A doença
Como acontece a infecção
Com a picada de um mosquito Aedes aegypti infectado, o vírus da dengue penetra na corrente sangüínea. Durante um período de quatro a sete dias, chamado de incubação, o vírus se multiplica em órgãos como baço, fígado e tecidos linfáticos. Neste período, a pessoa está infectada, mas não transmite a doença se for picada pelo vetor.
Passado o período de incubação, o vírus retorna à corrente sangüínea. Neste momento, tem início o período de viremia, que dura cerca de seis dias. Exceto nos casos assintomáticos – quando o indivíduo infectado não apresenta sintomas da doença –, o início do período de viremia costuma ser marcado por febre, que surge como conseqüência da tentativa do organismo combater o vírus. Mesmo que não apresente sintomas, durante o período de viremia o indivíduo infectado pode transmitir a doença se for picado pelo vetor. O vírus da dengue continua a se multiplicar dentro das células sangüíneas e atinge a medula óssea, onde compromete a produção de plaquetas, que são fundamentais para os processos de coagulação.
Sintomas da dengue
Nem todas as pessoas picadas por um mosquito infectado com o vírus da dengue manifestam a doença. Os sintomas mais comuns da dengue são dor de cabeça e nos olhos, febre alta, muitas vezes passando de 40 graus, dor nos músculos e nas articulações, manchas avermelhadas por todo o corpo, falta de apetite e fraqueza. Em alguns casos, pode acontecer sangramento de gengiva e nariz.
É importante observar que estes sintomas podem aparecer isolados ou de forma combinada, além de poderem se manifestar com diferentes graus de intensidade. O mais comum é a febre, que acomete 99% das pessoas infectadas que manifestam sintomas da doença. Dura cerca de sete dias e pode ser branda ou muito alta. Dores no fundo do olho e na cabeça também são comuns, atingindo cerca de 50% dos indivíduos que apresentam sintomas da doença.
Esses são os principais sintomas da dengue comum, mas existe a chamada dengue hemorrágica, um tipo de manifestação mais grave. Os sintomas iniciais da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença é que, quando a febre acaba, começam a surgir sangramentos, a pressão cai, os lábios ficam roxos e a pessoa, além de sentir fortes dores no abdômen, alterna sonolência com agitação. A dengue hemorrágica é muito perigosa e pode levar à morte.
Na maioria das vezes, a dengue hemorrágica acontece em pessoas que já foram infectadas por um determinado tipo do vírus da dengue e são infectadas novamente, porém desta vez por outro tipo do vírus. Em alguns casos, porém, a dengue hemorrágica também pode acontecer logo na primeira infecção.
Cuidados médicos
A dengue só pode ser diagnosticada através de exames em laboratório. Como muitos sintomas são comuns a outras doenças, como viroses e gripe, a busca de atendimento médico não pode ser dispensada. Além disso, a ocorrência de numerosos casos assintomáticos ou brandos da doença é um fator que precisa ser levado em consideração nos cuidados, sobretudo tendo em vista o risco da dengue hemorrágica. Como muitos indivíduos infectados não apresentam sintomas ou apenas sintomas muito leves, o indivíduo pode não tomar conhecimento de que teve contato com o vírus da dengue. Assim, acredita que está passando pela primeira infecção, quando na verdade já teve contato com o vírus. Este é mais um motivo que torna urgente a busca de atendimento médico logo aos primeiros sintomas.
Em caso de suspeita de dengue, a auto-medicação pode ser perigosa. Apenas a medicação recomendada pelo médico deve ser utilizada. É desaconselhado o uso de remédios com base em Dipirona e Ácido Acetil Salicílico (AAS), muitas vezes usados de forma indiscriminada pela população em casos de febre e dores de cabeça, que são justamente sintomas da dengue. Estes medicamentos não são recomendados porque atuam respectivamente na pressão sangüínea e sobre as plaquetas, fatores que são alterados no corpo humano pela dengue.
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