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Hepatite B, raiva, tuberculose e dengue são destaques em edição das Memórias do IOC

memorias junhoA presença da Mycobacterium tuberculosis no Rio de Janeiro, as espécies de vetores da doença de Chagas e a descrição da ultra-estrutura da infecção do vírus da raiva em neurônios sensoriais são temas da última edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.
Por Jornalismo IOC30/07/2007 - Atualizado em 10/12/2019

A presença da Mycobacterium tuberculosis no Rio de Janeiro, as espécies de vetores da doença de Chagas do gênero Triatoma e a descrição da ultra-estrutura da infecção do vírus da raiva em neurônios sensoriais cultivados em laboratório são alguns dos temas da última edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

Em um dos artigos, a associação do polimorfismo genético de citoquinas com a evolução da infecção por hepatite B em pacientes adultos foi tema de investigação realizada por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá. A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) apresenta diferentes formas de evolução, desde a infecção autolimitada até a doença hepática crônica. Os pacientes foram divididos em dois grupos, um com HBV crônica e outro com infecção autolimitada. Apesar de nenhuma diferença estatística significante ter sido detectada entre os dois grupos, os pesquisadores detectaram distinções que poderão contribuir para um melhor entendimento da influência do polimorfismo genético de citoquinas na evolução da infecção da hepatite B (HBV).

Em outro artigo sobre hepatite, pesquisadores nigerianos identificaram a soroprevalência das hepatites B e C em indivíduos com HIV-1 em uma região deste país. O estudo alerta para a importância de considerar esta realidade na escolha da terapia adequada para o problema.

De autoria de pesquisadores colombianos, o artigo Descrição da ultra-estrutura da infecção do vírus da raiva em neurônios sensoriais cultivados divulgou resultados sobre a produção de culturas primárias a partir dos gânglios espinhais de ratos adultos para realizar a descrição ultra-estrutural da infecção do vírus da raiva (RABV) em culturas de neurônios sensoriais destes animais. Estudos anteriores indicam que neurônios sensoriais mostraram grande suscetibilidade à infecção por RABV, o que pode sugerir um importante caminho para a investigação do tema.

A bactéria que provoca a maioria dos casos de tuberculose também foi tema de um dos artigos. Impressão de linhagens da Mycobacterium tuberculosis em Centros Comunitários de Saúde no Rio de Janeiro, artigo de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, do Laboratório Central Noel Nutels (RJ), da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e do Programa Acadêmico em Tuberculose da UFRJ, analisou o perfil do DNA de linhagens da Mycobacterium tuberculosis retirados de pacientes em centros de saúde do Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada como forma de verificar possíveis fatores de risco para a transmissão da tuberculose. O estudo foi feito entre julho e dezembro de 1996 a partir da coleta da saliva de 489 pacientes em 11 diferentes centros de saúde pública. Informações bacteriológicas, clínicas e epidemiológicas foram registradas.

Utilizando microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (SEM, na sigla em inglês), um dos artigos registra estudo do escutelo em oito espécies de vetores da doença de Chagas do gênero Triatoma (Hemiptera, Reduviidae). A pesquisa, realizada pelo Laboratório em Taxonomia de Triatomíneos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Universidade de Antioquia da Colômbia, Departamento de Ciências Biológicas da Unesp e Faculdade de Saúde Pública da USP, analisou a morfologia externa do escutelo (parte posterior do dorso) por meio da microscopia óptica e da microscopia eletrônica de varredura em espécies de machos do Triatoma costalimai, T. delpontei, T. eratyrusiformis, T. matogrossensis, T. infestans melanosoma, T. sherlocki, T. tibiamaculata, e T. vandae. O estudo baseado em microscopia eletrônica de varredura mostrou que o escutelo possui diferentes formas e tamanhos, permitindo o uso desta estrutura para apoiar no diagnóstico das espécies de Triatoma.

No Pará, um estudo descreveu as relações genéticas entre o astrovírus humano tipo 8 (HAstV-8) detectado na cidade brasileira de Belém, durante coleta realizada em um hospital local na década de 90. Esta linhagem foi comparada com outras linhagens do HAstV-8 que estavam disponíveis em um banco de genes. Por meio de seqüenciamento de nucleotídeos, uma grande similaridade foi identificada entre a linhagem encontrada em Belém e linhagens identificadas em outras partes do mundo. O estudo foi feito por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), do Instituto Evandro Chagas (PA), da Universidade Estadual do Pará e da Universidade Federal de Minas Gerais.

A resenha apresentada nesta edição, realizada por pesquisadoras da USP e da Faculdade de Medicina de Marília (SP), comenta as perspectivas no controle de doenças infecciosas por mosquitos transgênicos na era pós-genômica. Doenças veiculadas por artrópodes causadas por uma variedade de microorganismos, tais como o vírus da dengue e os parasitos da malária, afligem bilhões de pessoas em todo o mundo, causando grandes perdas econômicas e sociais. Apesar de muitos esforços, as vacinas contra doenças transmitidas por mosquitos, com exceção da febre amarela, não estão disponíveis. O controle de tais patógenos infecciosos é realizado principalmente por meio do monitoramento do vetor e do tratamento de indivíduos afetados com a utilização de remédios.

Segundo a resenha, no entanto, o número de insetos resistentes a inseticidas e parasitos resistentes a drogas têm crescido. Nos últimos anos, diversos dados foram produzidos por pesquisas na área da genômica e da pós-genômica. A partir disso, muitos grupos de cientistas têm trabalhado em diferentes estratégias para controlar doenças infecciosas veiculadas por artrópodes. A resenha se concentra nos recentes avanços e perspectivas em direção à utilização de mosquitos transgênicos refratários para combater a transmissão de parasitos da malária e do vírus da dengue.

Acesse a edição de junho de 2007 das Memórias do IOC em http://memorias.ioc.fiocruz.br/5769.htm

memorias junhoA presença da Mycobacterium tuberculosis no Rio de Janeiro, as espécies de vetores da doença de Chagas e a descrição da ultra-estrutura da infecção do vírus da raiva em neurônios sensoriais são temas da última edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.
Por: 
jornalismo

A presença da Mycobacterium tuberculosis no Rio de Janeiro, as espécies de vetores da doença de Chagas do gênero Triatoma e a descrição da ultra-estrutura da infecção do vírus da raiva em neurônios sensoriais cultivados em laboratório são alguns dos temas da última edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

Em um dos artigos, a associação do polimorfismo genético de citoquinas com a evolução da infecção por hepatite B em pacientes adultos foi tema de investigação realizada por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá. A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) apresenta diferentes formas de evolução, desde a infecção autolimitada até a doença hepática crônica. Os pacientes foram divididos em dois grupos, um com HBV crônica e outro com infecção autolimitada. Apesar de nenhuma diferença estatística significante ter sido detectada entre os dois grupos, os pesquisadores detectaram distinções que poderão contribuir para um melhor entendimento da influência do polimorfismo genético de citoquinas na evolução da infecção da hepatite B (HBV).

Em outro artigo sobre hepatite, pesquisadores nigerianos identificaram a soroprevalência das hepatites B e C em indivíduos com HIV-1 em uma região deste país. O estudo alerta para a importância de considerar esta realidade na escolha da terapia adequada para o problema.

De autoria de pesquisadores colombianos, o artigo Descrição da ultra-estrutura da infecção do vírus da raiva em neurônios sensoriais cultivados divulgou resultados sobre a produção de culturas primárias a partir dos gânglios espinhais de ratos adultos para realizar a descrição ultra-estrutural da infecção do vírus da raiva (RABV) em culturas de neurônios sensoriais destes animais. Estudos anteriores indicam que neurônios sensoriais mostraram grande suscetibilidade à infecção por RABV, o que pode sugerir um importante caminho para a investigação do tema.

A bactéria que provoca a maioria dos casos de tuberculose também foi tema de um dos artigos. Impressão de linhagens da Mycobacterium tuberculosis em Centros Comunitários de Saúde no Rio de Janeiro, artigo de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, do Laboratório Central Noel Nutels (RJ), da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e do Programa Acadêmico em Tuberculose da UFRJ, analisou o perfil do DNA de linhagens da Mycobacterium tuberculosis retirados de pacientes em centros de saúde do Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada como forma de verificar possíveis fatores de risco para a transmissão da tuberculose. O estudo foi feito entre julho e dezembro de 1996 a partir da coleta da saliva de 489 pacientes em 11 diferentes centros de saúde pública. Informações bacteriológicas, clínicas e epidemiológicas foram registradas.

Utilizando microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (SEM, na sigla em inglês), um dos artigos registra estudo do escutelo em oito espécies de vetores da doença de Chagas do gênero Triatoma (Hemiptera, Reduviidae). A pesquisa, realizada pelo Laboratório em Taxonomia de Triatomíneos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Universidade de Antioquia da Colômbia, Departamento de Ciências Biológicas da Unesp e Faculdade de Saúde Pública da USP, analisou a morfologia externa do escutelo (parte posterior do dorso) por meio da microscopia óptica e da microscopia eletrônica de varredura em espécies de machos do Triatoma costalimai, T. delpontei, T. eratyrusiformis, T. matogrossensis, T. infestans melanosoma, T. sherlocki, T. tibiamaculata, e T. vandae. O estudo baseado em microscopia eletrônica de varredura mostrou que o escutelo possui diferentes formas e tamanhos, permitindo o uso desta estrutura para apoiar no diagnóstico das espécies de Triatoma.

No Pará, um estudo descreveu as relações genéticas entre o astrovírus humano tipo 8 (HAstV-8) detectado na cidade brasileira de Belém, durante coleta realizada em um hospital local na década de 90. Esta linhagem foi comparada com outras linhagens do HAstV-8 que estavam disponíveis em um banco de genes. Por meio de seqüenciamento de nucleotídeos, uma grande similaridade foi identificada entre a linhagem encontrada em Belém e linhagens identificadas em outras partes do mundo. O estudo foi feito por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), do Instituto Evandro Chagas (PA), da Universidade Estadual do Pará e da Universidade Federal de Minas Gerais.

A resenha apresentada nesta edição, realizada por pesquisadoras da USP e da Faculdade de Medicina de Marília (SP), comenta as perspectivas no controle de doenças infecciosas por mosquitos transgênicos na era pós-genômica. Doenças veiculadas por artrópodes causadas por uma variedade de microorganismos, tais como o vírus da dengue e os parasitos da malária, afligem bilhões de pessoas em todo o mundo, causando grandes perdas econômicas e sociais. Apesar de muitos esforços, as vacinas contra doenças transmitidas por mosquitos, com exceção da febre amarela, não estão disponíveis. O controle de tais patógenos infecciosos é realizado principalmente por meio do monitoramento do vetor e do tratamento de indivíduos afetados com a utilização de remédios.

Segundo a resenha, no entanto, o número de insetos resistentes a inseticidas e parasitos resistentes a drogas têm crescido. Nos últimos anos, diversos dados foram produzidos por pesquisas na área da genômica e da pós-genômica. A partir disso, muitos grupos de cientistas têm trabalhado em diferentes estratégias para controlar doenças infecciosas veiculadas por artrópodes. A resenha se concentra nos recentes avanços e perspectivas em direção à utilização de mosquitos transgênicos refratários para combater a transmissão de parasitos da malária e do vírus da dengue.

Acesse a edição de junho de 2007 das Memórias do IOC em http://memorias.ioc.fiocruz.br/5769.htm

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)