Nesta sexta-feira, 30 de maio, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), unidade de pesquisa biomédica da Fiocruz, inaugura o novo prédio do Ambulatório Souza Araújo de atendimento à hanseníase, que atua como Centro de Referência Nacional para o Ministério da Saúde na área.
O ambulatório é responsável por aproximadamente 10% dos diagnósticos de casos de hanseníase realizados no Estado e no município do Rio de Janeiro.
As novas instalações garantem uma atenção de melhor qualidade às pessoas atendidas nas cerca de 450 consultas realizadas a cada mês. O Ministro de Estado da Saúde, José Gomes Temporão, participa da inauguração, que faz parte das comemorações dos 108 anos do IOC e da Fiocruz.
Às 10h30, ainda na Fiocruz, o ministro apresentará a conferência A agenda da saúde no governo Lula.
O novo ambulatório compreende uma área de 400m² e conta com dois consultórios, uma seção de serviço social e salas de triagem de pacientes, de coleta para exames e pequenas cirurgias, de fisioterapia e de neurologia. Foto: Gutemberg Brito
O ambulatório foi um dos centros pioneiros na adoção da poliquimioterapia no Brasil, ainda no final da década de 1980, quando o tratamento passou a ser indicado como protocolo pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre 1987 e 2007, foram atendidas 1.982 pessoas.
Ainda existe muito preconceito envolvendo a hanseníase, mas a doença é 100% curável através de um tratamento simples, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde.
A transmissão da doença é interrompida imediatamente com o início do tratamento, que é bastante simples, realizado por medicamentos via oral. Como serviço de referência nacional na área, o Ambulatório Souza Araújo realiza um atendimento de maior complexidade, incluindo biópsias e outros procedimentos.
Os pacientes são encaminhados pelo serviço público de saúde, consultórios particulares e outras unidades de saúde. Por isso, em caso de suspeita de hanseníase, a população deve buscar atendimento em uma unidade básica de atenção, como os postos de saúde. O encaminhamento ao Ambulatório Souza Araújo poderá ser realizado pelo médico, caso ele julgue necessário.
Em geral, a identificação da hanseníase é feita clinicamente, mas podem ser necessários exames laboratoriais complementares. Foto: Gutemberg Brito
O novo prédio foi desenhado para proporcionar um ambiente acolhedor e para garantir a acessibilidade de pessoas vivendo com deficiência, como rampa e banheiro especial. Com iluminação natural, ambiente climatizado e espaço de convivência, as novas instalações buscaram aperfeiçoar a missão do serviço de oferecer um atendimento integral, respeitando a totalidade e a singularidade de cada indivíduo, garantindo a manutenção da mesma capacidade de atendimentos mensais realizados anteriormente – cerca de 450 ao mês.
Um importante diferencial do trabalho desenvolvido pelo ambulatório do IOC/Fiocruz é a ênfase na prevenção da doença e também no combate ao preconceito que cerca a hanseníase.
Os pacientes são conscientizados de que podem levar uma vida normal, já que a doença deixa de ser transmitida com o início do tratamento. Outro dado importante é a inclusão dos amigos próximos e familiares dos pacientes, os chamados comunicantes: pela convivência, eles tornam-se suscetíveis à infecção, que precisa de contatos estreitos e continuados para ser transmitida.
Desde 1987, mais de 6 mil comunicantes foram atendidos, num total de quase 2 mil famílias. Destes, 8% apresentavam a doença e foram tratados.
Uma lesão na mão fez com que a estudante Fabiana de Sá Arouca, de 23 anos, buscasse ajuda médica em 2005. Encaminhada ao Ambulatório Souza Araújo, o diagnóstico de hanseníase foi confirmado e o tratamento iniciado.
Hoje Fabiana retorna apenas para consultas de rotina. “Tomei os remédios só por seis meses e agora levo uma vida normal. O atendimento do Ambulatório é ótimo e as novas instalações vão ajudar ainda mais quem busca tratamento”, a estudante conta.
A hanseníase é uma doença 100% curável, através de um tratamento simples, disponível gratuitamente no SUS. Foto: Gutemberg BritoPara Adriano Nunes da Silva, também de 23 anos, o tratamento está apenas começando.
“Fui encaminhado ao Ambulatório Souza Araújo pelo serviço médico da empresa onde trabalho e estou confiante no tratamento. Hanseníase tem cura e é preciso que pessoas que passam por este problema busquem ajuda, pois a doença pode causar seqüelas graves. Quero trazer meus familiares para serem examinados e aprenderem sobre a doença”, relata.
O Ambulatório Souza Araújo atua vinculado ao Laboratório de Hanseníase do IOC, estruturado em 1976, quando o então Instituto de Leprologia do Ministério da Saúde foi absorvido pelo IOC.
Desde então, o ambulatório alia o avanço do conhecimento científico à promoção da saúde da população – preocupação que norteia as atividades do IOC e da Fiocruz desde a sua criação, em 1900. Assim, a partir dos casos acompanhados no serviço de ambulatório, são realizadas pesquisas de caráter clínico, epidemiológico e laboratorial, sempre com o consentimento livre e voluntário do paciente.
Composta por 12 profissionais, a equipe do ambulatório promove a conscientização dos pacientes sobre a doença, com ênfase na prevenção e no combate ao preconceito. Foto: Gutemberg BritoO nome do ambulatório homenageia o médico paranaense Heráclides César de Souza Araújo, que em 1927 fundou o Laboratório de Leprologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC).
Pioneiro no estudo da hanseníase no Brasil, foi especialista em hanseníase clínica e experimental e desempenhou papel central na luta contra a doença no país, sendo responsável pela organização de um plano nacional de erradicação da hanseníase em 1933. Autor de dois compêndios que se tornaram clássicos no estudo da história da doença – A história da lepra no Brasil e A lepra em 40 países –, Souza Araújo foi presidente da Intenational Leprosy Association de 1932 a 1953 e atuou como perito em hanseníase da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 1957 e 1962.
O pesquisador Souza Araújo foi pioneiro no estudo da hanseníase no Brasil e desempenhou papel central na luta contra a doença no paísAo mesmo tempo em que atendia pacientes no então Hospital de Manguinhos, Souza Araújo dedicava-se à pesquisa científica e realizou numerosas tentativas para cultivar Mycobacterium leprae em laboratório com o objetivo de reproduzir a doença em camundongos, macacos e hamsters.
Este desafio constitui ainda hoje um empecilho para pesquisas sobre hanseníase: não há cultura in vitro do parasito, que apenas se desenvolve no sistema nervoso periférico humano. Também não existe modelo experimental animal que reflita fielmente a infecção no homem.
Como pesquisador do IOC, publicou cerca de 210 trabalhos científicos e chefiou o Laboratório de Leprologia entre 1927 e 1956, época em que também atuou como editor da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.
Foi chefe da Seção de Bacteriologia e da Divisão de Microbiologia e Imunologia do IOC entre 1946 e 1956 e catedrático de leprologia da Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro. Faleceu no Rio de Janeiro em 1962.
O que é hanseníase?
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae e pode ser paucibacilar (PB) – quando o paciente apresenta de uma a cinco manchas pelo corpo – ou multibacilar (MB) – quando são encontradas mais de cinco manchas. Quando são paucibacilares, os pacientes não transmitem a doença. Os multibacilares sem tratamento, porém, podem transmitir o bacilo através das secreções nasais ou saliva. Pacientes em tratamento regular e pessoas que já receberam alta não transmitem a doença. O período de incubação, da infecção à manifestação da doença, tem duração média de três anos e a evolução do quadro clínico depende do sistema imunológico do paciente. Por essa característica, a hanseníase é mais comum em populações de baixa renda, desprovidas de alimentação e condições de saneamento básico adequadas.
Casos no Brasil e no mundo
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2007 a hanseníase registrava aproximadamente 225 mil casos em todo o mundo, sobretudo em países da África, Ásia e América Latina, que concentram 75% das ocorrências. Ainda de acordo com a OMS, apesar de muitas regiões terem conquistado a eliminação da doença, bolsões de alta endemicidade ainda persistem em países como Brasil, Angola, República da África Central, República Democrática do Congo, Índia, Madagascar, Moçambique, Nepal e Tanzânia.
Dados da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde informam que, em 2006, aproximadamente 40 mil novos casos foram registrados no país, o que corresponde à incidência de 1,41 novos casos por 100 mil habitantes – para a OMS, a doença é considerada erradicada quando a taxa de prevalência é inferior a 1 caso por 10 mil habitantes. No mesmo ano, o Estado do Rio de Janeiro registrou 2446 novos casos, sendo 713 ocorrências no município. Neste ano, 161 casos foram diagnosticados pelo Ambulatório Souza Araújo.
Sintomas
* Manchas brancas ou avermelhadas sem sensibilidade para frio, calor, dor e tato;
* Sensação de formigamento, dormência ou fisgadas;
* Aparecimento de caroços e placas pelo corpo;
* Dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés;
* Diminuição da força muscular.
Diagnóstico
A identificação da doença é essencialmente clínica, feita a partir da observação da pele, de nervos periféricos e da história epidemiológica. Excepcionalmente são necessários exames laboratoriais complementares, como a baciloscopia ou biópsia cutâneas.
Tratamento
A hanseníase tem cura e quando tratada em fase inicial não causa deformidades. O tratamento, denominado poliquimioterapia (PQT), é gratuito, administrado via oral e está disponível em unidades públicas de saúde de todo o Brasil. Para pacientes que apresentam a forma paucibacilar (PB) da doença, a duração do tratamento é de seis meses e para os que apresentam a forma multibacilar (MB), o tratamento dura um ano. Concluído o tratamento com regularidade, o paciente recebe alta e é considerado curado.
*Reportagem: Renata Fontoura, Bel Levy e Marcelo Garcia
Nesta sexta-feira, 30 de maio, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), unidade de pesquisa biomédica da Fiocruz, inaugura o novo prédio do Ambulatório Souza Araújo de atendimento à hanseníase, que atua como Centro de Referência Nacional para o Ministério da Saúde na área.
O ambulatório é responsável por aproximadamente 10% dos diagnósticos de casos de hanseníase realizados no Estado e no município do Rio de Janeiro.
As novas instalações garantem uma atenção de melhor qualidade às pessoas atendidas nas cerca de 450 consultas realizadas a cada mês. O Ministro de Estado da Saúde, José Gomes Temporão, participa da inauguração, que faz parte das comemorações dos 108 anos do IOC e da Fiocruz.
Às 10h30, ainda na Fiocruz, o ministro apresentará a conferência A agenda da saúde no governo Lula.
O novo ambulatório compreende uma área de 400m² e conta com dois consultórios, uma seção de serviço social e salas de triagem de pacientes, de coleta para exames e pequenas cirurgias, de fisioterapia e de neurologia. Foto: Gutemberg BritoO ambulatório foi um dos centros pioneiros na adoção da poliquimioterapia no Brasil, ainda no final da década de 1980, quando o tratamento passou a ser indicado como protocolo pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre 1987 e 2007, foram atendidas 1.982 pessoas.
Ainda existe muito preconceito envolvendo a hanseníase, mas a doença é 100% curável através de um tratamento simples, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde.
A transmissão da doença é interrompida imediatamente com o início do tratamento, que é bastante simples, realizado por medicamentos via oral. Como serviço de referência nacional na área, o Ambulatório Souza Araújo realiza um atendimento de maior complexidade, incluindo biópsias e outros procedimentos.
Os pacientes são encaminhados pelo serviço público de saúde, consultórios particulares e outras unidades de saúde. Por isso, em caso de suspeita de hanseníase, a população deve buscar atendimento em uma unidade básica de atenção, como os postos de saúde. O encaminhamento ao Ambulatório Souza Araújo poderá ser realizado pelo médico, caso ele julgue necessário.
Em geral, a identificação da hanseníase é feita clinicamente, mas podem ser necessários exames laboratoriais complementares. Foto: Gutemberg BritoO novo prédio foi desenhado para proporcionar um ambiente acolhedor e para garantir a acessibilidade de pessoas vivendo com deficiência, como rampa e banheiro especial. Com iluminação natural, ambiente climatizado e espaço de convivência, as novas instalações buscaram aperfeiçoar a missão do serviço de oferecer um atendimento integral, respeitando a totalidade e a singularidade de cada indivíduo, garantindo a manutenção da mesma capacidade de atendimentos mensais realizados anteriormente – cerca de 450 ao mês.
Um importante diferencial do trabalho desenvolvido pelo ambulatório do IOC/Fiocruz é a ênfase na prevenção da doença e também no combate ao preconceito que cerca a hanseníase.
Os pacientes são conscientizados de que podem levar uma vida normal, já que a doença deixa de ser transmitida com o início do tratamento. Outro dado importante é a inclusão dos amigos próximos e familiares dos pacientes, os chamados comunicantes: pela convivência, eles tornam-se suscetíveis à infecção, que precisa de contatos estreitos e continuados para ser transmitida.
Desde 1987, mais de 6 mil comunicantes foram atendidos, num total de quase 2 mil famílias. Destes, 8% apresentavam a doença e foram tratados.
Uma lesão na mão fez com que a estudante Fabiana de Sá Arouca, de 23 anos, buscasse ajuda médica em 2005. Encaminhada ao Ambulatório Souza Araújo, o diagnóstico de hanseníase foi confirmado e o tratamento iniciado.
Hoje Fabiana retorna apenas para consultas de rotina. “Tomei os remédios só por seis meses e agora levo uma vida normal. O atendimento do Ambulatório é ótimo e as novas instalações vão ajudar ainda mais quem busca tratamento”, a estudante conta.
A hanseníase é uma doença 100% curável, através de um tratamento simples, disponível gratuitamente no SUS. Foto: Gutemberg BritoPara Adriano Nunes da Silva, também de 23 anos, o tratamento está apenas começando.
“Fui encaminhado ao Ambulatório Souza Araújo pelo serviço médico da empresa onde trabalho e estou confiante no tratamento. Hanseníase tem cura e é preciso que pessoas que passam por este problema busquem ajuda, pois a doença pode causar seqüelas graves. Quero trazer meus familiares para serem examinados e aprenderem sobre a doença”, relata.
O Ambulatório Souza Araújo atua vinculado ao Laboratório de Hanseníase do IOC, estruturado em 1976, quando o então Instituto de Leprologia do Ministério da Saúde foi absorvido pelo IOC.
Desde então, o ambulatório alia o avanço do conhecimento científico à promoção da saúde da população – preocupação que norteia as atividades do IOC e da Fiocruz desde a sua criação, em 1900. Assim, a partir dos casos acompanhados no serviço de ambulatório, são realizadas pesquisas de caráter clínico, epidemiológico e laboratorial, sempre com o consentimento livre e voluntário do paciente.
Composta por 12 profissionais, a equipe do ambulatório promove a conscientização dos pacientes sobre a doença, com ênfase na prevenção e no combate ao preconceito. Foto: Gutemberg BritoO nome do ambulatório homenageia o médico paranaense Heráclides César de Souza Araújo, que em 1927 fundou o Laboratório de Leprologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC).
Pioneiro no estudo da hanseníase no Brasil, foi especialista em hanseníase clínica e experimental e desempenhou papel central na luta contra a doença no país, sendo responsável pela organização de um plano nacional de erradicação da hanseníase em 1933. Autor de dois compêndios que se tornaram clássicos no estudo da história da doença – A história da lepra no Brasil e A lepra em 40 países –, Souza Araújo foi presidente da Intenational Leprosy Association de 1932 a 1953 e atuou como perito em hanseníase da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 1957 e 1962.
O pesquisador Souza Araújo foi pioneiro no estudo da hanseníase no Brasil e desempenhou papel central na luta contra a doença no paísAo mesmo tempo em que atendia pacientes no então Hospital de Manguinhos, Souza Araújo dedicava-se à pesquisa científica e realizou numerosas tentativas para cultivar Mycobacterium leprae em laboratório com o objetivo de reproduzir a doença em camundongos, macacos e hamsters.
Este desafio constitui ainda hoje um empecilho para pesquisas sobre hanseníase: não há cultura in vitro do parasito, que apenas se desenvolve no sistema nervoso periférico humano. Também não existe modelo experimental animal que reflita fielmente a infecção no homem.
Como pesquisador do IOC, publicou cerca de 210 trabalhos científicos e chefiou o Laboratório de Leprologia entre 1927 e 1956, época em que também atuou como editor da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.
Foi chefe da Seção de Bacteriologia e da Divisão de Microbiologia e Imunologia do IOC entre 1946 e 1956 e catedrático de leprologia da Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro. Faleceu no Rio de Janeiro em 1962.
O que é hanseníase?
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae e pode ser paucibacilar (PB) – quando o paciente apresenta de uma a cinco manchas pelo corpo – ou multibacilar (MB) – quando são encontradas mais de cinco manchas. Quando são paucibacilares, os pacientes não transmitem a doença. Os multibacilares sem tratamento, porém, podem transmitir o bacilo através das secreções nasais ou saliva. Pacientes em tratamento regular e pessoas que já receberam alta não transmitem a doença. O período de incubação, da infecção à manifestação da doença, tem duração média de três anos e a evolução do quadro clínico depende do sistema imunológico do paciente. Por essa característica, a hanseníase é mais comum em populações de baixa renda, desprovidas de alimentação e condições de saneamento básico adequadas.
Casos no Brasil e no mundo
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2007 a hanseníase registrava aproximadamente 225 mil casos em todo o mundo, sobretudo em países da África, Ásia e América Latina, que concentram 75% das ocorrências. Ainda de acordo com a OMS, apesar de muitas regiões terem conquistado a eliminação da doença, bolsões de alta endemicidade ainda persistem em países como Brasil, Angola, República da África Central, República Democrática do Congo, Índia, Madagascar, Moçambique, Nepal e Tanzânia.
Dados da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde informam que, em 2006, aproximadamente 40 mil novos casos foram registrados no país, o que corresponde à incidência de 1,41 novos casos por 100 mil habitantes – para a OMS, a doença é considerada erradicada quando a taxa de prevalência é inferior a 1 caso por 10 mil habitantes. No mesmo ano, o Estado do Rio de Janeiro registrou 2446 novos casos, sendo 713 ocorrências no município. Neste ano, 161 casos foram diagnosticados pelo Ambulatório Souza Araújo.
Sintomas
* Manchas brancas ou avermelhadas sem sensibilidade para frio, calor, dor e tato;
* Sensação de formigamento, dormência ou fisgadas;
* Aparecimento de caroços e placas pelo corpo;
* Dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés;
* Diminuição da força muscular.
Diagnóstico
A identificação da doença é essencialmente clínica, feita a partir da observação da pele, de nervos periféricos e da história epidemiológica. Excepcionalmente são necessários exames laboratoriais complementares, como a baciloscopia ou biópsia cutâneas.
Tratamento
A hanseníase tem cura e quando tratada em fase inicial não causa deformidades. O tratamento, denominado poliquimioterapia (PQT), é gratuito, administrado via oral e está disponível em unidades públicas de saúde de todo o Brasil. Para pacientes que apresentam a forma paucibacilar (PB) da doença, a duração do tratamento é de seis meses e para os que apresentam a forma multibacilar (MB), o tratamento dura um ano. Concluído o tratamento com regularidade, o paciente recebe alta e é considerado curado.
*Reportagem: Renata Fontoura, Bel Levy e Marcelo Garcia
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)