Entre 5 e 12 de outubro, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) integrou a força tarefa que investiga a súbita mortandade de botos no Lago Tefé, no interior do Amazonas. Mais de 150 animais foram encontrados sem vida na região, que vem sofrendo as consequências de uma severa estiagem.
A Operação Emergência Botos Tefé foi instaurada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, com apoio técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, associado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
A equipe conta com o apoio de entidades nacionais e internacionais que estão divididas em grupos de trabalho dedicados ao recolhimento e necropsia de carcaças de animais mortos para análises, avaliação da qualidade da água e resgate e reabilitação de animais sobreviventes.
Entre os voluntários, estava a pesquisadora Marina Galvāo Bueno, do Laboratório Virologia Comparada e Ambiental do IOC, que participou do processo de necropsia e coleta de amostras biológicas dos mamíferos
“O cenário é bastante complexo e exige olhar sensível em saúde única, abordagem que associa as dinâmicas entre ambiente, animais e seres humanos. Por estarem no topo da cadeia alimentar, os botos são considerados sentinelas da saúde e da qualidade ambiental do ecossistema da região. A súbita mortandade desses animais aponta que, possivelmente, todo o ecossistema já esteja afetado”, explica a médica veterinária.
O animal mais atingido é o boto vermelho (Inia geoffrensis), também conhecido como boto-cor-de-rosa, um dos principais símbolos da fauna amazônica. Os botos tucuxis (Sotalia fluviatilis), espécie de golfinho de água doce, também foram bastante afetados.
Marina Galvão Bueno e equipes parceiras realizaram necropsia das carcaças de mamíferos marinhos, documentando lesões e coletando amostras que serão utilizadas para investigação do potencial presença de patógenos. Foto: Acervo pessoal“Assim que as carcaças são localizadas, a equipe realiza as necropsias e documenta todas as lesões. O grupo está equipado com todas as medidas de biossegurança e materiais necessários para coleta de material biológico para avaliações histológicas, toxicológicas e de biologia molecular”, relata a pesquisadora.
Ainda não há uma causa definida para o incidente, que é chamada pelos especialistas de “UME” (sigla em inglês para Evento de Mortalidade Incomum). As amostras de tecidos e órgãos analisados até o momento pela força tarefa não apontaram a presença de agentes infecciosos, como vírus e bactérias, capazes de justificar o elevado número de mortes.
O Amazonas enfrenta um período de forte seca e diversos focos de calor. A temperatura da água na região do Lago Tefé chegou a 39,1°C em medição realizada no dia 28 de setembro — muito acima do normal para a localidade, que é de cerca de 30°C.
De acordo com o boletim de estiagem do estado nortista, divulgado no último domingo (15 de outubro), 50 dos 62 municípios do Amazonas estão em situação de emergência. Mais de 451 mil pessoas foram afetadas.
“É uma situação que vai além da conservação da biodiversidade, que também é extremamente importante. Há muitas pessoas que moram na região e compartilham o mesmo ambiente que os botos, utilizando a água do rio Tefé para locomoção, alimentação e higiene pessoal. Elas estão expostas às mesmas condições que causaram a morte dos botos. Portanto, também é uma questão de saúde humana”, destaca Marina.
Mais de 100 colaboradores já estiveram na região para reforçar a Operação Emergência Botos Tefé. Diversas instituições estão atuando na operação: Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais, Aqua Viridi, Aquasis, Azul, Corpo de Bombeiros de Tefé, CRMV/AM, European Association for Aquatic Mammals, Exército Brasileiro, Friends of Nuremberg Zoo Association, Fundação Mamíferos Aquáticos, Fundación Mundo Marino, GRAD - Grupo de Resgate de Animais em Desastres, Greenpeace, IBAMA, INPA, Instituto Aqualie, Instituto Baleia Jubarte, Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), International Fund for Animal Welfare, IPAAM, Lapcom-USP, LATAM, Loro Parque Fundación, Marinha do Brasil, National Marine Mammal Foundation, Nuremberg Zoo, Oceanogràfic València, Planète Sauvage, Polícia Militar do Amazonas, Prefeitura de Tefé, R3 Animal, Rancho Texas, Sea Shepherd Brasil, Sea Shepherd France, SeaWorld & Busch Gardens Conservation Fund, SEMMAC-Tefé, Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, Voepass, WWF-Alemanha, WWF-Brasil, YAQU PACHA e Zoomarine Portugal.
Entre 5 e 12 de outubro, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) integrou a força tarefa que investiga a súbita mortandade de botos no Lago Tefé, no interior do Amazonas. Mais de 150 animais foram encontrados sem vida na região, que vem sofrendo as consequências de uma severa estiagem.
A Operação Emergência Botos Tefé foi instaurada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, com apoio técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, associado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
A equipe conta com o apoio de entidades nacionais e internacionais que estão divididas em grupos de trabalho dedicados ao recolhimento e necropsia de carcaças de animais mortos para análises, avaliação da qualidade da água e resgate e reabilitação de animais sobreviventes.
Entre os voluntários, estava a pesquisadora Marina Galvāo Bueno, do Laboratório Virologia Comparada e Ambiental do IOC, que participou do processo de necropsia e coleta de amostras biológicas dos mamíferos
“O cenário é bastante complexo e exige olhar sensível em saúde única, abordagem que associa as dinâmicas entre ambiente, animais e seres humanos. Por estarem no topo da cadeia alimentar, os botos são considerados sentinelas da saúde e da qualidade ambiental do ecossistema da região. A súbita mortandade desses animais aponta que, possivelmente, todo o ecossistema já esteja afetado”, explica a médica veterinária.
O animal mais atingido é o boto vermelho (Inia geoffrensis), também conhecido como boto-cor-de-rosa, um dos principais símbolos da fauna amazônica. Os botos tucuxis (Sotalia fluviatilis), espécie de golfinho de água doce, também foram bastante afetados.
Marina Galvão Bueno e equipes parceiras realizaram necropsia das carcaças de mamíferos marinhos, documentando lesões e coletando amostras que serão utilizadas para investigação do potencial presença de patógenos. Foto: Acervo pessoal“Assim que as carcaças são localizadas, a equipe realiza as necropsias e documenta todas as lesões. O grupo está equipado com todas as medidas de biossegurança e materiais necessários para coleta de material biológico para avaliações histológicas, toxicológicas e de biologia molecular”, relata a pesquisadora.
Ainda não há uma causa definida para o incidente, que é chamada pelos especialistas de “UME” (sigla em inglês para Evento de Mortalidade Incomum). As amostras de tecidos e órgãos analisados até o momento pela força tarefa não apontaram a presença de agentes infecciosos, como vírus e bactérias, capazes de justificar o elevado número de mortes.
O Amazonas enfrenta um período de forte seca e diversos focos de calor. A temperatura da água na região do Lago Tefé chegou a 39,1°C em medição realizada no dia 28 de setembro — muito acima do normal para a localidade, que é de cerca de 30°C.
De acordo com o boletim de estiagem do estado nortista, divulgado no último domingo (15 de outubro), 50 dos 62 municípios do Amazonas estão em situação de emergência. Mais de 451 mil pessoas foram afetadas.
“É uma situação que vai além da conservação da biodiversidade, que também é extremamente importante. Há muitas pessoas que moram na região e compartilham o mesmo ambiente que os botos, utilizando a água do rio Tefé para locomoção, alimentação e higiene pessoal. Elas estão expostas às mesmas condições que causaram a morte dos botos. Portanto, também é uma questão de saúde humana”, destaca Marina.
Mais de 100 colaboradores já estiveram na região para reforçar a Operação Emergência Botos Tefé. Diversas instituições estão atuando na operação: Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais, Aqua Viridi, Aquasis, Azul, Corpo de Bombeiros de Tefé, CRMV/AM, European Association for Aquatic Mammals, Exército Brasileiro, Friends of Nuremberg Zoo Association, Fundação Mamíferos Aquáticos, Fundación Mundo Marino, GRAD - Grupo de Resgate de Animais em Desastres, Greenpeace, IBAMA, INPA, Instituto Aqualie, Instituto Baleia Jubarte, Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), International Fund for Animal Welfare, IPAAM, Lapcom-USP, LATAM, Loro Parque Fundación, Marinha do Brasil, National Marine Mammal Foundation, Nuremberg Zoo, Oceanogràfic València, Planète Sauvage, Polícia Militar do Amazonas, Prefeitura de Tefé, R3 Animal, Rancho Texas, Sea Shepherd Brasil, Sea Shepherd France, SeaWorld & Busch Gardens Conservation Fund, SEMMAC-Tefé, Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, Voepass, WWF-Alemanha, WWF-Brasil, YAQU PACHA e Zoomarine Portugal.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)