No Dia Mundial de Combate à Hanseníase, o Centro de Referência Nacional informa sobre a doença que atinge 43 mil pessoas por ano no país

A hanseníase é uma doença milenar – referências mais remotas datam de 600 a .C. –, que quando não diagnosticada e tratada precocemente pode levar a deformidades. A infecção tem cura e o tratamento é gratuito, disponível nas unidades de saúde de todo o Brasil.

No Dia Mundial de Combate à Hanseníase, 30 de janeiro, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) reforça a importância de superar o estigma do preconceito que ainda hoje acompanha a doença e lembra que a Unidade Assistencial do Laboratório de Hanseníase do IOC, que é Centro Nacional de Referência para a infecção, está sempre de portas abertas para o atendimento e o esclarecimento da população.

O que é?

Classificada como uma doença infecto-contagiosa crônica, a hanseníase é causada pela bactéria denominada Mycobacterium leprae , conhecida como bacilo de Hansen. A infecção não é transmitida de forma hereditária. Endêmica no Brasil, segundo o Ministério da Saúde a cada ano são diagnosticados no país em torno de 43 mil casos novos da doença. Nos dados da Organização Mundial de Saúde, em 2005 o Brasil aparece como o quinto país do mundo em número de casos.

Foto:OMS
A bactéria Mycobacterium leprae ,
causadora da hanseníase,
em imagem registada em microscópio

 


 

 

Sintomas

•  Manchas brancas ou avermelhadas sem sensibilidade para frio, calor, dor e tato

•  Sensação de formigamento, dormência ou fisgadas nas extremidades

•  Aparecimento de caroços e placas pelo corpo

•  Dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés

•  Diminuição da força muscular

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é essencialmente clínico, feito a partir do exame da pele e dos nervos periféricos. Também é feita a investigação da história epidemiológica, na busca de informações sobre a possível convivência com pacientes da forma contagiosa da infecção. Excepcionalmente são necessários exames laboratoriais complementares, como a baciloscopia ou biopsias cutâneas.

A hanseníase pode ser classificada em paucibacilar (PB) – quando o paciente apresenta um número reduzido de lesões e não transmite a infecção – ou multibacilar (MB) – quando são encontradas lesões disseminadas.

Transmissão

Apenas os pacientes multibacilares sem tratamento transmitem a infecção. Pacientes em tratamento regular e pessoas que já receberam alta não transmitem a doença. É importante ressaltar que a contaminação por contato social é pouco provável. Por fatores genéticos de resistência e suscetibilidade, somente 5% das pessoas que entram em contato com um portador de hanseníase desenvolvem a doença.

O período de incubação, da infecção à manifestação da doença, tem duração média de três anos e a evolução do quadro clínico depende do sistema imunológico do paciente.

Tratamento

O tratamento, denominado poliquimioterapia (PQT), é gratuito, administrado por via oral e está disponível em unidades públicas de saúde de todo o Brasil. A PQT consiste na associação de duas ou três das substâncias rifampicina, clofazimina e dapsona, em uma combinação definida a partir do tipo de hanseníase desenvolvido – PB ou MB. Completado o tratamento com regularidade, que leva seis meses para os casos de hanseníase PB e 12 meses para os casos MB, o paciente recebe alta e é considerado curado.

O tratamento da hanseníase é uma das atribuições das unidades de atendimento básico do Sistema Único de Saúde e, portanto, seus profissionais de saúde estão aptos a diagnosticar e acompanhar o tratamento dos pacientes. O IOC participa desta rede de atenção através da Unidade de Atendimento do Laboratório de Hanseníase, que realiza cerca de seis mil atendimentos por ano além de desenvolver ações de prevenção, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação na área.

Para mais informações:

Ambulatório de Hanseníase do IOC

(21) 2598-4346 / 2270-8747

Morhan - Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase

O Morhan é uma entidade sem fins lucrativos, com núcleos espalhados por todo o país, que tem o objetivo de combater o preconceito aos portadores de hanseníase e promover a reintegração social dos pacientes.

0800-26-2001 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h) 

http://www.morhan.org.br

Por Bel Levy
31/01/06

 

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