Parcerias estratégicas permitem à Fiocruz crescer, se descentralizar e regionalizar ainda mais a sua ciência
Na última reunião do Conselho Deliberativo do IOC, um tema dominou a pauta: a proposta do governo federal, do Ministro da Saúde e do presidente da Fiocruz de implantar novas Unidades da Fundação em outros Estados brasileiros. Essa proposta está expressa em recursos do Plano de Aceleração do Crescimento da Saúde (PAC) e de outros segmentos econômicos para essa finalidade, em movimentos de articulação política de alguns governadores e lideranças estaduais e na atualização das diretrizes institucionais da Fiocruz, feita recentemente no Coletivo de Gestores, realizado em Angra dos Reis (com a participação de mais de 30 delegados do IOC).
A criação de novas Unidades passará sempre pela análise de suas condições pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz, seguindo um roteiro pré-estabelecido para a constituição de um dossiê específico para cada caso de instituição candidata, pré-identificada pela Presidência. Cada dossiê se constitui em: (1) uma análise diagnóstica (situação jurídico-administrativa e de infra-estrutura, situação técnico-científica, situação política, planejamento estratégico e avaliação institucional da relação dessa potencial integração com atividades das Unidades da Fiocruz já em andamento na região); (2) uma avaliação técnico-política feita por um relator que seja membro do CD-Fiocruz (grau de alinhamento com as atividades desenvolvidas na Fiocruz, potencial de contribuição para a ampliação do escopo e da produção científica e tecnológica da Fundação e de suas demais áreas de atuação, potencial de contribuição para a ampliação da área de influência geográfica da Fiocruz, potencial de contribuição para a ampliação da área de influência técnico-política da Fiocruz, viabilidade econômico-financeira e política, potenciais conflitos, entraves ou dificuldades advindas da criação/incorporação da unidade); e finalmente de (c) uma conclusão, com um parecer final e uma proposta sobre a melhor forma de inserção institucional. Depois de todas estas etapas, o CD-Fiocruz analisa o conjunto de informações e delibera.
Amanhã, 30 de novembro, está agendada a primeira deliberação, sobre a criação da Unidade da Fiocruz no Paraná/Curitiba, na qual o laboratório chefiado pelo nosso colega Samuel Goldenberg está diretamente envolvido. Ou seja, mais uma Unidade filha do IOC, como já ocorreu com a Unidade da Bahia, com BioManguinhos e com a Escola Politécnica, que se sentem “filhos” do IOC. O CD-IOC apoiou a criação do futuro Instituto Carlos Chagas, primeira Unidade da Fiocruz na região sul do país. Essa estratégia de descentralização e de crescimento, nucleado fortemente na competência e na capacidade de integração da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico nas necessidades econômicas de diferentes regiões do país, é mais uma contribuição que nossa instituição estará dando ao desenvolvimento nacional.
Nesse caminho, duas outras grandes oportunidades para o crescimento e regionalização da ciência que fazemos no IOC estão se configurando: Mato Grosso do Sul e Ceará. São desafios e oportunidades para consolidar parcerias já existentes e planejar novas parcerias estratégicas.
Tania Araújo-Jorge
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