Com o tema ‘Covid-19 e SUS: vacinas, futuro e geopolítica’, a primeira edição do Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em 2022 destacou questões importantes para o enfrentamento das próximas fases da pandemia, incluindo a necessidade de aprimorar as políticas públicas de imunização, desenvolver novas gerações de vacinas e investir em tecnologias nacionais. O acesso a novos antivirais contra o coronavírus, que apresentam boa eficácia, mas têm alto custo, e a governança global para gestão de pandemias também foram discutidos no evento. A sessão foi realizada no dia 23 de fevereiro, com transmissão pelo canal do IOC no Youtube.
Confira a íntegra do evento:
A abertura da sessão contou com a participação da diretora do IOC, Tania Cremonini de Araújo Jorge, que destacou a relevância do tema proposto. “Entramos no ‘ano três’ da pandemia de Covid-19, que marca a vida do nosso tempo. É muito bom poder contar com essa gama de debatedores para discutir questões ligadas às vacinas e ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz”, declarou Tania.
Coordenador do Núcleo, o pesquisador emérito da Fiocruz, Renato Cordeiro, destacou o papel fundamental das vacinas no combate à Covid-19 e apontou desafios para as políticas públicas. “Tivemos uma grande conquista com a entrega do primeiro lote de vacinas produzidas com IFA [ingrediente farmacêutico ativo] nacional produzido pela Fiocruz. Nosso país importa 90% dos insumos consumidos na saúde, com gasto de US$ 20 bilhões por ano. Nosso complexo econômico-industrial da saúde precisa ser reativado e apoiado, em uma estratégia que nos coloque no futuro e permita mais investimento no SUS”, afirmou o farmacologista.
O início da sessão contou com uma homenagem ao físico Ronaldo Shellard, diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que faleceu no dia 7 de dezembro de 2021. Em vídeo, os presidentes da Associação Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovitch, e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine, destacaram as contribuições do pesquisador.
Na mesa-redonda, a epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, abordou o histórico da vacinação infantil e do PNI e discutiu estratégias para enfrentar a queda nas taxas de imunização, além dos impactos da pandemia. O infectologista e diretor do Centro de Pesquisas Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Esper Kallas, apontou que as vacinas da Covid-19 trouxeram grande benefícios, mas é preciso buscar imunizantes com respostas ainda melhores para enfrentar as variantes do coronavírus.
A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, ponderou que, além das vacinas de segunda geração, o acesso aos novos medicamentos antivirais será importante para reduzir ainda mais o impacto da pandemia, mas é preciso discutir o alto custo das terapias. O tema também foi abordado pelo especialista em ciência, tecnologia, produção e inovação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio Croda. O pesquisador destacou ainda a importância do posicionamento da academia sobre medidas de vigilância e indicadores para embasar decisões de gestores sobre relaxamento de medidas coletivas e individuais de proteção, como uso de máscaras e distanciamento social.
A necessidade de reforma do regulamento sanitário internacional foi salientada pelo professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e presidente da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA), Luis Eugenio Portela, que apontou o subfinanciamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as dificuldades enfrentadas pela entidade para coordenar ações globais na pandemia de Covid-19. O pesquisador do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), João Viola, comentou ainda a alta letalidade da Covid-19 no Brasil e defendeu os investimentos em novas plataformas de vacinas e tecnologias nacionais para garantir autonomia do país no enfrentamento da doença.
Também coordenadora do Núcleo, a vice-diretora de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, mediou o debate e ressaltou o impacto das desigualdades durante a pandemia de Covid-19. “Além do grande desafio das iniquidades – de insumos, medicamentos, vacinas –, a sindemia da Covid-19 mostra que a questão socioeconômica é um determinante fundamental da saúde”, destacou a pesquisadora.
Com o tema ‘Covid-19 e SUS: vacinas, futuro e geopolítica’, a primeira edição do Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em 2022 destacou questões importantes para o enfrentamento das próximas fases da pandemia, incluindo a necessidade de aprimorar as políticas públicas de imunização, desenvolver novas gerações de vacinas e investir em tecnologias nacionais. O acesso a novos antivirais contra o coronavírus, que apresentam boa eficácia, mas têm alto custo, e a governança global para gestão de pandemias também foram discutidos no evento. A sessão foi realizada no dia 23 de fevereiro, com transmissão pelo canal do IOC no Youtube.
Confira a íntegra do evento:
A abertura da sessão contou com a participação da diretora do IOC, Tania Cremonini de Araújo Jorge, que destacou a relevância do tema proposto. “Entramos no ‘ano três’ da pandemia de Covid-19, que marca a vida do nosso tempo. É muito bom poder contar com essa gama de debatedores para discutir questões ligadas às vacinas e ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz”, declarou Tania.
Coordenador do Núcleo, o pesquisador emérito da Fiocruz, Renato Cordeiro, destacou o papel fundamental das vacinas no combate à Covid-19 e apontou desafios para as políticas públicas. “Tivemos uma grande conquista com a entrega do primeiro lote de vacinas produzidas com IFA [ingrediente farmacêutico ativo] nacional produzido pela Fiocruz. Nosso país importa 90% dos insumos consumidos na saúde, com gasto de US$ 20 bilhões por ano. Nosso complexo econômico-industrial da saúde precisa ser reativado e apoiado, em uma estratégia que nos coloque no futuro e permita mais investimento no SUS”, afirmou o farmacologista.
O início da sessão contou com uma homenagem ao físico Ronaldo Shellard, diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que faleceu no dia 7 de dezembro de 2021. Em vídeo, os presidentes da Associação Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovitch, e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine, destacaram as contribuições do pesquisador.
Na mesa-redonda, a epidemiologista e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, abordou o histórico da vacinação infantil e do PNI e discutiu estratégias para enfrentar a queda nas taxas de imunização, além dos impactos da pandemia. O infectologista e diretor do Centro de Pesquisas Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Esper Kallas, apontou que as vacinas da Covid-19 trouxeram grande benefícios, mas é preciso buscar imunizantes com respostas ainda melhores para enfrentar as variantes do coronavírus.
A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, ponderou que, além das vacinas de segunda geração, o acesso aos novos medicamentos antivirais será importante para reduzir ainda mais o impacto da pandemia, mas é preciso discutir o alto custo das terapias. O tema também foi abordado pelo especialista em ciência, tecnologia, produção e inovação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio Croda. O pesquisador destacou ainda a importância do posicionamento da academia sobre medidas de vigilância e indicadores para embasar decisões de gestores sobre relaxamento de medidas coletivas e individuais de proteção, como uso de máscaras e distanciamento social.
A necessidade de reforma do regulamento sanitário internacional foi salientada pelo professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e presidente da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA), Luis Eugenio Portela, que apontou o subfinanciamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as dificuldades enfrentadas pela entidade para coordenar ações globais na pandemia de Covid-19. O pesquisador do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), João Viola, comentou ainda a alta letalidade da Covid-19 no Brasil e defendeu os investimentos em novas plataformas de vacinas e tecnologias nacionais para garantir autonomia do país no enfrentamento da doença.
Também coordenadora do Núcleo, a vice-diretora de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, mediou o debate e ressaltou o impacto das desigualdades durante a pandemia de Covid-19. “Além do grande desafio das iniquidades – de insumos, medicamentos, vacinas –, a sindemia da Covid-19 mostra que a questão socioeconômica é um determinante fundamental da saúde”, destacou a pesquisadora.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)