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O livro “American Trypanosomiasis: Chagas Disease – One Hundred Years of Research”, editado por Jenny Telleria e Michel Tibayrenc, e publicado pela editora norte-americana Elsevier, traça um panorama da doença de Chagas e discute as últimas descobertas a respeito de três elementos que compõem a cadeia de transmissão: os hospedeiros, os insetos vetores e o parasita causador, o Trypanosoma cruzi. O assunto é abordado por quatro pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) que colaboraram no desenvolvimento de três capítulos do livro.
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Em 870 páginas, a obra relata importantes fatos sobre a doença de Chagas, que causa importantes impactos sócio-econômicos e em saúde pública na América Latina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial consideram a doença de Chagas como a quarta mais relevante doença transmissível nas terras latino-americanas: 120 milhões de pessoas estão potencialmente expostas e entre 16 e 18 milhões estão infectadas, causando até 50 mil mortes por ano. O cálculo sobre a perda de capital humano é impressionante: estima-se que devido à doença são perdidos aproximadamente 2,4 milhões de anos por causa da incapacidade e da mortalidade, com um custo anual de aproximadamente 20 bilhões de euros.
O livro começou a ganhar forma em 2008. O material é dividido em 31 capítulos, estruturados em sete partes – três deles redigidos com a participação de quatro pesquisadores do IOC.
No capítulo de abertura, a pesquisadora Tania de Araújo-Jorge, especialista em doença de Chagas e atual diretora do IOC, destaca a atual situação do agravo. “O livro é relevante para os estudos sobre esta doença e contempla o centenário da descoberta feita por Carlos Chagas”, descreve. “É mais uma iniciativa para consolidar a pesquisa sobre a doença de Chagas e dar visibilidade a autores que compõem uma rede internacional sobre o assunto”, completa, acrescentado que está satisfeita com o resultado final do livro.
No oitavo capítulo, o pesquisador Fernando Monteiro escreve sobre a genética de populações de triatomíneos (vetores da doença de Chagas) e avalia como este tipo de estudo pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias de controle mais eficazes.
Já no capítulo onze, dedicado aos reservatórios mamíferos domésticos e selvagens do Trypanosoma cruzi, é assinado pelos pesquisadores Ana Maria Jansen e André Luiz Rodrigues Roque, do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos.
João Paulo Soldati
05/10/2010
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)