Tradição e inovação
O que fez do IOC um dos mais tradicionais institutos de pesquisa da América Latina foi justamente sua capacidade de inovar. Foi do fôlego criativo e pioneiro dos nossos desbravadores – Oswaldo Cruz, Chagas, Lutz e tantos outros – que o IOC consolidou a sua posição de referência e destaque.
O desafio com o qual nos deparamos hoje é manter o ritmo de inovação sem descuidar do compromisso com a saúde pública brasileira, ao qual somos fiéis desde a nossa origem, que amanhã completa 107 anos.
No IOC, a tradição não é decadente ou ultrapassada, mas é a tradução consolidada daquilo que, um dia, foi inovação ousada, capaz de ultrapassar paradigmas e estabelecer novas dimensões de conhecimento biomédico. E é justamente esta tradição a fonte de credibilidade sempre reciclada da nossa capacidade de inovar.
Hoje, o Instituto inova não apenas no campo da ciência, mas inova a si mesmo ao atravessar, com fôlego e determinação, uma profunda reeestruturação organizacional e de sua gestão científica e administrativa.
Não por coincidência, uma das metas principais deste processo é ampliar a nossa capacidade de inovar, liberando os pesquisadores de muitas cargas burocráticas e deixando-os mais capazes de se dedicar ao trabalho inventivo que toda inovação supõe, sempre assegurando suas atividades gerenciais quando são chefes de laboratório.
Inovar com tradição é desenhar nossas próprias constelações num horizonte que começou a ser descortinado há 107 anos, por alguns dos maiores cientistas que este país já viu. Nossa herança é a tradição de inovar, presente desde nossas raízes. Nosso legado é o ímpeto de ultrapassar nossos próprios limites.
Tania Araújo-Jorge |