Primeiro workshop nacional sobre hantavirose reúne pesquisadores do Brasil e do mundo para discutir o tema
O I Workshop Nacional Sobre Pesquisas Aplicadas em Hantavírus, que acontece de 25 a 28 de abril em Campo Grande (MS), reunirá pela primeira vez cientistas de centros de pesquisa de todo o Brasil que estudam a doença, identificada no país em 1993. Organizado pela Opas, o CNPq, o Ministério da Saúde, a Fiocruz, a Secretaria de Estado de Saúde e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, o evento contará também com a presença de pesquisadores internacionais: James N. Mills, do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), Paula Padula, do Instituto Malbran, e Delia Enria, do Instituto Nacional de Enfermidades Virais Humanas, ambas da Argentina. Especialistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), referência regional para hantavirose no Sudeste do país, também participam do evento.
Para discutir a área temática Ambientes e Reservatórios, a pesquisadora Elba Lemos, do Laboratório de Hantavirose e Rickettsiose do IOC, de referência regional para hantavirose, apresentará os primeiros resultados do projeto Detecção e Caracterização de Hantavírus em Roedores Silvestres Capturados em Áreas de Ocorrência da Síndrome Pulmonar por Hantavírus e em Áreas sem Relato de Casos no Brasil . Iniciado em janeiro de 2005 sob a coordenação da pesquisadora e de Paulo Sérgio D'Andréa , chefe do Laboratório de Biologia e Controle de Esquistossomose do IOC, o projeto pretende avaliar a infecção por hantavírus em animais silvestres – seu principal reservatório – em diferentes regiões do Brasil. Na primeira etapa do trabalho, realizada em campo e em fase de finalização, foram coletadas amostras biológicas de roedores de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. Nos próximos meses, serão aplicadas as técnicas laboratoriais de sorologia e biologia molecular para que o projeto possa ser concluído em dezembro de 2006.
Três projetos complementares a este também serão expostos no workshop por pesquisadores do IOC: Hantavírus no Mato Grosso do Sul: Estudo e Prevalência de Infecção na População Indígena Terena e em Roedores Capturados na Área , produto do mestrado em Biologia Parasitária de Fabiana Serra, será apresentado por sua colaboradora Camila Bragagnolo; Estudo Longitudinal de Populações de Roedores em uma Área de Ocorrência de SCPH , por Renata de Oliveira , e Estudos de Longo Prazo sobre Reservatórios Potenciais de Hantavírus em Áreas sem Casos Humanos de SCPH , por Bernardo Teixeira.
“Essa é a primeira oportunidade para que pesquisadores que trabalham com hantavírus no Brasil possam se encontrar e trocar informações e experiências sobre seus estudos”, Elba avalia. “E isso é fundamental para o progresso das pesquisas”, comemora.
Por Isabel Levya
20/04/2006
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