que escrevi nos meus discursos passados, porque foram muitas vezes repetidos.'

Petróleo - Para ele, o país apresenta pesquisa de ponta em alguns setores. Citou como exemplo a tecnologia desenvolvida pela Petrobras para extração de petróleo em águas profundas e as ações desenvolvidas pela Embrapa na área de alimentos. 'Não partimos do zero. Temos muita coisa acumulada', afirmou. (Leonêncio Nossa e Tânia Monteiro, colaborou Sérgio Gobetti - 12/9)

 

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