Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.
Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Testagem, vacinação e informação contra as hepatites virais

Testagem, vacinação e informação contra as hepatites virais

IOC e Secretaria Municipal de Saúde promoveram atividade em alusão ao dia mundial de luta contra a doença, celebrado em 28 de julho
Por Maíra Menezes27/07/2023 - Atualizado em 10/08/2023
Mais de 450 testes para hepatites B e C, HIV e sífilis foram realizados no evento. Foto: Gutemberg Brito

As hepatites virais são infecções que atingem o fígado e podem evoluir de forma silenciosa, sem qualquer sintoma por anos. Por isso, muitas pessoas só descobrem a doença quando apresentam quadros graves, como cirrose e câncer hepático. 

Para reforçar o alerta sobre essas infecções, 28 de julho foi declarado como Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. E, durante todo o mês, a cor amarela chama atenção para a importância de prevenir e tratar o agravo. 

Em alusão à data, o Ambulatório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro promoveram, no último dia 20, uma mobilização com oferta de testes, vacinas e atividades educativas. 

Mais de 450 testes rápidos para hepatites B e C, HIV e sífilis foram realizados. Cerca de 60 doses de vacinas para hepatite B, gripe e covid-19 foram administradas. 

Jogo educativo sobre hepatites e apresentação musical do grupo 'Meu Kantinho' integraram programação. Foto: Gutemberg Brito

Quem passou pela tenda montada em frente ao Ambulatório, no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, também pôde aprender mais sobre o agravo com o jogo ‘A trilha do fígado’, desenvolvido pelo Laboratório de Hepatites Virais.  

Na área destinada às Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), oferecidas pelo IOC, mais de 120 visitantes puderam realizar sessões de auriculoterapia e reiki. 

A programação contou ainda com atividades de educação em saúde bucal, roda de conversa com a Rede de Adolescentes Promotores da Saúde (RAP da Saúde) e apresentação do grupo musical infantil do centro cultural ‘Meu Kantinho’. 

Importância do diagnóstico 

A chefe do Ambulatório de Hepatites Virais e pesquisadora do Laboratório de Hepatites Virais do IOC, Lia Laura Lewis Ximenez, ressaltou que o tratamento das hepatites está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e o diagnóstico precoce é o caminho para evitar complicações da doença e salvar vidas. 

“As pessoas não devem ter medo de fazer o teste. A hepatite C tem cura. Para hepatite B, tem vacina para prevenir e medicações para controlar e evitar a evolução para cirrose e câncer de fígado. O nosso Sistema Único de Saúde oferece o tratamento. Temos que ter orgulho porque não são todos os países que oferecem esses medicamentos gratuitamente”, afirmou Lia. 

Teste rápido é realizado com gotas de sangue coletadas do dedo. Foto: Gutemberg Brito

No Rio de Janeiro, testes rápidos para diagnosticar as hepatites B e C estão disponíveis nas unidades de atenção primária à saúde, como clínicas da família e centros municipais de saúde.  

Duas vacinas também são oferecidas: da hepatite A, para crianças até 5 anos, e da hepatite B, para todos que ainda não foram vacinados. 

“O tratamento da hepatite C já está em unidades de atenção primária, facilitando ainda mais o acesso à terapia. É importante a população saber disso porque é uma doença silenciosa, que pode causar cirrose e até carcinoma, se não for tratada a tempo”, disse a gerente de hepatites virais da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, Girleide de Oliveira. 

Vacinação para hepatite B está disponível na rede pública para toda a população. Foto: Gutemberg Brito

“O teste para o HIV também pode ser feito em todas as unidades de saúde e temos um tratamento muito eficaz. A terapia controla o vírus e permite que o indivíduo viva normalmente”, pontuou a gerente de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Paula Moura.  

Ela acrescentou que as unidades de saúde oferecem diferentes formas de prevenção do HIV, incluindo distribuição de preservativos e encaminhamento para profilaxia pós-exposição (PEP) e profilaxia pré-exposição (PrEP), nos casos indicados. 

Meta de eliminação

Com vacinação, diagnóstico e tratamento é possível eliminar as hepatites como problema de saúde pública. A meta foi estabelecida pela Organização Mundial da Saúde em 2016.  

Para isso, até 2030, os países devem diagnosticar 90% das pessoas com hepatites virais, tratar 80% das pessoas diagnosticadas, reduzir em 90% novas infecções e em 65% a mortalidade. 

Oferta de testes rápidos na atenção primária é uma das estratégias para expandir o acesso ao diagnóstico. Foto: Gutemberg Brito

No Brasil, os casos de hepatites vêm caindo anualmente, mas estimativas divulgadas pelo Ministério da Saúde apontam que cerca de 700 mil pessoas vivem com hepatite B e ainda não foram diagnosticadas. Aproximadamente 520 mil estão infectados pelo vírus da hepatite C, mas não receberam diagnóstico. 

“O primeiro desafio para combater as hepatites é oferecer diagnóstico rápido e precoce para as pessoas. O segundo é a conscientização. Por isso, as ações durante o julho amarelo são muito importantes, para que as pessoas saibam o que é hepatite e como prevenir a infecção”, ressaltou a chefe do Laboratório de Hepatites Virais do IOC, Livia Melo Villar. 

A diretora do IOC, Tania Cremonini de Araujo-Jorge, enfatizou a importância da parceria entre o Instituto e a Secretaria Municipal de Saúde no enfrentamento das hepatites. 

“Quanto mais nós fortalecemos as parcerias, principalmente com a atenção básica, mais nós reforçamos tanto a pesquisa, a partir das demandas reais da população e do sistema de saúde local, quanto as ações de educação em saúde e de qualificação e capacitação, que fazem parte da nossa atuação como referência", afirmou Tania. 

Equipes do IOC e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio se uniram na mobilização contra as hepatites virais. Foto: Gutemberg Brito


Tipos de hepatites e como prevenir 

Os cinco vírus causadores de hepatites são chamados de vírus da hepatite A, B, C, D e E.  

O vírus da hepatite A é eliminado nas fezes de pacientes infectados e transmitido através da água ou de alimentos contaminados. A falta de saneamento básico facilita a disseminação desse vírus, que causa principalmente hepatite aguda, com sintomas como cansaço, febre, enjoo, vômito, urina escura e cor amarelada na pele e nos olhos. 

Desde 2014, a vacina para hepatite A faz parte do calendário de imunização infantil, o que reduziu em mais de 95% os casos da doença em menores de 10 anos.  

Os vírus da hepatite B e C são associados com casos crônicos, que avançam ao longo de décadas, de forma silenciosa. Sem tratamento, podem causar cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado. Mais de 95% das mortes por hepatites são provocadas por esses vírus. 

As duas infecções podem ser transmitidas pelo contato com sangue contaminado e por relações sexuais sem preservativo. 

A vacina é a principal forma de prevenção da hepatite B e está disponível, na rede pública, para crianças e adultos.  

Para prevenir a hepatite C, é importante não compartilhar lâminas de barbear, escovas de dente, alicates e outros equipamentos de manicure e pedicure. Os materiais de tatuagem e colocação de piercings não devem ser reutilizados. Usuários de drogas também não devem compartilhar agulhas e seringas. 

O vírus da hepatite D é menos frequente e só ocorre junto com o vírus da hepatite B. Assim, prevenir a hepatite B evita também a hepatite D.  

O vírus da hepatite E é transmitido principalmente na África e na Ásia e raramente é encontrado no Brasil. A transmissão ocorre através da água ou de alimentos contaminados. Geralmente, os casos são de infecção aguda, de curta duração. 

IOC e Secretaria Municipal de Saúde promoveram atividade em alusão ao dia mundial de luta contra a doença, celebrado em 28 de julho
Por: 
maira
Mais de 450 testes para hepatites B e C, HIV e sífilis foram realizados no evento. Foto: Gutemberg Brito

As hepatites virais são infecções que atingem o fígado e podem evoluir de forma silenciosa, sem qualquer sintoma por anos. Por isso, muitas pessoas só descobrem a doença quando apresentam quadros graves, como cirrose e câncer hepático. 

Para reforçar o alerta sobre essas infecções, 28 de julho foi declarado como Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. E, durante todo o mês, a cor amarela chama atenção para a importância de prevenir e tratar o agravo. 

Em alusão à data, o Ambulatório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro promoveram, no último dia 20, uma mobilização com oferta de testes, vacinas e atividades educativas. 

Mais de 450 testes rápidos para hepatites B e C, HIV e sífilis foram realizados. Cerca de 60 doses de vacinas para hepatite B, gripe e covid-19 foram administradas. 

Jogo educativo sobre hepatites e apresentação musical do grupo 'Meu Kantinho' integraram programação. Foto: Gutemberg Brito

Quem passou pela tenda montada em frente ao Ambulatório, no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, também pôde aprender mais sobre o agravo com o jogo ‘A trilha do fígado’, desenvolvido pelo Laboratório de Hepatites Virais.  

Na área destinada às Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), oferecidas pelo IOC, mais de 120 visitantes puderam realizar sessões de auriculoterapia e reiki. 

A programação contou ainda com atividades de educação em saúde bucal, roda de conversa com a Rede de Adolescentes Promotores da Saúde (RAP da Saúde) e apresentação do grupo musical infantil do centro cultural ‘Meu Kantinho’. 

Importância do diagnóstico 

A chefe do Ambulatório de Hepatites Virais e pesquisadora do Laboratório de Hepatites Virais do IOC, Lia Laura Lewis Ximenez, ressaltou que o tratamento das hepatites está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e o diagnóstico precoce é o caminho para evitar complicações da doença e salvar vidas. 

“As pessoas não devem ter medo de fazer o teste. A hepatite C tem cura. Para hepatite B, tem vacina para prevenir e medicações para controlar e evitar a evolução para cirrose e câncer de fígado. O nosso Sistema Único de Saúde oferece o tratamento. Temos que ter orgulho porque não são todos os países que oferecem esses medicamentos gratuitamente”, afirmou Lia. 

Teste rápido é realizado com gotas de sangue coletadas do dedo. Foto: Gutemberg Brito

No Rio de Janeiro, testes rápidos para diagnosticar as hepatites B e C estão disponíveis nas unidades de atenção primária à saúde, como clínicas da família e centros municipais de saúde.  

Duas vacinas também são oferecidas: da hepatite A, para crianças até 5 anos, e da hepatite B, para todos que ainda não foram vacinados. 

“O tratamento da hepatite C já está em unidades de atenção primária, facilitando ainda mais o acesso à terapia. É importante a população saber disso porque é uma doença silenciosa, que pode causar cirrose e até carcinoma, se não for tratada a tempo”, disse a gerente de hepatites virais da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, Girleide de Oliveira. 

Vacinação para hepatite B está disponível na rede pública para toda a população. Foto: Gutemberg Brito

“O teste para o HIV também pode ser feito em todas as unidades de saúde e temos um tratamento muito eficaz. A terapia controla o vírus e permite que o indivíduo viva normalmente”, pontuou a gerente de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids da Secretaria Municipal de Saúde, Ana Paula Moura.  

Ela acrescentou que as unidades de saúde oferecem diferentes formas de prevenção do HIV, incluindo distribuição de preservativos e encaminhamento para profilaxia pós-exposição (PEP) e profilaxia pré-exposição (PrEP), nos casos indicados. 

Meta de eliminação

Com vacinação, diagnóstico e tratamento é possível eliminar as hepatites como problema de saúde pública. A meta foi estabelecida pela Organização Mundial da Saúde em 2016.  

Para isso, até 2030, os países devem diagnosticar 90% das pessoas com hepatites virais, tratar 80% das pessoas diagnosticadas, reduzir em 90% novas infecções e em 65% a mortalidade. 

Oferta de testes rápidos na atenção primária é uma das estratégias para expandir o acesso ao diagnóstico. Foto: Gutemberg Brito

No Brasil, os casos de hepatites vêm caindo anualmente, mas estimativas divulgadas pelo Ministério da Saúde apontam que cerca de 700 mil pessoas vivem com hepatite B e ainda não foram diagnosticadas. Aproximadamente 520 mil estão infectados pelo vírus da hepatite C, mas não receberam diagnóstico. 

“O primeiro desafio para combater as hepatites é oferecer diagnóstico rápido e precoce para as pessoas. O segundo é a conscientização. Por isso, as ações durante o julho amarelo são muito importantes, para que as pessoas saibam o que é hepatite e como prevenir a infecção”, ressaltou a chefe do Laboratório de Hepatites Virais do IOC, Livia Melo Villar. 

A diretora do IOC, Tania Cremonini de Araujo-Jorge, enfatizou a importância da parceria entre o Instituto e a Secretaria Municipal de Saúde no enfrentamento das hepatites. 

“Quanto mais nós fortalecemos as parcerias, principalmente com a atenção básica, mais nós reforçamos tanto a pesquisa, a partir das demandas reais da população e do sistema de saúde local, quanto as ações de educação em saúde e de qualificação e capacitação, que fazem parte da nossa atuação como referência", afirmou Tania. 

Equipes do IOC e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio se uniram na mobilização contra as hepatites virais. Foto: Gutemberg Brito

Tipos de hepatites e como prevenir 

Os cinco vírus causadores de hepatites são chamados de vírus da hepatite A, B, C, D e E.  

O vírus da hepatite A é eliminado nas fezes de pacientes infectados e transmitido através da água ou de alimentos contaminados. A falta de saneamento básico facilita a disseminação desse vírus, que causa principalmente hepatite aguda, com sintomas como cansaço, febre, enjoo, vômito, urina escura e cor amarelada na pele e nos olhos. 

Desde 2014, a vacina para hepatite A faz parte do calendário de imunização infantil, o que reduziu em mais de 95% os casos da doença em menores de 10 anos.  

Os vírus da hepatite B e C são associados com casos crônicos, que avançam ao longo de décadas, de forma silenciosa. Sem tratamento, podem causar cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado. Mais de 95% das mortes por hepatites são provocadas por esses vírus. 

As duas infecções podem ser transmitidas pelo contato com sangue contaminado e por relações sexuais sem preservativo. 

A vacina é a principal forma de prevenção da hepatite B e está disponível, na rede pública, para crianças e adultos.  

Para prevenir a hepatite C, é importante não compartilhar lâminas de barbear, escovas de dente, alicates e outros equipamentos de manicure e pedicure. Os materiais de tatuagem e colocação de piercings não devem ser reutilizados. Usuários de drogas também não devem compartilhar agulhas e seringas. 

O vírus da hepatite D é menos frequente e só ocorre junto com o vírus da hepatite B. Assim, prevenir a hepatite B evita também a hepatite D.  

O vírus da hepatite E é transmitido principalmente na África e na Ásia e raramente é encontrado no Brasil. A transmissão ocorre através da água ou de alimentos contaminados. Geralmente, os casos são de infecção aguda, de curta duração. 

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)