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Cooperação da Fiocruz em Moçambique forma mais 11 mestres

Criado em 2008, programa de pós-graduação internacional ultrapassa a marca de 60 mestres formados para o país africano
Por Maíra Menezes04/01/2023 - Atualizado em 24/01/2023

Estabelecido através da cooperação entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS), na África, o Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde concluiu, no final de 2022, sua quinta turma de mestrado acadêmico, com a formação de mais 11 mestres.

Criado em 2008, o curso alcançou a marca de 61 mestres formados. O programa é voltado para profissionais de saúde de Moçambique, principalmente do INS, com o objetivo de fortalecer a pesquisa científica em saúde no país.

Evento em Moçambique, com participação virtual de pesquisadores da Fiocruz, celebrou a titulação da quinta turma do mestrado internacional em Ciências da Saúde. Foto: Acervo

O curso é oferecido por meio de um consórcio, com participação de três programas de pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e um programa do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). São eles: Medicina Tropical, Biologia Parasitária e Biologia Celular e Molecular, do IOC, e Pesquisa Clínica nas Doenças Infecciosas, do INI.

Desafios durante a pandemia

A titulação dos novos mestres foi celebrada no dia 20 de dezembro, com uma cerimônia híbrida. O evento foi realizado na sede do INS, em Maputo, com participação virtual de pesquisadores da Fiocruz.

A cerimônia contou com a participação dos dois coordenadores do programa internacional: Renato Porrozzi pesquisador do Laboratório de Toxoplasmose e Outras Protozooses do IOC, e Nilsa de Deus, pesquisadora do INS. 

Integrantes da Comissão de Pós-graduação (CPG) do curso, Wilson Savino, coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz; André Roque, coordenador da Pós-graduação em Biologia Parasitária; e Vanessa de Paula, coordenadora da Pós-graduação em Medicina Tropical, também representaram a Fundação no evento. 

Orientadores de estudantes da turma, os docentes Fernando Genta, chefe do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC; Mariza Morgado, pesquisadora do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC; e Raquel Vasconcellos, chefe do Laboratório de Epidemiologia Clínica do INI, prestigiaram a cerimônia. 

Estudantes da quinta turma do mestrado internacional desenvolveram pesquisas sobre doenças com alto impacto na saúde em Moçambique. Foto: Acervo

Professores e estudantes destacaram os desafios superados para a conclusão do curso em meio à pandemia da Covid-19. Por serem profissionais de saúde, muitos alunos precisaram atuar no enfrentamento à doença. 

Além disso, a dinâmica da pós-graduação teve de ser modificada, com atividades de pesquisa realizadas integralmente em Moçambique. 

“Os estudantes não puderam vir à Fiocruz, onde normalmente passam três meses realizando análises para suas pesquisas. Tivemos que prorrogar os prazos, e felizmente todos conseguiram concluir o curso”, afirmou Renato.

Como em anos anteriores, as pesquisas desenvolvidas pelos mestrandos abordaram temas importantes para a saúde pública local, incluindo infecção pelo HIV, tuberculose, parasitoses intestinais e saúde bucal, entre outros.

Contribuição de longo prazo

No sistema de saúde moçambicano, o INS desempenha algumas funções semelhantes às da Fiocruz no Brasil, apoiando as políticas públicas, através de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, serviços de referência e formação de recursos humanos, entre outras atividades. A formação de mestres e doutores na instituição contribui para fortalecer a saúde no país.

“O diretor do INS [Ilesh Jani] já frisou, em várias oportunidades, que a contribuição da Fiocruz, neste curso, é fundamental na estruturação do instituto. Nossos ex-alunos são chefes de departamento e líderes de grupos de pesquisa. O INS tem outras colaborações ao redor do mundo, mas não tem outro curso que tenha formado mais pessoal do que o Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde”, pontuou Renato.

A partir do alto à esquerda, em sentido horário, cerimônias celebraram a titulação dos estudantes em 2010, 2013, 2015 e 2017. Fotos: Acervo

O coordenador brasileiro da iniciativa acrescenta que, nos próximos anos, o programa internacional deve se aproximar do seu objetivo de longo prazo: o estabelecimento de uma pós-graduação no INS. 

De acordo com Renato, a previsão inicial do curso internacional era formar cinco turmas, com 50 mestres, para o INS poder iniciar a sua pós-graduação. Com a conclusão da quinta turma, o número de profissionais titulados superou a expectativa. 

Para garantir a continuidade na formação de profissionais no período de transição para o curso local, os pesquisadores discutem a possibilidade de abrir mais uma turma do mestrado internacional esse ano. 

Em relação ao doutorado, iniciado em 2014, também está em discussão a abertura de uma nova turma. A previsão era de que a mesma começasse em 2020, mas precisou ser suspensa por causa da pandemia. 

“O objetivo é que o INS tenha autonomia para formar novos mestres e, futuramente, doutores, que poderão contribuir para a saúde pública e a pesquisa científica na região”, ressaltou Renato.

Criado em 2008, programa de pós-graduação internacional ultrapassa a marca de 60 mestres formados para o país africano
Por: 
maira

Estabelecido através da cooperação entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS), na África, o Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde concluiu, no final de 2022, sua quinta turma de mestrado acadêmico, com a formação de mais 11 mestres.

Criado em 2008, o curso alcançou a marca de 61 mestres formados. O programa é voltado para profissionais de saúde de Moçambique, principalmente do INS, com o objetivo de fortalecer a pesquisa científica em saúde no país.

Evento em Moçambique, com participação virtual de pesquisadores da Fiocruz, celebrou a titulação da quinta turma do mestrado internacional em Ciências da Saúde. Foto: Acervo

O curso é oferecido por meio de um consórcio, com participação de três programas de pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e um programa do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). São eles: Medicina Tropical, Biologia Parasitária e Biologia Celular e Molecular, do IOC, e Pesquisa Clínica nas Doenças Infecciosas, do INI.

Desafios durante a pandemia

A titulação dos novos mestres foi celebrada no dia 20 de dezembro, com uma cerimônia híbrida. O evento foi realizado na sede do INS, em Maputo, com participação virtual de pesquisadores da Fiocruz.

A cerimônia contou com a participação dos dois coordenadores do programa internacional: Renato Porrozzi pesquisador do Laboratório de Toxoplasmose e Outras Protozooses do IOC, e Nilsa de Deus, pesquisadora do INS. 

Integrantes da Comissão de Pós-graduação (CPG) do curso, Wilson Savino, coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz; André Roque, coordenador da Pós-graduação em Biologia Parasitária; e Vanessa de Paula, coordenadora da Pós-graduação em Medicina Tropical, também representaram a Fundação no evento. 

Orientadores de estudantes da turma, os docentes Fernando Genta, chefe do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC; Mariza Morgado, pesquisadora do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC; e Raquel Vasconcellos, chefe do Laboratório de Epidemiologia Clínica do INI, prestigiaram a cerimônia. 

Estudantes da quinta turma do mestrado internacional desenvolveram pesquisas sobre doenças com alto impacto na saúde em Moçambique. Foto: Acervo

Professores e estudantes destacaram os desafios superados para a conclusão do curso em meio à pandemia da Covid-19. Por serem profissionais de saúde, muitos alunos precisaram atuar no enfrentamento à doença. 

Além disso, a dinâmica da pós-graduação teve de ser modificada, com atividades de pesquisa realizadas integralmente em Moçambique. 

“Os estudantes não puderam vir à Fiocruz, onde normalmente passam três meses realizando análises para suas pesquisas. Tivemos que prorrogar os prazos, e felizmente todos conseguiram concluir o curso”, afirmou Renato.

Como em anos anteriores, as pesquisas desenvolvidas pelos mestrandos abordaram temas importantes para a saúde pública local, incluindo infecção pelo HIV, tuberculose, parasitoses intestinais e saúde bucal, entre outros.

Contribuição de longo prazo

No sistema de saúde moçambicano, o INS desempenha algumas funções semelhantes às da Fiocruz no Brasil, apoiando as políticas públicas, através de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, serviços de referência e formação de recursos humanos, entre outras atividades. A formação de mestres e doutores na instituição contribui para fortalecer a saúde no país.

“O diretor do INS [Ilesh Jani] já frisou, em várias oportunidades, que a contribuição da Fiocruz, neste curso, é fundamental na estruturação do instituto. Nossos ex-alunos são chefes de departamento e líderes de grupos de pesquisa. O INS tem outras colaborações ao redor do mundo, mas não tem outro curso que tenha formado mais pessoal do que o Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde”, pontuou Renato.

A partir do alto à esquerda, em sentido horário, cerimônias celebraram a titulação dos estudantes em 2010, 2013, 2015 e 2017. Fotos: Acervo

O coordenador brasileiro da iniciativa acrescenta que, nos próximos anos, o programa internacional deve se aproximar do seu objetivo de longo prazo: o estabelecimento de uma pós-graduação no INS. 

De acordo com Renato, a previsão inicial do curso internacional era formar cinco turmas, com 50 mestres, para o INS poder iniciar a sua pós-graduação. Com a conclusão da quinta turma, o número de profissionais titulados superou a expectativa. 

Para garantir a continuidade na formação de profissionais no período de transição para o curso local, os pesquisadores discutem a possibilidade de abrir mais uma turma do mestrado internacional esse ano. 

Em relação ao doutorado, iniciado em 2014, também está em discussão a abertura de uma nova turma. A previsão era de que a mesma começasse em 2020, mas precisou ser suspensa por causa da pandemia. 

“O objetivo é que o INS tenha autonomia para formar novos mestres e, futuramente, doutores, que poderão contribuir para a saúde pública e a pesquisa científica na região”, ressaltou Renato.

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)