Um estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou uma nova variante do SARS-CoV-2 no Brasil. Chamada de N9, a linhagem foi caracterizada como variante de interesse por conter uma mutação na proteína S do novo coronavírus, conhecida de E484K, que também é encontrada em outras variantes com grande disseminação no planeta.
A alteração foi detectada em 35 amostras coletadas entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021 em dez estados do Sul, Sudeste, Nordeste e Norte do país.
A descoberta foi relatada em artigo em formato pré-print publicado na plataforma ‘Virological’.
De acordo com os autores do estudo, a mutação E484K pode contribuir para que o novo coronavírus escape do sistema imune, conferindo resistência a anticorpos monoclonais e reduzindo a potência de neutralização de alguns soros de indivíduos convalescentes e vacinados.
Considerando que a alteração vem sendo encontrada em variantes surgidas em diferentes partes do mundo, os cientistas apontam para um provável processo de evolução convergente e adaptação do vírus ao hospedeiro humano.
Na lista de variantes de interesse que apresentam a mutação E484K estão as linhagens P2, detectada inicialmente no Rio de Janeiro, e B.1.526, encontrada em Nova York.
Variantes de preocupação, que acumulam diversas mutações que modificam a estrutura da proteína S, também possuem essa alteração, incluindo as linhagens P1, identificada originalmente no Amazonas; B.1.351, detectada primeiro na África do Sul; e B.1.1.7, que emergiu no Reino Unido.
Para identificar a nova variante, os pesquisadores analisaram cerca de 1.250 genomas do SARS-CoV-2, referentes a amostras do Brasil, pertencentes à linhagem B.1.1.33.
Entre estes, 442 foram decodificados pela Rede Genômica Fiocruz de março de 2020 a janeiro de 2021, enquanto os demais foram obtidos a partir do banco de dados Gisaid.
Considerando todas as amostras submetidas ao sequenciamento genético entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, a variante N9 foi encontrada em 3% dos casos.
Os cientistas destacam sua ampla disseminação pelo país. Identificada, pela primeira vez, em São Paulo, a linhagem foi achada, em seguida, em Santa Catarina, Amazonas, Pará, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe.
Análises do genoma dos vírus indicam que a variante N9 surgiu em agosto de 2020. O estado de São Paulo é apontado como o local de origem mais provável, mas também é possível que a linhagem tenha aparecido na Bahia ou no Maranhão.
Considerando as duas linhagens que predominaram na epidemia de Covid-19 no Brasil no ano passado, chamadas de B.1.1.28 e B.1.1.33, as variantes P1, P2 e N9 têm origens diferentes.
Enquanto as variantes P1 e P2 derivam da linhagem B.1.1.28, a variante N9 origina-se da linhagem B.1.1.33. Os autores da pesquisa chamam atenção para a emergência de três variantes com a mutação E484K no país e apontam para uma tendência de substituição completa.
“Prevemos que a epidemia brasileira de Covid-19 durante 2021 será dominada por uma matriz complexa de variantes, que vão completamente substituir as linhagens parentais que impulsionaram a epidemia em 2020. A implementação de medidas eficientes de mitigação no Brasil é crucial para reduzir a transmissão comunitária e prevenir o surgimento recorrente de variantes mais transmissíveis que poderiam agravar ainda mais a epidemia no país”, afirmam os pesquisadores na conclusão do artigo.
A pesquisa foi realizada pela Rede Genômica Fiocruz, com participação de pesquisadores de diversos estados do país. O estudo foi liderado pelos Laboratórios de Vírus Respiratório e do Sarampo e de Aids e Imunologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-Amazônia), Instituto Aggeu Magalhaes (Fiocruz-Pernambuco), Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz-Bahia) e Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Também colaboraram com o trabalho: Fiocruz-Ceará, Instituto Adolfo Lutz (IAL), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas e Laboratórios Centrais de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), Maranhão (Lacen-MA), Paraíba (Lacen-PB), Sergipe (Lacen-SE), Alagoas (LACEN-AL), Espírito Santo (Lacen-ES), Rio de Janeiro (Lacen-RJ), Minas Gerais (Lacen-MG), Paraná (Lacen-PR), Santa Catarina (Lacen-SC), do Rio Grande do Sul (Lacen-RS).
Um estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou uma nova variante do SARS-CoV-2 no Brasil. Chamada de N9, a linhagem foi caracterizada como variante de interesse por conter uma mutação na proteína S do novo coronavírus, conhecida de E484K, que também é encontrada em outras variantes com grande disseminação no planeta.
A alteração foi detectada em 35 amostras coletadas entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021 em dez estados do Sul, Sudeste, Nordeste e Norte do país.
A descoberta foi relatada em artigo em formato pré-print publicado na plataforma ‘Virological’.
De acordo com os autores do estudo, a mutação E484K pode contribuir para que o novo coronavírus escape do sistema imune, conferindo resistência a anticorpos monoclonais e reduzindo a potência de neutralização de alguns soros de indivíduos convalescentes e vacinados.
Considerando que a alteração vem sendo encontrada em variantes surgidas em diferentes partes do mundo, os cientistas apontam para um provável processo de evolução convergente e adaptação do vírus ao hospedeiro humano.
Na lista de variantes de interesse que apresentam a mutação E484K estão as linhagens P2, detectada inicialmente no Rio de Janeiro, e B.1.526, encontrada em Nova York.
Variantes de preocupação, que acumulam diversas mutações que modificam a estrutura da proteína S, também possuem essa alteração, incluindo as linhagens P1, identificada originalmente no Amazonas; B.1.351, detectada primeiro na África do Sul; e B.1.1.7, que emergiu no Reino Unido.
Para identificar a nova variante, os pesquisadores analisaram cerca de 1.250 genomas do SARS-CoV-2, referentes a amostras do Brasil, pertencentes à linhagem B.1.1.33.
Entre estes, 442 foram decodificados pela Rede Genômica Fiocruz de março de 2020 a janeiro de 2021, enquanto os demais foram obtidos a partir do banco de dados Gisaid.
Considerando todas as amostras submetidas ao sequenciamento genético entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, a variante N9 foi encontrada em 3% dos casos.
Os cientistas destacam sua ampla disseminação pelo país. Identificada, pela primeira vez, em São Paulo, a linhagem foi achada, em seguida, em Santa Catarina, Amazonas, Pará, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe.
Análises do genoma dos vírus indicam que a variante N9 surgiu em agosto de 2020. O estado de São Paulo é apontado como o local de origem mais provável, mas também é possível que a linhagem tenha aparecido na Bahia ou no Maranhão.
Considerando as duas linhagens que predominaram na epidemia de Covid-19 no Brasil no ano passado, chamadas de B.1.1.28 e B.1.1.33, as variantes P1, P2 e N9 têm origens diferentes.
Enquanto as variantes P1 e P2 derivam da linhagem B.1.1.28, a variante N9 origina-se da linhagem B.1.1.33. Os autores da pesquisa chamam atenção para a emergência de três variantes com a mutação E484K no país e apontam para uma tendência de substituição completa.
“Prevemos que a epidemia brasileira de Covid-19 durante 2021 será dominada por uma matriz complexa de variantes, que vão completamente substituir as linhagens parentais que impulsionaram a epidemia em 2020. A implementação de medidas eficientes de mitigação no Brasil é crucial para reduzir a transmissão comunitária e prevenir o surgimento recorrente de variantes mais transmissíveis que poderiam agravar ainda mais a epidemia no país”, afirmam os pesquisadores na conclusão do artigo.
A pesquisa foi realizada pela Rede Genômica Fiocruz, com participação de pesquisadores de diversos estados do país. O estudo foi liderado pelos Laboratórios de Vírus Respiratório e do Sarampo e de Aids e Imunologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz-Amazônia), Instituto Aggeu Magalhaes (Fiocruz-Pernambuco), Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz-Bahia) e Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Também colaboraram com o trabalho: Fiocruz-Ceará, Instituto Adolfo Lutz (IAL), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas e Laboratórios Centrais de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), Maranhão (Lacen-MA), Paraíba (Lacen-PB), Sergipe (Lacen-SE), Alagoas (LACEN-AL), Espírito Santo (Lacen-ES), Rio de Janeiro (Lacen-RJ), Minas Gerais (Lacen-MG), Paraná (Lacen-PR), Santa Catarina (Lacen-SC), do Rio Grande do Sul (Lacen-RS).
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)