Pesquisador do IOC especialista em doença de Chagas
torna-se professor emérito da UFRJ
O tropicalista José Rodrigues Coura recebeu em agosto a segunda colocação da categoria Ciências Naturais e da Saúde do Prêmio Jabuti, mais importante da literatura brasileira, como organizador do livro Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Somam-se a seu currículo os títulos de membro das Academias Nacional de Medicina e Brasileira de Ciências, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e do grupo de estudos sobre doença de Chagas da Organização Mundial de Saúde, membro associado ao NIH (National Institutes of Health – EUA) e do Comitê de Pesquisa Médica da Comunidade Européia. Mas provavelmente nenhum reconhecimento foi tão caro ao chefe do Departamento de Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) como o recebido no último dia 5 de outubro: o de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde formou-se em medicina e deu início a sua carreira como professor na década de 1960.
Foto Gutemberg Brito |
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Coura recebe os cumprimentos de Paulo Buss, presidente da Fiocruz, observado por Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC (ao centro) |
Um dos principais especialistas em doença de Chagas no Brasil, Coura recebeu a láurea junto ao otorrinolaringologista Arthur Octávio Kós, que foi seu colega de turma na então Escola Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. “O título de Professor Emérito constitui a mais alta categoria docente concedida dentro da universidade”, afirmou Aloysio Teixeira, reitor da UFRJ, mais antiga instituição de ensino superior do país. “Vocês a alcançaram porque, acima de ensinar, foram destacados na capacidade de educar, de moldar personalidades”, disse, referindo-se a Coura e Kós. “Coura tem o estoicismo dos paraibanos”, destacou o professor Sérgio Pereira Novis em discurso em homenagem ao pesquisador. “Hoje, ingressa na ilustre galeria dos mais altos mestres da universidade por decisão unânime do Conselho Universitário.”
Contundente em seu discurso, Coura ressaltou as deformações das reformas sofridas pelo ensino médio nas últimas décadas e criticou a idéia de que a reestruturação curricular do curso de medicina seria capaz de, por si, melhorar o ensino. Destacou, ainda, a relevância da pesquisa para a formação médica, ressaltando relevu a r iquei os melhores anos da minha vida"utos imaginaçrmou-se em medicina em 1957 e deu in que o pesquisador deve possuir como atributos indispensáveis imaginação, criatividade, perseverança e espírito crítico. “É uma honra receber este reconhecimento no lugar onde me formei e ao qual dediquei os melhores anos da minha vida”, concluiu, afirmando que na pesquisa não há limites de idade. “Não existe abismos de gerações na ciência”, afirmou Coura, que se mantém atuante como professor e pesquisador aos 79 anos.
Foto Gutemberg Brito |
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A comenda de honra ao mérito é materializada pela medalha cunhada com a Minerva, símbolo da UFRJ |
“É uma honra para o Instituto Oswaldo Cruz contar em seus quadros de pesquisa com a participação atuante e brilhante do professor Coura, ativo contribuinte para a pesquisa institucional”, admitiu a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge. Presente à cerimônia no auditório lotado por cerca de 200 pessoas, o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, comentou que prêmios que destacam histórias de vida brilhantes como esta reverberam na própria trajetória da Fundação. “Os exemplos são fundamentais, estas figuras que, como pessoas de ciência, olhamos com admiração não só por seu conhecimento, mas por sua conduta como seres humanos”, avaliou o presidente. Também prestigiaram o evento o vice-presidente de Desenvolvimento Institucional e Gestão do Trabalho, Paulo Gadelha; o vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, Reinaldo Guimarães; e os diretores do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), André Gemal, e da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), André Malhão, além de diversos pesquisadores da Fiocruz e do IOC.
Raquel Aguiar
09/10/2006
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