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Interação molecular presente no cérebro é verificada também no sistema imune

Dr_savino1Estudo comprova que interação molecular descrita no sistema nervoso também está presente no timo, órgão do sistema imune, e constatou respostas biológicas comuns nos dois casos
Por Jornalismo IOC31/08/2007 - Atualizado em 10/12/2019

Descoberta traz novas perspectivas para o tratamento de imunodeficiências, como a Aids

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), em estudo conjunto desenvolvido com pesquisadores franceses no contexto do programa de cooperação bi-lateral Fiocruz-Inserm, comprovaram que uma interação molecular responsável por orientar o deslocamento dos neurônios também atua guiando células do sistema imune, em especial os linfócitos T, que desempenham importante função na defesa do corpo humano contra vírus e microrganismos. O estudo verificou pela primeira vez que a interação molecular, originalmente descrita no sistema nervoso, também está presente no
timo - orgão do sistema imune onde se formam os linfócitos T - e constatou respostas biológicas comuns nos dois casos.

São vocábulos comuns utilizados pelo sistema imune e o sistema nervoso, compara Wilson Savino, chefe do Laboratório de Pesquisas Sobre o Timo do IOC e coordenador do estudo. No timo, a interação que envolve a molécula Semaforina 3A e o receptor Neuropilina induz uma repulsão ao movimento das células para fora do órgão. Este processo é importante porque os linfócitos T saem do timo para colonizar órgãos linfóides periféricos, como baço, gânglios e amídalas, e a partir daí articulam a resposta imune do indivíduo. Se estas células não saem do timo, ocorre o que chamamos de imunodeficiência severa esclarece.

Gutemberg Brito
O estudo remete a uma área recente da ciência - a neuroimunomodulação - que investiga interações entre os sistemas nervoso, imune e endócrino

De acordo com o pesquisador, desdobramentos importantes podem surgir a partir dos resultados do estudo, realizado em material humano. Há 21 anos publiquei o primeiro trabalho mostrando que o timo de indivíduos soropositivos para o HIV está alterado e exporta um número muito baixo de linfócitos T. O trabalho mostra a possibilidade desta interação molecular eventualmente ser utilizada como alvo de uma intervenção terapêutica para melhorar a saída de linfócitos em uma determinada condição patológica, Savino explica, ressaltando que o laboratório estuda os mecanismos que governam a migração dos linfócitos T para fora do timo há mais de dez anos. Investigamos esta migração dos linfócitos, incluindo sua saída, em condições normais e também na presença de determinados desvios patológicos, ou seja, em doenças que possam alterar este processo, complementa.

A pesquisa, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, da Academia de Ciências dos Estados Unidos, é fruto de cooperação iniciada há mais de 25 anos entre o laboratório do IOC e pesquisadores franceses. O trabalho foi forjado no contexto da existência de um laboratório de imunologia franco-brasileiro, situado em Paris, que surgiu em decorrência destes anos de cooperação, Savino conta.

Por tratar de semelhanças de sintaxe entre o sistema imune e o sistema nervoso, o estudo remete a uma área relativamente nova da ciência, denominada neuroimunomodulação, que investiga as interações entre os sistemas nervoso, imune e endócrino. O Laboratório de Pesquisas Sobre o Timo do IOC desenvolve há vários anos estudos sobre o tema e o primeiro artigo que publicamos sobre neuroimunomodulação é de 1984, destaca o pesquisador, que é o novo editor-chefe da Revista NeuroImmunoModulation da editora Karger e o responsável pela organização da sétima edição do Congresso Internacional de Neuroimunomodulação, que acontece em abril de 2008 no Rio de Janeiro.

Renata Fontoura

Dr_savino1Estudo comprova que interação molecular descrita no sistema nervoso também está presente no timo, órgão do sistema imune, e constatou respostas biológicas comuns nos dois casos
Por: 
jornalismo

Descoberta traz novas perspectivas para o tratamento de imunodeficiências, como a Aids

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), em estudo conjunto desenvolvido com pesquisadores franceses no contexto do programa de cooperação bi-lateral Fiocruz-Inserm, comprovaram que uma interação molecular responsável por orientar o deslocamento dos neurônios também atua guiando células do sistema imune, em especial os linfócitos T, que desempenham importante função na defesa do corpo humano contra vírus e microrganismos. O estudo verificou pela primeira vez que a interação molecular, originalmente descrita no sistema nervoso, também está presente no

timo - orgão do sistema imune onde se formam os linfócitos T - e constatou respostas biológicas comuns nos dois casos.

São vocábulos comuns utilizados pelo sistema imune e o sistema nervoso, compara Wilson Savino, chefe do Laboratório de Pesquisas Sobre o Timo do IOC e coordenador do estudo. No timo, a interação que envolve a molécula Semaforina 3A e o receptor Neuropilina induz uma repulsão ao movimento das células para fora do órgão. Este processo é importante porque os linfócitos T saem do timo para colonizar órgãos linfóides periféricos, como baço, gânglios e amídalas, e a partir daí articulam a resposta imune do indivíduo. Se estas células não saem do timo, ocorre o que chamamos de imunodeficiência severa esclarece.


Gutemberg Brito

Savino

O estudo remete a uma área recente da ciência - a neuroimunomodulação - que investiga interações entre os sistemas nervoso, imune e endócrino

De acordo com o pesquisador, desdobramentos importantes podem surgir a partir dos resultados do estudo, realizado em material humano. Há 21 anos publiquei o primeiro trabalho mostrando que o timo de indivíduos soropositivos para o HIV está alterado e exporta um número muito baixo de linfócitos T. O trabalho mostra a possibilidade desta interação molecular eventualmente ser utilizada como alvo de uma intervenção terapêutica para melhorar a saída de linfócitos em uma determinada condição patológica, Savino explica, ressaltando que o laboratório estuda os mecanismos que governam a migração dos linfócitos T para fora do timo há mais de dez anos. Investigamos esta migração dos linfócitos, incluindo sua saída, em condições normais e também na presença de determinados desvios patológicos, ou seja, em doenças que possam alterar este processo, complementa.

A pesquisa, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, da Academia de Ciências dos Estados Unidos, é fruto de cooperação iniciada há mais de 25 anos entre o laboratório do IOC e pesquisadores franceses. O trabalho foi forjado no contexto da existência de um laboratório de imunologia franco-brasileiro, situado em Paris, que surgiu em decorrência destes anos de cooperação, Savino conta.

Por tratar de semelhanças de sintaxe entre o sistema imune e o sistema nervoso, o estudo remete a uma área relativamente nova da ciência, denominada neuroimunomodulação, que investiga as interações entre os sistemas nervoso, imune e endócrino. O Laboratório de Pesquisas Sobre o Timo do IOC desenvolve há vários anos estudos sobre o tema e o primeiro artigo que publicamos sobre neuroimunomodulação é de 1984, destaca o pesquisador, que é o novo editor-chefe da Revista NeuroImmunoModulation da editora Karger e o responsável pela organização da sétima edição do Congresso Internacional de Neuroimunomodulação, que acontece em abril de 2008 no Rio de Janeiro.

Renata Fontoura

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)