Com contribuições importantes para o enfrentamento dos surtos de febre amarela e malária registrados nos últimos anos na região Sudeste, a tese do biólogo Filipe Vieira Abreu foi reconhecida com menção honrosa no Prêmio Capes de Tese. O trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), sob orientação do pesquisador Ricardo Lourenço de Oliveira, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC.
Em sua 15ª edição, o Prêmio Capes de Tese reconhece anualmente os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros, considerando critérios de originalidade e relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, além do valor agregado pelo sistema educacional ao estudante. A tese de Filipe foi agraciada na categoria Ciências Biológicas III, que contempla cursos em imunologia, microbiologia e parasitologia.
À esquerda, Filipe durante atividade de campo. Para o estudo, foram coletados e analisado quase 18 mil mosquitos. Foto: Acervo pessoal“Essa premiação coroa a dedicação e o esforço, não apenas meu, mas de muitas pessoas que colaboraram nesse projeto. É o reconhecimento de que o IOC e especialmente o Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária continuam a cumprir sua função de formação de profissionais qualificados e de respostas à sociedade no que tange a saúde pública”, afirmou Filipe, destacando que a pesquisa contou com a cooperação entre diversos laboratórios do IOC, além do Instituto René-Rachou (Fiocruz-Minas), do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e do Instituto Pasteur, na França.
“A menção honrosa reconhece o IOC como instituição de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico que tem a multiplicidade de expertises e preparo, além da estrutura necessária, para dar respostas originais e aplicáveis para problemas de saúde pública”, comentou Ricardo, que ressaltou ainda o empenho do estudante no desenvolvimento do trabalho. “A tese apresenta um conjunto muito grande de informações, incluindo um extenso trabalho de campo, com mamíferos e insetos, taxonomia de primatas e de mosquitos, estatísticas de ecologia e análises de virologia, parasitologia e sorologia. É um estudo que reúne muitas técnicas diferentes e metodologias desenvolvidas ou aprimoradas para responder as perguntas da pesquisa”, apontou o orientador.
Ao abordar duas infecções diferentes que emergiram no Rio de Janeiro após décadas sem registros no estado, a tese respondeu perguntas importantes para a saúde pública. O estudo identificou as principais espécies de mosquitos silvestres e de primatas envolvidas na disseminação dos agravos, confirmou a infecção humana por parasitos causadores de malária em macacos, afastou a hipótese de transmissão urbana da febre amarela, traçou as rotas de propagação do vírus amarílico e demonstrou a permanência do patógeno na Mata Atlântica por três estações de transmissão seguidas.
Uma das inovações da pesquisa consistiu na formação de uma rede de informantes por aplicativo para obter informações sobre a localização de macacos na mata, o que permitiu a coleta de amostras de 146 animais. Foto: Filipe AbreuO grande esforço para coleta e análise de amostras – que alcançou 146 macacos e quase 18 mil mosquitos em 44 municípios de cinco estados – permitiu investigar ainda a possibilidade de circulação silvestre do vírus Zika. A análise indicou que este fenômeno, registrado em países da África, ainda não ocorre no Brasil. O trabalho também apresentou inovações metodológicas para a coleta de amostras de primatas e para o diagnóstico da malária, que podem contribuir para a vigilância de zoonoses na Mata Atlântica.
Professor do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Filipe enfatiza a ampla formação obtida no doutorado e a possibilidade de aplicação do conhecimento em estudos na região em que se localizam algumas das cidades mais pobres do estado mineiro. “Como professor do IFNMG, recebi licença para realizar o doutorado. A instituição e a sociedade investiram em mim. Fico feliz de ter retornado mais capacitado para pesquisas aqui”, pontua o autor da tese, que atualmente orienta estudantes e desenvolve pesquisas sobre febre amarela, tripanossomatideso e plasmódios na região norte de Minas.
Durante a edição 2020 da Semana da Pós-graduação do IOC, realizada de 14 a 18 de setembro, Filipe foi agraciado com o Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto. Pelo estudo realizado sobre a febre amarela, o biólogo recebeu, no ano passado, o Prêmio Jovem Pesquisador, no 55º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Parasitologia (MedTrop-Parasito 2019). Para saber mais sobre os resultados da tese, clique aqui.
Com contribuições importantes para o enfrentamento dos surtos de febre amarela e malária registrados nos últimos anos na região Sudeste, a tese do biólogo Filipe Vieira Abreu foi reconhecida com menção honrosa no Prêmio Capes de Tese. O trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), sob orientação do pesquisador Ricardo Lourenço de Oliveira, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC.
Em sua 15ª edição, o Prêmio Capes de Tese reconhece anualmente os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros, considerando critérios de originalidade e relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, além do valor agregado pelo sistema educacional ao estudante. A tese de Filipe foi agraciada na categoria Ciências Biológicas III, que contempla cursos em imunologia, microbiologia e parasitologia.
À esquerda, Filipe durante atividade de campo. Para o estudo, foram coletados e analisado quase 18 mil mosquitos. Foto: Acervo pessoal“Essa premiação coroa a dedicação e o esforço, não apenas meu, mas de muitas pessoas que colaboraram nesse projeto. É o reconhecimento de que o IOC e especialmente o Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária continuam a cumprir sua função de formação de profissionais qualificados e de respostas à sociedade no que tange a saúde pública”, afirmou Filipe, destacando que a pesquisa contou com a cooperação entre diversos laboratórios do IOC, além do Instituto René-Rachou (Fiocruz-Minas), do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e do Instituto Pasteur, na França.
“A menção honrosa reconhece o IOC como instituição de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico que tem a multiplicidade de expertises e preparo, além da estrutura necessária, para dar respostas originais e aplicáveis para problemas de saúde pública”, comentou Ricardo, que ressaltou ainda o empenho do estudante no desenvolvimento do trabalho. “A tese apresenta um conjunto muito grande de informações, incluindo um extenso trabalho de campo, com mamíferos e insetos, taxonomia de primatas e de mosquitos, estatísticas de ecologia e análises de virologia, parasitologia e sorologia. É um estudo que reúne muitas técnicas diferentes e metodologias desenvolvidas ou aprimoradas para responder as perguntas da pesquisa”, apontou o orientador.
Ao abordar duas infecções diferentes que emergiram no Rio de Janeiro após décadas sem registros no estado, a tese respondeu perguntas importantes para a saúde pública. O estudo identificou as principais espécies de mosquitos silvestres e de primatas envolvidas na disseminação dos agravos, confirmou a infecção humana por parasitos causadores de malária em macacos, afastou a hipótese de transmissão urbana da febre amarela, traçou as rotas de propagação do vírus amarílico e demonstrou a permanência do patógeno na Mata Atlântica por três estações de transmissão seguidas.
Uma das inovações da pesquisa consistiu na formação de uma rede de informantes por aplicativo para obter informações sobre a localização de macacos na mata, o que permitiu a coleta de amostras de 146 animais. Foto: Filipe AbreuO grande esforço para coleta e análise de amostras – que alcançou 146 macacos e quase 18 mil mosquitos em 44 municípios de cinco estados – permitiu investigar ainda a possibilidade de circulação silvestre do vírus Zika. A análise indicou que este fenômeno, registrado em países da África, ainda não ocorre no Brasil. O trabalho também apresentou inovações metodológicas para a coleta de amostras de primatas e para o diagnóstico da malária, que podem contribuir para a vigilância de zoonoses na Mata Atlântica.
Professor do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), Filipe enfatiza a ampla formação obtida no doutorado e a possibilidade de aplicação do conhecimento em estudos na região em que se localizam algumas das cidades mais pobres do estado mineiro. “Como professor do IFNMG, recebi licença para realizar o doutorado. A instituição e a sociedade investiram em mim. Fico feliz de ter retornado mais capacitado para pesquisas aqui”, pontua o autor da tese, que atualmente orienta estudantes e desenvolve pesquisas sobre febre amarela, tripanossomatideso e plasmódios na região norte de Minas.
Durante a edição 2020 da Semana da Pós-graduação do IOC, realizada de 14 a 18 de setembro, Filipe foi agraciado com o Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto. Pelo estudo realizado sobre a febre amarela, o biólogo recebeu, no ano passado, o Prêmio Jovem Pesquisador, no 55º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e XXVI Congresso da Sociedade Brasileira de Parasitologia (MedTrop-Parasito 2019). Para saber mais sobre os resultados da tese, clique aqui.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)