No dia 22 de maio, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) deu início à programação comemorativa de seus 124 anos. As celebrações do aniversário – festejado no dia 25/5 em data compartilhada com a Fiocruz – contam com mais dois dias de atividades presenciais no Auditório Emmanuel Dias, do Pavilhão Arthur Neiva, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro.
A mesa de abertura do dia 22 foi formada pela diretora do Instituto, Tania Araujo-Jorge, e o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.
“É emocionante ver a comunidade do IOC reunida na semana de aniversário para discutir passado, presente e futuro. Essa data nos lembra a dimensão da responsabilidade que é fazer parte de uma instituição que está a serviço da população brasileira desde 1900”, destacou a diretora.
“Nossa instituição é vibrante e vem se desenvolvendo junto à história do Brasil, tendo sido testemunha de diferentes cenários políticos e grandes crises sanitárias. Inclusive, nossa criação foi a partir de uma crise sanitária e, desde então, sempre estamos na linha de frente”, frisou.
“Para mim, o século XXI começa a partir da pandemia de Covid-19, que deixou em evidência a fragilidade do sistema de saúde global. Essa emergência trouxe uma nova dinâmica societária com impacto muito forte na ciência e no fazer científico, que emergiu questões como a importância da interdisciplinaridade”, completou.
A dupla comemoração com a Fiocruz foi realçada pelo presidente da Fundação, que pontuou a inovação e o compromisso com a saúde pública como pilares da trajetória de Manguinhos.
O modelo de organização da instituição também esteve em pauta.
“A Fiocruz assume uma gestão democrática no final dos anos 1980, um processo de governança que nos dá estabilidade institucional. No entanto, nosso modelo de gestão ainda é baseado em leis do século passado, ou seja, a maior instituição de Ciência e Tecnologia na área da saúde do Brasil ainda está inserida em um modelo arcaico que não nos deixa atuar da maneira como deveríamos. Se compararmos a sociedade atual com a de 1980, elas são completamente diferentes. Apesar de alguns agravos continuarem negligenciados, nós vivemos mais e, em consequência disso, novas doenças estão em evidência”, considerou.
“A nossa agenda não pode ser adiada, ela não é trivial. São coisas que precisam ser resolvidas para que a Fiocruz e o IOC mantenham sua posição na linha de frente”, completou.
Em seguida à mesa de abertura, a diretora do Instituto realizou a apresentação intitulada ‘IOC 124 anos: construindo o jubileu 125 e a agenda 2050’. No início de sua fala, ela elencou o conjunto de efemérides que ganham espaço no ano corrente, incluindo os 145 anos do nascimento de Carlos Chagas, os 115 da Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, os 35 e 20 anos dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e em Ensino em Biociências e Saúde, respectivamente, e os 15 anos de Laboratórios de Pesquisa do Instituto que foram credenciados em 2009. Clique aqui para acompanhar os slides apresentados.
Na sequência, ela comentou sobre o processo de construção do jubileu de 125anos, a ser celebrado em maio de 2025, e da Agenda 2050. Destacou a trajetória do Instituto e sua situação em 2024, pontuando os três momentos que marcaram a história do IOC, as principais temáticas e ações estratégicas, além de abordar avanços e desafios atuais e futuros.
“Três períodos marcaram a história do Instituto: da criação até o fechamento de laboratórios pela ditadura militar; da recuperação pós-ditadura até a pandemia de Covid-19, e o presente e futuro a partir dos aprendizados pandêmicos. Para mim, o marco deste terceiro momento é o trabalho desenvolvido pelos Laboratórios de Pesquisa do Instituto para o enfrentamento da pandemia”, disse.
Números de profissionais, estudantes, bolsistas, de Programas de Pós-graduação, cursos técnicos e de publicações científicas também foram destacados durante a apresentação, assim como as redes de colaboração estabelecidas entres os Laboratórios de Pesquisa do Instituto e os novos processos que estão em fase de construção pela Diretoria. A previsão de nova etapa do 7º Encontro do IOC, cuja proposta é debater a visão de futuro do Instituto, também foi comentada.
“Para este último ano de gestão, estamos focando em ações estratégicas voltadas para a inovação, pesquisa translacional e cooperação institucional; divulgação científica, sustentabilidade e promoção da saúde; para a criação do Centro Integrado de Atenção, Pesquisa, Promoção e Educação em Saúde, do Programa Integrado de Mudanças Climáticas, Saúde e Biodiversidade (One Health), e de ações integradas em biodiversidade e coleções biológicas”, destacou Tania, acrescentando ao conjunto de iniciativas as coordenações ‘Integrada de Diagnóstico em Microbiologia, Parasitologia, Helmintologia e Tipagem’ e de Diagnóstico em Vetores e reservatórios’.
Segundo a diretora, as ações citadas serão desenvolvidas com base nos quatro temas integradores, presentes no ‘Termo de Referência do Programa de Organização de Redes de Pesquisa e Inovação’, lançado em 2022. São eles: Biologia Celular, Molecular, Diagnóstico, Terapias e Biomodelos; Microbiologia e Interações parasito-hospedeiro; Ambiente, Biodiversidade e Saúde; e Saúde e Sociedade.
Sobre construção das duas inciativas, Tania ressaltou os avanços relativos ao orçamento institucional e ao fortalecimento da força de trabalho, chamando atenção para os desafios a serem enfrentados.
“Ao longo dos anos, tivemos um aumento gradual da Lei Orçamentária Anual (LOA) e da execução deste orçamento, assim como da captação externa por meio de emendas parlamentares e editais de fomento nacionais e internacionais. No entanto, ainda precisamos superar o subfinanciamento LOA e aperfeiçoar os processos e fluxos para ofertar mais transparência nas diversas fontes do orçamento, sobretudo em relação às emendas”, comentou.
No que tange à força de trabalho, Tania destacou como conquistas as vagas no último concurso da Fiocruz – mesmo sendo aquém do solicitado – e de terceirização para Laboratórios de Referência, Coleções Biológicas e Ambulatórios do Instituto, além das bolsas ofertadas via editais ‘INOVA IOC’ e ‘INOVA Fiocruz’.
Já os desafios, segundo ela, giram em torno do déficit de técnicos e tecnologistas, das limitações do contrato de terceirização e da redução de matrículas ativas nos Programas de Pós-graduação Stricto sensu.
Durante a apresentação, a diretora também deu destaque aos temas entendidos como estratégicos em sua gestão, assim como as ações já realizadas. O primeiro citado foi o fortalecimento da pesquisa, que vem sendo efetuado via renovação do parque tecnológico, criação do novo Programa de Excelência em Pesquisa (Proep) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e verba de emendas parlamentares conquistadas.
“Em relação à ‘Pesquisa Translacional, Inovação e Cooperação’ estamos preparando um termo de referência sobre o conceito para Pesquisa Translacional no IOC, uma Oficina de classificação de maturação de projetos, a aplicação de propostas para bolsas de produtividade DTI (Desenvolvimento Tecnológico e Industrial) junto ao CNPq, e novos serviços a serem ofertados pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/IOC) e o Escritório de Projetos”, apresentou a diretora como segunda temática estratégica.
Os terceiro e quarto temas versavam, de acordo com a apresentação, sobre ‘Pesquisa em Ambiente, Promoção da Saúde, Sustentabilidade e Agenda 2030’ e ‘Mudanças Climáticas, emergências e biodiversidade’. Sobre cada um, Tania destacou a realização dos panoramas de ‘Pesquisa em Ambiente’, ‘Pesquisa na Amazônia’ e ‘Alinhamento e integração das ações institucionais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)’; ‘Vigilância em comunidades vulneráveis’ e ‘Cooperações regionais’, entre outras iniciativas.
‘Extensão, divulgação científica e mídias sociais’, ‘Internacionalização’, ‘Mapeamento e empregabilidade dos Alumni (egressos)’, ‘Modernização e estratégias de preservação no cenário editorial global da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz nos seus 115 anos’, ‘Investimentos e melhorias nos Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas, sobretudo no que diz respeito a recursos humanos e infraestrutura’, ‘Valorização e capacitação da força de trabalho’ e ‘Finalização do Plano de Obras do IOC’ foram os demais temas estratégicos apresentados pela diretora.
Ao final, Tania explicou que a Agenda 2050 começará a ser pensada e debatida durante a segunda edição do 7º encontro do IOC, prevista para acontecer ainda este ano. Ela informou que depoimentos de parceiros sobre expectativas em relação à atuação e a parcerias com o Instituto, que possam servir de inspiração no momento da preparação do jubileu 125 anos, foram coletados. Confira a playlist.
Após a apresentação, a plateia pôde fazer perguntas e comentários aos componentes da mesa, entre eles, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira. Temáticas ligadas à internacionalização, clima e ambiente, reajuste salarial de servidores e aumento da força de trabalho, emendas parlamentares, cooperações institucionais, entre outras, compuseram o leque de questões levantadas pelo grupo presente.
“Vamos assumir, em breve, o papel de Centro Formador da América Latina e Caribe para nivelar a base científica entre os países com o intuito de capacitá-los para responder, rapidamente, a futuras pandemias. Não existe instituição no mundo que possa cumprir esse papel sem ser a Fiocruz. A internacionalização ainda é um super desafio, mas nós vamos encarar”, comentou o presidente da Fundação.
Quanto aos questionamentos sobre reajuste salarial de servidores e aumento da força de trabalho, Mario Moreira foi enfático:
“Eu não encontro saída nesse modelo atual de gestão da Fiocruz. Na minha visão, o Regime Jurídico Único (RJU) não vai resolver o problema de recursos humanos da Fundação. Sobre o reajuste, tenho confiança de que, em algum momento, haverá possibilidade de ganho. O atual cenário econômico interfere na tomada de decisão do governo”, opinou.
Em relação à pauta ‘clima e ambiente’, o presidente adiantou que a Fundação está trabalhando na formação de um Centro de Estudos em Clima em Ambiente e Saúde, em parceria com outras instituições – como, por exemplo, a Embrapa –, e que um debate sobre ‘clima’ está sendo elaborado pela Fiocruz. O evento abordará questões ligadas a tecnologia, preparação para desastres naturais, formação de recursos humanos, entre outras.
No bloco final do evento do dia 22, foram realizados anúncios e lançamentos.
“A nova identidade visual do IOC simboliza mais do que uma simples atualização estética, ela reúne referência histórica e contemporaneidade, universos que representam o IOC de hoje”, comentou a coordenadora do Departamento de Jornalismo e Comunicação (DEJOR/IOC), Raquel Aguiar, durante o lançamento da nova identidade.
Raquel e a equipe do DEJOR durante a apresentação da nova identidade visual. Foto: divulgaçãoA apresentação do novo webmail ficou por conta da diretora-adjunta do IOC, Wania Santiago, que, de forma resumida, enfatizou as principais melhorias da nova ferramenta.
“Fizemos questão de criar o novo webmail a partir de um software livre. Agora, além de ser mais responsivo, ou seja, se adapta a qualquer tamanho de tela (celular, tablet e computador), o webmail oferece mais agilidade e segurança no tráfego de informações aos usuários do IOC”, declarou.
O novo Programa de Excelência em Pesquisa (Proep) foi apresentado pela diretora Tania Araujo-Jorge. Segundo ela, a iniciativa seguirá os mesmos moldes dos anteriores (2011-2016), no qual o IOC transfere parte de seu orçamento para execução através do CNPq, que ficará responsável por lançar uma chamada específica para fomentar projetos do Instituto.
“Dentre as novidades do novo Proep está a possibilidade de pagamento de bolsas nas modalidades previstas pelo CNPq”, comentou.
O novo Proep será um projeto de quatro anos, com valor total de R$ 24 milhões, ou seja, R$ 6 milhões ao ano, sendo aproximadamente R$ 4 milhões para laboratórios e R$ 2 milhões para projetos estratégicos da Diretoria do IOC. As ações serão financiadas dentro do limite orçamentário de cada Laboratório do Instituto, na rubrica ‘Auxílio à Pesquisa’.
Sobre o calendário de celebrações dos 115 anos das ‘Memórias’, o vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Ademir Martins, adiantou que dois grupos de trabalho estão atuando, respectivamente, no processo de modernização do espaço físico que abriga as atividades do período – que fica no 2º andar do Castelo – e na organização de uma programação comemorativa.
“Em agosto vamos lançar uma série eventos. Um deles consistirá numa exposição itinerante que contará a evolução editorial do periódico de 1909 até a atualidade”, adiantou.
A programação dos 124 anos também contou com atividades no dia 23 e ainda tem agenda prevista para sexta-feira, 24 de maio.
No dia 22 de maio, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) deu início à programação comemorativa de seus 124 anos. As celebrações do aniversário – festejado no dia 25/5 em data compartilhada com a Fiocruz – contam com mais dois dias de atividades presenciais no Auditório Emmanuel Dias, do Pavilhão Arthur Neiva, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro.
A mesa de abertura do dia 22 foi formada pela diretora do Instituto, Tania Araujo-Jorge, e o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.
“É emocionante ver a comunidade do IOC reunida na semana de aniversário para discutir passado, presente e futuro. Essa data nos lembra a dimensão da responsabilidade que é fazer parte de uma instituição que está a serviço da população brasileira desde 1900”, destacou a diretora.
“Nossa instituição é vibrante e vem se desenvolvendo junto à história do Brasil, tendo sido testemunha de diferentes cenários políticos e grandes crises sanitárias. Inclusive, nossa criação foi a partir de uma crise sanitária e, desde então, sempre estamos na linha de frente”, frisou.
“Para mim, o século XXI começa a partir da pandemia de Covid-19, que deixou em evidência a fragilidade do sistema de saúde global. Essa emergência trouxe uma nova dinâmica societária com impacto muito forte na ciência e no fazer científico, que emergiu questões como a importância da interdisciplinaridade”, completou.
A dupla comemoração com a Fiocruz foi realçada pelo presidente da Fundação, que pontuou a inovação e o compromisso com a saúde pública como pilares da trajetória de Manguinhos.
O modelo de organização da instituição também esteve em pauta.
“A Fiocruz assume uma gestão democrática no final dos anos 1980, um processo de governança que nos dá estabilidade institucional. No entanto, nosso modelo de gestão ainda é baseado em leis do século passado, ou seja, a maior instituição de Ciência e Tecnologia na área da saúde do Brasil ainda está inserida em um modelo arcaico que não nos deixa atuar da maneira como deveríamos. Se compararmos a sociedade atual com a de 1980, elas são completamente diferentes. Apesar de alguns agravos continuarem negligenciados, nós vivemos mais e, em consequência disso, novas doenças estão em evidência”, considerou.
“A nossa agenda não pode ser adiada, ela não é trivial. São coisas que precisam ser resolvidas para que a Fiocruz e o IOC mantenham sua posição na linha de frente”, completou.
Em seguida à mesa de abertura, a diretora do Instituto realizou a apresentação intitulada ‘IOC 124 anos: construindo o jubileu 125 e a agenda 2050’. No início de sua fala, ela elencou o conjunto de efemérides que ganham espaço no ano corrente, incluindo os 145 anos do nascimento de Carlos Chagas, os 115 da Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, os 35 e 20 anos dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e em Ensino em Biociências e Saúde, respectivamente, e os 15 anos de Laboratórios de Pesquisa do Instituto que foram credenciados em 2009. Clique aqui para acompanhar os slides apresentados.
Na sequência, ela comentou sobre o processo de construção do jubileu de 125anos, a ser celebrado em maio de 2025, e da Agenda 2050. Destacou a trajetória do Instituto e sua situação em 2024, pontuando os três momentos que marcaram a história do IOC, as principais temáticas e ações estratégicas, além de abordar avanços e desafios atuais e futuros.
“Três períodos marcaram a história do Instituto: da criação até o fechamento de laboratórios pela ditadura militar; da recuperação pós-ditadura até a pandemia de Covid-19, e o presente e futuro a partir dos aprendizados pandêmicos. Para mim, o marco deste terceiro momento é o trabalho desenvolvido pelos Laboratórios de Pesquisa do Instituto para o enfrentamento da pandemia”, disse.
Números de profissionais, estudantes, bolsistas, de Programas de Pós-graduação, cursos técnicos e de publicações científicas também foram destacados durante a apresentação, assim como as redes de colaboração estabelecidas entres os Laboratórios de Pesquisa do Instituto e os novos processos que estão em fase de construção pela Diretoria. A previsão de nova etapa do 7º Encontro do IOC, cuja proposta é debater a visão de futuro do Instituto, também foi comentada.
“Para este último ano de gestão, estamos focando em ações estratégicas voltadas para a inovação, pesquisa translacional e cooperação institucional; divulgação científica, sustentabilidade e promoção da saúde; para a criação do Centro Integrado de Atenção, Pesquisa, Promoção e Educação em Saúde, do Programa Integrado de Mudanças Climáticas, Saúde e Biodiversidade (One Health), e de ações integradas em biodiversidade e coleções biológicas”, destacou Tania, acrescentando ao conjunto de iniciativas as coordenações ‘Integrada de Diagnóstico em Microbiologia, Parasitologia, Helmintologia e Tipagem’ e de Diagnóstico em Vetores e reservatórios’.
Segundo a diretora, as ações citadas serão desenvolvidas com base nos quatro temas integradores, presentes no ‘Termo de Referência do Programa de Organização de Redes de Pesquisa e Inovação’, lançado em 2022. São eles: Biologia Celular, Molecular, Diagnóstico, Terapias e Biomodelos; Microbiologia e Interações parasito-hospedeiro; Ambiente, Biodiversidade e Saúde; e Saúde e Sociedade.
(Playlist no YouTube com depoimentos de parceiros sobre expectativas em relação à atuação e a parcerias com o Instituto. Confira lista com todos os depoimentos)
Sobre construção das duas inciativas, Tania ressaltou os avanços relativos ao orçamento institucional e ao fortalecimento da força de trabalho, chamando atenção para os desafios a serem enfrentados.
“Ao longo dos anos, tivemos um aumento gradual da Lei Orçamentária Anual (LOA) e da execução deste orçamento, assim como da captação externa por meio de emendas parlamentares e editais de fomento nacionais e internacionais. No entanto, ainda precisamos superar o subfinanciamento LOA e aperfeiçoar os processos e fluxos para ofertar mais transparência nas diversas fontes do orçamento, sobretudo em relação às emendas”, comentou.
No que tange à força de trabalho, Tania destacou como conquistas as vagas no último concurso da Fiocruz – mesmo sendo aquém do solicitado – e de terceirização para Laboratórios de Referência, Coleções Biológicas e Ambulatórios do Instituto, além das bolsas ofertadas via editais ‘INOVA IOC’ e ‘INOVA Fiocruz’.
Já os desafios, segundo ela, giram em torno do déficit de técnicos e tecnologistas, das limitações do contrato de terceirização e da redução de matrículas ativas nos Programas de Pós-graduação Stricto sensu.
Durante a apresentação, a diretora também deu destaque aos temas entendidos como estratégicos em sua gestão, assim como as ações já realizadas. O primeiro citado foi o fortalecimento da pesquisa, que vem sendo efetuado via renovação do parque tecnológico, criação do novo Programa de Excelência em Pesquisa (Proep) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e verba de emendas parlamentares conquistadas.
“Em relação à ‘Pesquisa Translacional, Inovação e Cooperação’ estamos preparando um termo de referência sobre o conceito para Pesquisa Translacional no IOC, uma Oficina de classificação de maturação de projetos, a aplicação de propostas para bolsas de produtividade DTI (Desenvolvimento Tecnológico e Industrial) junto ao CNPq, e novos serviços a serem ofertados pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/IOC) e o Escritório de Projetos”, apresentou a diretora como segunda temática estratégica.
Os terceiro e quarto temas versavam, de acordo com a apresentação, sobre ‘Pesquisa em Ambiente, Promoção da Saúde, Sustentabilidade e Agenda 2030’ e ‘Mudanças Climáticas, emergências e biodiversidade’. Sobre cada um, Tania destacou a realização dos panoramas de ‘Pesquisa em Ambiente’, ‘Pesquisa na Amazônia’ e ‘Alinhamento e integração das ações institucionais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)’; ‘Vigilância em comunidades vulneráveis’ e ‘Cooperações regionais’, entre outras iniciativas.
‘Extensão, divulgação científica e mídias sociais’, ‘Internacionalização’, ‘Mapeamento e empregabilidade dos Alumni (egressos)’, ‘Modernização e estratégias de preservação no cenário editorial global da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz nos seus 115 anos’, ‘Investimentos e melhorias nos Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas, sobretudo no que diz respeito a recursos humanos e infraestrutura’, ‘Valorização e capacitação da força de trabalho’ e ‘Finalização do Plano de Obras do IOC’ foram os demais temas estratégicos apresentados pela diretora.
Ao final, Tania explicou que a Agenda 2050 começará a ser pensada e debatida durante a segunda edição do 7º encontro do IOC, prevista para acontecer ainda este ano. Ela informou que depoimentos de parceiros sobre expectativas em relação à atuação e a parcerias com o Instituto, que possam servir de inspiração no momento da preparação do jubileu 125 anos, foram coletados. Confira a playlist.
Após a apresentação, a plateia pôde fazer perguntas e comentários aos componentes da mesa, entre eles, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira. Temáticas ligadas à internacionalização, clima e ambiente, reajuste salarial de servidores e aumento da força de trabalho, emendas parlamentares, cooperações institucionais, entre outras, compuseram o leque de questões levantadas pelo grupo presente.
“Vamos assumir, em breve, o papel de Centro Formador da América Latina e Caribe para nivelar a base científica entre os países com o intuito de capacitá-los para responder, rapidamente, a futuras pandemias. Não existe instituição no mundo que possa cumprir esse papel sem ser a Fiocruz. A internacionalização ainda é um super desafio, mas nós vamos encarar”, comentou o presidente da Fundação.
Quanto aos questionamentos sobre reajuste salarial de servidores e aumento da força de trabalho, Mario Moreira foi enfático:
“Eu não encontro saída nesse modelo atual de gestão da Fiocruz. Na minha visão, o Regime Jurídico Único (RJU) não vai resolver o problema de recursos humanos da Fundação. Sobre o reajuste, tenho confiança de que, em algum momento, haverá possibilidade de ganho. O atual cenário econômico interfere na tomada de decisão do governo”, opinou.
Em relação à pauta ‘clima e ambiente’, o presidente adiantou que a Fundação está trabalhando na formação de um Centro de Estudos em Clima em Ambiente e Saúde, em parceria com outras instituições – como, por exemplo, a Embrapa –, e que um debate sobre ‘clima’ está sendo elaborado pela Fiocruz. O evento abordará questões ligadas a tecnologia, preparação para desastres naturais, formação de recursos humanos, entre outras.
No bloco final do evento do dia 22, foram realizados anúncios e lançamentos.
“A nova identidade visual do IOC simboliza mais do que uma simples atualização estética, ela reúne referência histórica e contemporaneidade, universos que representam o IOC de hoje”, comentou a coordenadora do Departamento de Jornalismo e Comunicação (DEJOR/IOC), Raquel Aguiar, durante o lançamento da nova identidade.
Raquel e a equipe do DEJOR durante a apresentação da nova identidade visual. Foto: divulgaçãoA apresentação do novo webmail ficou por conta da diretora-adjunta do IOC, Wania Santiago, que, de forma resumida, enfatizou as principais melhorias da nova ferramenta.
“Fizemos questão de criar o novo webmail a partir de um software livre. Agora, além de ser mais responsivo, ou seja, se adapta a qualquer tamanho de tela (celular, tablet e computador), o webmail oferece mais agilidade e segurança no tráfego de informações aos usuários do IOC”, declarou.
O novo Programa de Excelência em Pesquisa (Proep) foi apresentado pela diretora Tania Araujo-Jorge. Segundo ela, a iniciativa seguirá os mesmos moldes dos anteriores (2011-2016), no qual o IOC transfere parte de seu orçamento para execução através do CNPq, que ficará responsável por lançar uma chamada específica para fomentar projetos do Instituto.
“Dentre as novidades do novo Proep está a possibilidade de pagamento de bolsas nas modalidades previstas pelo CNPq”, comentou.
O novo Proep será um projeto de quatro anos, com valor total de R$ 24 milhões, ou seja, R$ 6 milhões ao ano, sendo aproximadamente R$ 4 milhões para laboratórios e R$ 2 milhões para projetos estratégicos da Diretoria do IOC. As ações serão financiadas dentro do limite orçamentário de cada Laboratório do Instituto, na rubrica ‘Auxílio à Pesquisa’.
Sobre o calendário de celebrações dos 115 anos das ‘Memórias’, o vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Ademir Martins, adiantou que dois grupos de trabalho estão atuando, respectivamente, no processo de modernização do espaço físico que abriga as atividades do período – que fica no 2º andar do Castelo – e na organização de uma programação comemorativa.
“Em agosto vamos lançar uma série eventos. Um deles consistirá numa exposição itinerante que contará a evolução editorial do periódico de 1909 até a atualidade”, adiantou.
A programação dos 124 anos também contou com atividades no dia 23 e ainda tem agenda prevista para sexta-feira, 24 de maio.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)