Os vÃrus influenza, causadores da gripe, circulam em todo o mundo e sofrem mutações frequentes. As vigilâncias epidemiológica e laboratorial são fundamentais para a formulação da vacina, que tem periodicidade anual, e para a captação de cepas virais de potencial pandêmico. A recém-doutora Priscila da Silva Born, da Pós-graduação em Medicina Tropical, realizou um amplo estudo que teve como objetivos identificar variantes dos vÃrus influenza A sazonais (que circulam com maior intensidade no perÃodo do inverno) e verificar a concordância dos vÃrus circulantes com as cepas que compõem as vacinas.
A pesquisa também investigou possÃveis rearranjos dos vÃrus identificados no Brasil após a introdução do subtipo A/H1N1pdm09, responsável pela pandemia de 2009. A tese intitulada 'Evolução dos vÃrus influenza A sazonais no Brasil: mutações e rearranjos' foi orientada pela pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de VÃrus Respiratórios e do Sarampo do IOC.
Na primeira etapa da pesquisa, foram realizadas análises filogenéticas e filogeográficas do vÃrus influenza A(H1N1) pandêmico. Para o estudo, foi utilizado um conjunto de 220 amostras clÃnicas coletadas pela Rede Laboratorial de Vigilância de Influenza.
As amostras positivas para influenza A tiveram o RNA viral extraÃdo, submetido à amplificação e sequenciado. Foram utilizadas diferentes abordagens de sequenciamento do genoma viral, que revelaram a circulação de pelo menos oito grupos genéticos no Brasil no perÃodo de 2009 a 2014. Dois deles cocircularam durante o perÃodo pandêmico, mostrando um padrão inicial de diversificação viral com baixa distância da cepa vacinal.
Estudo destacou a importância das vigilâncias laboratorial e epidemiológica dos vÃrus Influenza para respostas eficientes no campo da saúde públicaOutros grupos filogenéticos foram encontrados nos perÃodos epidêmicos subsequentes, entre 2011 e 2014. Estes mostraram mais mutações em relação à cepa vacinal, apresentando várias substituições em estruturas conhecidas como sÃtios antigênicos.
"Essa vigilância virológica associada aos serviços de epidemiologia é imprescindÃvel para a identificação de clusters filogenéticos que podem estar associados a quadros graves ou à diminuição de reatividade com os soros produzidos contra a cepa vacinal corrente", explicou Priscila.
A recém-doutora ressaltou que devido ao impacto dos vÃrus influenza na saúde pública, é necessária uma constante atualização das metodologias para a caracterização desses vÃrus.
"Como parte desses esforços, sequenciamos inicialmente o genoma completo de cinco amostras do vÃrus influenza A/H3N2 utilizando um protocolo de sequenciamento massivo paralelo. O uso desta metodologia permitiu uma comparação mais completa entre as sequências brasileiras e da cepa vacinal recomendada pela OMS, para o perÃodo de 2013-2014, além da utilização, em primeira mão, na rede brasileira de vigilância dos vÃrus influenza, da nova ferramenta genômica", acrescentou.
Entre os resultados das análises, as pesquisadoras identificaram uma amostra de influenza A/H1N2v, vÃrus rearranjado com identidade genômica nunca descrita previamente em humanos. "A identificação dessa amostra destaca a necessidade de uma vigilância integrada humano/animal, principalmente em regiões geográficas onde o contato entre humanos e animais é frequente", pontuou.
Priscila ressaltou a importância das vigilâncias laboratorial e epidemiológica dos vÃrus Influenza para respostas eficientes no campo da saúde pública.
"Acredito que essa tese é o resultado de muito trabalho da rede de vigilância de influenza no Brasil, e sua principal contribuição é somar ao fortalecimento dessa rede, para que possamos estar cada vez mais preparados para identificar vÃrus com mutações importantes, rearranjados e com potencial pandêmico, para que de forma rápida possamos ter a resposta adequada necessária", concluiu.
Os vÃrus influenza, causadores da gripe, circulam em todo o mundo e sofrem mutações frequentes. As vigilâncias epidemiológica e laboratorial são fundamentais para a formulação da vacina, que tem periodicidade anual, e para a captação de cepas virais de potencial pandêmico. A recém-doutora Priscila da Silva Born, da Pós-graduação em Medicina Tropical, realizou um amplo estudo que teve como objetivos identificar variantes dos vÃrus influenza A sazonais (que circulam com maior intensidade no perÃodo do inverno) e verificar a concordância dos vÃrus circulantes com as cepas que compõem as vacinas.
A pesquisa também investigou possÃveis rearranjos dos vÃrus identificados no Brasil após a introdução do subtipo A/H1N1pdm09, responsável pela pandemia de 2009. A tese intitulada 'Evolução dos vÃrus influenza A sazonais no Brasil: mutações e rearranjos' foi orientada pela pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de VÃrus Respiratórios e do Sarampo do IOC.
Na primeira etapa da pesquisa, foram realizadas análises filogenéticas e filogeográficas do vÃrus influenza A(H1N1) pandêmico. Para o estudo, foi utilizado um conjunto de 220 amostras clÃnicas coletadas pela Rede Laboratorial de Vigilância de Influenza.
As amostras positivas para influenza A tiveram o RNA viral extraÃdo, submetido à amplificação e sequenciado. Foram utilizadas diferentes abordagens de sequenciamento do genoma viral, que revelaram a circulação de pelo menos oito grupos genéticos no Brasil no perÃodo de 2009 a 2014. Dois deles cocircularam durante o perÃodo pandêmico, mostrando um padrão inicial de diversificação viral com baixa distância da cepa vacinal.
Estudo destacou a importância das vigilâncias laboratorial e epidemiológica dos vÃrus Influenza para respostas eficientes no campo da saúde públicaOutros grupos filogenéticos foram encontrados nos perÃodos epidêmicos subsequentes, entre 2011 e 2014. Estes mostraram mais mutações em relação à cepa vacinal, apresentando várias substituições em estruturas conhecidas como sÃtios antigênicos.
"Essa vigilância virológica associada aos serviços de epidemiologia é imprescindÃvel para a identificação de clusters filogenéticos que podem estar associados a quadros graves ou à diminuição de reatividade com os soros produzidos contra a cepa vacinal corrente", explicou Priscila.
A recém-doutora ressaltou que devido ao impacto dos vÃrus influenza na saúde pública, é necessária uma constante atualização das metodologias para a caracterização desses vÃrus.
"Como parte desses esforços, sequenciamos inicialmente o genoma completo de cinco amostras do vÃrus influenza A/H3N2 utilizando um protocolo de sequenciamento massivo paralelo. O uso desta metodologia permitiu uma comparação mais completa entre as sequências brasileiras e da cepa vacinal recomendada pela OMS, para o perÃodo de 2013-2014, além da utilização, em primeira mão, na rede brasileira de vigilância dos vÃrus influenza, da nova ferramenta genômica", acrescentou.
Entre os resultados das análises, as pesquisadoras identificaram uma amostra de influenza A/H1N2v, vÃrus rearranjado com identidade genômica nunca descrita previamente em humanos. "A identificação dessa amostra destaca a necessidade de uma vigilância integrada humano/animal, principalmente em regiões geográficas onde o contato entre humanos e animais é frequente", pontuou.
Priscila ressaltou a importância das vigilâncias laboratorial e epidemiológica dos vÃrus Influenza para respostas eficientes no campo da saúde pública.
"Acredito que essa tese é o resultado de muito trabalho da rede de vigilância de influenza no Brasil, e sua principal contribuição é somar ao fortalecimento dessa rede, para que possamos estar cada vez mais preparados para identificar vÃrus com mutações importantes, rearranjados e com potencial pandêmico, para que de forma rápida possamos ter a resposta adequada necessária", concluiu.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)