Quando Carlos Chagas descobriu a doença que levaria seu nome, em 1909, deu início aos estudos sobre taxonomia de Triatomíneos, vetores da infecção. O trabalho foi continuado pelo pesquisador Herman Lent a partir da década de 30 e por outras gerações de cientistas.
O resultado destes 100 anos de pesquisa é evidenciado pela atuação do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que guarda um acervo inestimável, reunindo 24 mil espécimes de barbeiros, do Brasil e do mundo. O centro consolida-se como uma importante fonte de informações taxonômicas e também atua na criação de barbeiros vivos, que são fornecidos para a realização de pesquisas em diversas instituições.
José Jurberg, coordenador do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos ilustra exemplares da coleção. Foto: Gutemberg BritoAo longo de 35 anos, Herman Lent, que é reconhecido como um dos maiores especialistas no tema, reuniu nove mil exemplares na coleção do IOC. Em 1998, a compra da coleção do pesquisador argentino Rodolfo Carcavallo, incorporada ao patrimônio da Fiocruz pelo preço simbólico de cinco mil dólares, somou mais 15 mil exemplares de barbeiros ao acervo. Neste mesmo período, Carcavallo mudou-se para o Brasil, onde colaborou por seis anos com as pesquisas do laboratório. Hoje, o centro abriga a terceira e a quarta geração de especialistas, em atividade ininterrupta, conservando a coleção internacional de barbeiros.
O banco de dados de triatomíneos foi consolidado com depósitos permanentes de barbeiros, que passaram a criar novos padrões de espécies para demais estudiosos. Os vetores são classificados, catalogados e numerados para serem disponibilizados, em seguida, aos pesquisadores brasileiros e estrangeiros.
“Quando somos solicitados por alguma instituição ou pesquisador, enviamos imagens, além de recebermos a visita de pesquisadores de todo o país”, informa José Jurberg, atual coordenador do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos.
O entomólogo investiga os triatomíneos há 50 anos e, como aluno de Lent, teve a oportunidade de assinar com ele e Rodolfo Carcavallo a autoria do Atlas dos Vetores da Doença de Chagas nas Américas, publicado em três volumes em 1998.
Além da coleção internacional com exemplares de barbeiros, o IOC possui a maior coleção viva de triatomíneos criados em laboratório. As colônias são criadas em recipiente de vidro revestido com cartolina escura, que proporciona pouca luminosidade, simulando o habitat do inseto, e com fundo de papel filtro para absorver a umidade e dejetos. Um suporte de madeira, para que o inseto possa se esconder, e cobertura de nylon, para possibilitar a ventilação, completam a estratégia para criação dos barbeiros, como explica a técnica de laboratório Vanda Cunha.
Colônia de barbeiros da coleção viva de triatomíneos cultivada no laboratório do IOC, fonte de referência para consultas de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Foto: Gutemberg Brito
Todos os barbeiros estão livres de contaminação pelo Trypanosoma cruzi, o que exige cuidados que começam na coleta, realizada em campo, quando os insetos são levados para laboratório e têm seus ovos retirados para dar início a uma nova criação.
“Hoje são conhecidas 141 espécies de barbeiros e a maioria está representada aqui, por isso fornecemos insetos vivos para pesquisas realizadas em toda a América. Para abastecer estas demandas, desenvolvemos contínuas pesquisas de campo para coleta de exemplares de diversas espécies em todo o país”, pontua José Jurberg.
Reportagem: Pâmela Pinto
Quando Carlos Chagas descobriu a doença que levaria seu nome, em 1909, deu início aos estudos sobre taxonomia de Triatomíneos, vetores da infecção. O trabalho foi continuado pelo pesquisador Herman Lent a partir da década de 30 e por outras gerações de cientistas.
O resultado destes 100 anos de pesquisa é evidenciado pela atuação do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que guarda um acervo inestimável, reunindo 24 mil espécimes de barbeiros, do Brasil e do mundo. O centro consolida-se como uma importante fonte de informações taxonômicas e também atua na criação de barbeiros vivos, que são fornecidos para a realização de pesquisas em diversas instituições.
José Jurberg, coordenador do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos ilustra exemplares da coleção. Foto: Gutemberg BritoAo longo de 35 anos, Herman Lent, que é reconhecido como um dos maiores especialistas no tema, reuniu nove mil exemplares na coleção do IOC. Em 1998, a compra da coleção do pesquisador argentino Rodolfo Carcavallo, incorporada ao patrimônio da Fiocruz pelo preço simbólico de cinco mil dólares, somou mais 15 mil exemplares de barbeiros ao acervo. Neste mesmo período, Carcavallo mudou-se para o Brasil, onde colaborou por seis anos com as pesquisas do laboratório. Hoje, o centro abriga a terceira e a quarta geração de especialistas, em atividade ininterrupta, conservando a coleção internacional de barbeiros.
O banco de dados de triatomíneos foi consolidado com depósitos permanentes de barbeiros, que passaram a criar novos padrões de espécies para demais estudiosos. Os vetores são classificados, catalogados e numerados para serem disponibilizados, em seguida, aos pesquisadores brasileiros e estrangeiros.
“Quando somos solicitados por alguma instituição ou pesquisador, enviamos imagens, além de recebermos a visita de pesquisadores de todo o país”, informa José Jurberg, atual coordenador do Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos.
O entomólogo investiga os triatomíneos há 50 anos e, como aluno de Lent, teve a oportunidade de assinar com ele e Rodolfo Carcavallo a autoria do Atlas dos Vetores da Doença de Chagas nas Américas, publicado em três volumes em 1998.
Além da coleção internacional com exemplares de barbeiros, o IOC possui a maior coleção viva de triatomíneos criados em laboratório. As colônias são criadas em recipiente de vidro revestido com cartolina escura, que proporciona pouca luminosidade, simulando o habitat do inseto, e com fundo de papel filtro para absorver a umidade e dejetos. Um suporte de madeira, para que o inseto possa se esconder, e cobertura de nylon, para possibilitar a ventilação, completam a estratégia para criação dos barbeiros, como explica a técnica de laboratório Vanda Cunha.
Colônia de barbeiros da coleção viva de triatomíneos cultivada no laboratório do IOC, fonte de referência para consultas de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Foto: Gutemberg Brito
Todos os barbeiros estão livres de contaminação pelo Trypanosoma cruzi, o que exige cuidados que começam na coleta, realizada em campo, quando os insetos são levados para laboratório e têm seus ovos retirados para dar início a uma nova criação.
“Hoje são conhecidas 141 espécies de barbeiros e a maioria está representada aqui, por isso fornecemos insetos vivos para pesquisas realizadas em toda a América. Para abastecer estas demandas, desenvolvemos contínuas pesquisas de campo para coleta de exemplares de diversas espécies em todo o país”, pontua José Jurberg.
Reportagem: Pâmela Pinto
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)