A saúde mental dos estudantes da Pós-Graduação foi tema do terceiro dia (26/03) de atividades da Semana de Abertura do Ano Acadêmico 2025 do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Confira aqui a programação completa.
Organizado pelo programa Acolhe IOC, o encontro reuniu especialistas para discutir os desafios enfrentados pelos discentes no ambiente acadêmico, como pressão, solidão, diagnósticos tardios, principalmente de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
O debate foi mediado pelo pesquisador e psicólogo do Acolhe IOC, Tiago Régis de Lima. A mesa também contou com a presença de membros do Centro de Apoio ao Discente (CAD) da Fiocruz e de profissionais externos:
Luciana Jaramillo Caruso de Azevedo, psicanalista e pós-doutoranda do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro [IMS-UERJ);
Marianna Araújo da Silva, professora e psicóloga do CAD/Fiocruz;
Viviane da Silva Pinheiro, psicopedagoga clínica e institucional do CAD/Fiocruz;
Filipe Freitas, médico-psiquiatra.
Assista à íntegra da transmissão desta quarta:
Pensar o ambiente acadêmico de forma coletiva é uma das recomendações da psicopedagoga Viviane, a partir de seu histórico de escutas no CAD. A profissional destacou o risco de adoecimento dos estudantes, caso não haja reformulações do ambiente acadêmico.
“Se o laboratório não é oportuno [para o aluno], ele vai continuar sofrendo por mais que faça acompanhamento”, destacou.
Viviane ainda relatou casos de estudantes que, a partir do acolhimento e da mudança de métodos, conseguiram defender suas dissertações e seguir os estudos.
Ela citou dicas que costuma compartilhar com professores que orientam estudantes com Transtorno do Espectro Autista ou TDAH, como sinalizar previamente o foco de correções de trabalhos e ter clareza quanto aos prazos de tarefas e devoluções.
“Lembro-me de uma escuta qualitativa de uma aluna, diagnosticada com TEA durante a pós-graduação, que disse que sempre se sentiu em um ‘quarto escuro’ no mestrado. Após receber o diagnóstico e entender suas condições, ela foi capaz de se posicionar e sugerir mudanças na conduta da orientadora, como diminuir a quantidade de comentários e de marcações coloridas, e isso ‘trouxe luz’ para seus estudos. O CAD atuou junto à orientadora e a aluna defendeu a tese e passou para o doutorado”, relatou.
Marianna, por sua vez, disse que observou um aumento de diagnósticos tardios na pós-graduação, principalmente de TEA e TDAH, e que a solidão é um ponto muito compartilhado pelos estudantes.
“Nas escutas individuais, os alunos sempre falam que se sentem sozinhos, e o mestrado e o doutorado não precisam ser solitários. Precisamos, sim, criar outras formas de nos relacionar, até porque as questões mentais não são individuais, são coletivas”, comentou.
A vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação, Norma Brandão, citou os desafios de compartilhar esse debate a todos os docentes e pesquisadores e apontou que o combate ao assédio está contemplado no Guia do Aluno. Em 2025, inclusive, o documento foi atualizado com o contato da ouvidoria.
A programação do dia também contou com palestra da diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, sobre “Pesquisa e Inovação em uma instituição brasileira de 125 anos: desafios para a cooperação internacional”. A atividade integrou os Seminários Internacionais do IOC, em conjunto com projeto MOSAIC-PICTIS.
A saúde mental dos estudantes da Pós-Graduação foi tema do terceiro dia (26/03) de atividades da Semana de Abertura do Ano Acadêmico 2025 do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Confira aqui a programação completa.
Organizado pelo programa Acolhe IOC, o encontro reuniu especialistas para discutir os desafios enfrentados pelos discentes no ambiente acadêmico, como pressão, solidão, diagnósticos tardios, principalmente de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
O debate foi mediado pelo pesquisador e psicólogo do Acolhe IOC, Tiago Régis de Lima. A mesa também contou com a presença de membros do Centro de Apoio ao Discente (CAD) da Fiocruz e de profissionais externos:
Luciana Jaramillo Caruso de Azevedo, psicanalista e pós-doutoranda do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro [IMS-UERJ);
Marianna Araújo da Silva, professora e psicóloga do CAD/Fiocruz;
Viviane da Silva Pinheiro, psicopedagoga clínica e institucional do CAD/Fiocruz;
Filipe Freitas, médico-psiquiatra.
Assista à íntegra da transmissão desta quarta:
Pensar o ambiente acadêmico de forma coletiva é uma das recomendações da psicopedagoga Viviane, a partir de seu histórico de escutas no CAD. A profissional destacou o risco de adoecimento dos estudantes, caso não haja reformulações do ambiente acadêmico.
“Se o laboratório não é oportuno [para o aluno], ele vai continuar sofrendo por mais que faça acompanhamento”, destacou.
Viviane ainda relatou casos de estudantes que, a partir do acolhimento e da mudança de métodos, conseguiram defender suas dissertações e seguir os estudos.
Ela citou dicas que costuma compartilhar com professores que orientam estudantes com Transtorno do Espectro Autista ou TDAH, como sinalizar previamente o foco de correções de trabalhos e ter clareza quanto aos prazos de tarefas e devoluções.
“Lembro-me de uma escuta qualitativa de uma aluna, diagnosticada com TEA durante a pós-graduação, que disse que sempre se sentiu em um ‘quarto escuro’ no mestrado. Após receber o diagnóstico e entender suas condições, ela foi capaz de se posicionar e sugerir mudanças na conduta da orientadora, como diminuir a quantidade de comentários e de marcações coloridas, e isso ‘trouxe luz’ para seus estudos. O CAD atuou junto à orientadora e a aluna defendeu a tese e passou para o doutorado”, relatou.
Marianna, por sua vez, disse que observou um aumento de diagnósticos tardios na pós-graduação, principalmente de TEA e TDAH, e que a solidão é um ponto muito compartilhado pelos estudantes.
“Nas escutas individuais, os alunos sempre falam que se sentem sozinhos, e o mestrado e o doutorado não precisam ser solitários. Precisamos, sim, criar outras formas de nos relacionar, até porque as questões mentais não são individuais, são coletivas”, comentou.
A vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação, Norma Brandão, citou os desafios de compartilhar esse debate a todos os docentes e pesquisadores e apontou que o combate ao assédio está contemplado no Guia do Aluno. Em 2025, inclusive, o documento foi atualizado com o contato da ouvidoria.
A programação do dia também contou com palestra da diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, sobre “Pesquisa e Inovação em uma instituição brasileira de 125 anos: desafios para a cooperação internacional”. A atividade integrou os Seminários Internacionais do IOC, em conjunto com projeto MOSAIC-PICTIS.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)