Curso Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária completa 25 anos

Um curso inovador, que prepare tecnologistas de excelência para a pesquisa biomédica. Foi a partir deste ideal que, há 25 anos, o então diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), José Rodrigues Coura, conferiu ao pesquisador Henry Willcox a responsabilidade de criar o hoje consagrado Curso Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária do IOC. Um quarto de século depois, a sensação é de dever cumprido – e de muito trabalho pela frente. A data será comemorada em edição especial do Centro de Estudos do IOC, na próxima sexta-feira, 15 de dezembro, às 10 horas. O evento, que integra a confraternização de final de ano do Ensino/IOC, reunirá personagens que fizeram e fazem parte da história do curso para relembrar e homenagear sua trajetória.

Gutemberg Brito
Luana Liebscher Vidal e Emílson Domingos da Silva representam diferentes gerações dos alunos do curso: ela recebe o diploma este ano, ele integrou a primeira turma, em 1981

“O Curso Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária é o feito mais importante da minha primeira gestão como diretor do IOC: é um curso inovador desde sua criação, pois é o único no Brasil empenhado em formar tecnologistas de alto nível para pesquisa em si, não somente para laboratório, preparados para fazer a pesquisa e para apoiar pesquisadores em suas atividades. É uma fonte de profissionais de qualidade para a pesquisa e três pessoas foram essenciais para sua criação e consolidação: o saudoso  Henry Willcox;  Moacélio Verânio da Silva Filho, hoje pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz; e a atual coordenadora,  Regina Amendoeira”, Coura reconhece.

“O curso é o início da vida profissional de muitos alunos. Eles recebem uma formação completa, que hoje conta com 16 disciplinas teóricas, todas ministradas por pesquisadores em exercício e complementadas por estágio curricular em laboratório de pesquisa durante um ano. Assim, os alunos se tornam profissionais de primeira qualidade, disputadíssimos por laboratórios e com ótimos resultados em concursos públicos”,  Regina Amendoeira garante. “Prova disso é o grande número de pesquisadores, doutores e chefes de laboratório, formados pelo curso”, completa.

Gutemberg Brito
Reunidos para gravação do documentário Curso Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária do IOC: uma história de 25 anos, ex-alunos de diferentes turmas do curso relembram a tradicional pose para foto de formatura

Emílson Domingos da Silva, tecnologista de Biomanguinhos, é um exemplo deste perfil: aluno da primeira turma do curso, iniciou a carreira científica logo depois de formado, ao ser contratado pelo Laboratório de Enterobactérias do IOC. “O curso foi o marco inicial da minha vida profissional e influencia minha atuação até hoje. Tenho em mim muito do espírito do dr. Henry, de ser um profissional competente, que preza pela realização da pesquisa e espera contribuir, através dela, para a melhoria da saúde da população”, o tecnologista afirma.

Luana Liebscher Vidal, formanda da turma de 2006, compartilha a opinião de Emílson: “Quero trabalhar com genética e sei que o curso é muito importante para que eu mesma possa executar as pesquisas, como tecnologista. Sei que estarei bem formada para isso porque tive a oportunidade de aprender com pesquisadores de ponta, que vivenciam o que estão ensinando. Isso faz toda a diferença.”

Ex-aluna, professora e coordenadora adjunta do curso, Luzia Caputo, tecnologista do Laboratório de Patologia do IOC, aponta a importância da participação de pesquisadores atuantes e a constante atualização das disciplinas como características essenciais ao sucesso registrado durante esses 25 anos. “O curso precisa ser extremamente dinâmico porque a ciência está em constante evolução e a presença de pesquisadores é fundamental para a transmissão atualizada do conhecimento”, Luzia avalia. Regina completa: “Durante os nossos 16 anos de coordenação do curso, sempre tivemos a preocupação  da renovação, como por exemplo com a atualização de disciplinas: algumas, presentes nos primeiros anos do curso, não existem mais. Foram incluídas outras, como Biossegurança, Ultra-estrutura e Biologia Molecular”, considera.

Gutemberg Brito
Diretor do IOC à época da criação do curso, o hoje pesquisador emérito da Fiocruz, José Rodrigues Coura, observa foto de formatura da turma de 1981, cedida por Marli Willcox (ao fundo)

Essas características, que garantem a qualidade da formação dos alunos, foram em parte desenhadas pelo pesquisador Henry Willcox, há 25 anos – prova de que a dedicação é a melhor receita para o sucesso. “O Henry sempre esteve mais envolvido com ensino e prática laboratorial que com pesquisa clínica. A criação do Curso Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária era um verdadeiro sonho. Eu participei da criação do curso como colaboradora e pude acompanhar de perto o envolvimento de todos. É muito gratificante perceber, 25 anos depois, que o sonho tornou-se realidade e faz parte da vida de muitos profissionais” conta Marli Willcox, viúva de Henry e secretária do curso durante 15 anos. Para registrar a data, o documentário Curso Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz: uma história de 25 anos foi produzido pelo Setor de Produção e Tratamento de Imagens do IOC e será apresentado na edição especial do Centro de Estudos.

Bel Levy
12/11/06