Pesquisa translacional:
o IOC desenvolve?
O Ministério da Saúde, através de sua Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação em Insumos Estratégicos (SCTIE), organizou essa semana uma reunião para sugerir o lançamento de um programa de apoio à Pesquisa Translacional em Doenças Negligenciadas. Como diretora do IOC, fui chamada a participar. Como contribuir? Como melhor aproveitar essa oportunidade para o Instituto?
Pesquisa Translacional, tradução literal de Translational Research (TR), é um anglicanismo, pois vem do termo em inglês “translate”, que em português é “traduzir”. Trata-se de como traduzir a pesquisa biológica em práticas clínicas. Os periódicos Nature e Science já publicaram números especiais sobre TR. Há um periódico da Elsevier chamado Translational Research com 2.02 de fator de impacto (FI) e outro, com livre acesso pela BioMed Central, chamado Journal of Translational Medicine, com 2.94 de FI.
O INCA tem um curso de um ano de “Pesquisa Clínica Integrada Translacional”. E o IOC? Como saber quais os resultados de nossa pesquisa básica que estão sendo traduzidos em práticas no sistema de saúde? Como agregar valor a esses resultados? Nossos indicadores atuais disponíveis no sistema Coleta-IOC não dão visibilidade a isso e nem valorizam especificamente tais resultados. Deveriam? Sabemos que os pesquisadores do IOC realizam pesquisa pré-clinica e clínica em diversos laboratórios; iniciamos a organização de uma Rede de Pesquisa Clínica no IOC, mas optamos por não criar uma “Área de Pesquisa Clínica” por entender que seria transversal a todas as demais Áreas, tanto estruturadas por agravos como por abordagens. Mas com isso não demos ainda o necessário salto na identificação de nossas competências acumuladas no campo, nem das parcerias já existentes ou ainda necessárias de serem estabelecidas.
Há, portanto, muito o que aperfeiçoar nesse campo. [+]mais
Tania Araújo-Jorge
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