04 / 07/ 2005
IOC: 25 anos de dedicação à Imunologia
Instituto foi o primeiro da América Latina a isolar o vírus da AIDS
O Departamento de Imunologia do IOC comemorou 25 anos na última terça-feira, criado que foi em 28 de junho de 1980. O homenageado foi Bernardo Galvão Castro Filho, seu fundador e primeiro chefe. Um dos maiores especialistas em Aids no país, Galvão coordena o Laboratório Avançado de Saúde Pública do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, em Salvador.
As pesquisas em Imunologia no IOC deram importantes contribuições para o estudo, prevenção e diagnóstico das principais endemias brasileiras. Hoje, o Departamento chefiado por um de seus primeiros pesquisadores, Cláudio Tadeu Daniel Ribeiro, conta com 8 laboratórios dedicados ao conhecimento de doenças como Aids, malária, leishmaniose e doença de Chagas.

Marco histórico. Com apenas sete anos, o Departamento se destacava por um dos seus maiores feitos: coordenada por Galvão, a equipe de pesquisa isolou o HIV, agente causador da Aids, pela primeira vez no Brasil e na América Latina. Não mais que quatro anos depois de o Instituto Pasteur da França ter isolado o vírus pela primeira vez.
A conquista do Departamento, e do IOC, ampliou a projeção internacional da Fundação e do país, possibilitou grande avanço científico e um passo fundamental para a contenção da doença. A Aids espalhou-se rapidamente pelos continentes, é ainda um dos grandes problemas de Saúde Pública no Brasil e, muito mais grave, no continente Africano.
Nestes 25 anos, o Departamento de Imunologia formou 79 doutores e 123 mestres. Nos últimos 5 anos (de 1999 a 2004), foi responsável por 11% das publicações de todo o IOC. Das suas 241 publicações, 211 foram editadas em revistas indexadas.
A pesquisa não pode parar. Galvão Filho segue dedicado ao estudo do vírus HTLV, pertencente à mesma família do HIV. No Laboratório chefiado pelo pesquisador são estudadas, no momento, duas linhas de pesquisa: técnicas imunomoleculares para o diagnóstico do vírus, e o impacto que o HTLV causa em patologias relacionadas.
Segundo Galvão Filho, pesquisa recente do Laboratório identificou, entre outras informações, que 50 mil indivíduos, ou seja, 2% da população de Salvador, na Bahia, está infectada com o vírus do HTLV. No Brasil, estimou Galvão: há cerca de 1 milhão e 800 mil pessoas contaminadas.
O HTLV é transmitido da mesma forma que o HIV, pelo sangue, agulhas contaminadas, relações sexuais, de mãe para filho e por meio do aleitamento materno. E pode provocar doenças neurodegenerativas, paralisia dos membros inferiores e superiores e uma forma raríssima de leucemia (doença que destrói as células de defesa do organismo).
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