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Técnicos de histologia: DVD auxilia na capacitação

Novo filme ensina os principais procedimentos histotecnológicos
Por Jornalismo IOC25/02/2013 - Atualizado em 17/06/2021

:: Assista ao trailer do filme ::

Para diagnóstico de uma doença, muitas vezes, é necessário realizar a coleta e o processamento de amostras de tecidos e órgãos. Neste momento, entra em cena um profissional fundamental: o histotecnologista. Com o objetivo de contribuir para a capacitação qualificada destes profissionais, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) produziu o filme ‘Técnica histológica – uma abordagem prática’, que garante um verdadeiro curso sobre o tema.

A ferramenta didática, que explica os conceitos fundamentais da técnica histológica, foi produzida com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e tem distribuição gratuita.

Capa do DVD: iniciativa visa reforçar a capacitação de técnicos
 

Desenvolvido pelo Laboratório de Patologia do IOC, em parceria com o Setor de Produção e Tratamento de Imagens, o filme mescla filmagens e animações ao longo de uma hora e dez minutos. De acordo com o pesquisador Marcelo Pelajo, chefe do Laboratório e coordenador do projeto ao lado da microbiologista Barbara Dias, existe uma carência tanto de cursos de formação para técnicos como de material instrucional em Português, e muitas pessoas que trabalham na área não dominam outros idiomas. 

“É comum encontrarmos profissionais que atuam como técnicos de histologia que têm pouco embasamento teórico nestes métodos e, por isso, desconhecem detalhes importantes de alguns procedimentos. Muitas vezes, estes aprenderam com outros na mesma situação”, pontua Marcelo.

Da mesma forma, muitas pessoas que demandam o trabalho destes profissionais também não detêm o conhecimento e, por vezes, encaminham de forma inapropriada o material para processamento histológico. “Por isso, aprofundamos substancialmente a etapa inicial, que diz respeito à fixação de amostras. Se ela não for bem executada, há prejuízo irreparável de todo o processo e a amostra pode até se perder”, explica.

Os procedimentos servem como referência para os profissionais da área 
 

Com a produção audiovisual, laboratórios de pesquisa e de anatomia patológica, hospitais, cursos da área e os próprios profissionais podem fazer bom uso do material, que reúne os conhecimentos transmitidos em cursos de capacitação promovidos pelo IOC desde 1981. “A ideia de produzir um filme partiu daí: documentar as técnicas com imagens para que sirvam de referência. Na leitura de um manual, por exemplo, detalhes podem passar despercebidos”, justifica o pesquisador.

Erros básicos

Tecnologista do Laboratório de Patologia há 27 anos, Luzia Caputo participa dos cursos de capacitação promovidos pelo IOC há mais de duas décadas e assina o roteiro do filme ao lado do pesquisador Pedro Paulo de Abreu Manso. Conhecedora dos desafios e das demandas da categoria, ela aponta os erros básicos que os tecnologistas cometem. “Já vi tecidos acondicionados em água e soro fisiológico, que não preservam, ou em formol puro, que danificam. A falha mais comum diz respeito à quantidade insuficiente de líquido fixador. É regra básica que o volume deve ser 20 vezes maior do que o da amostra”, explica.

A falta de domínio da técnica pode invalidar a amostra, submetendo o paciente a mais procedimentos 
 

Ela faz, ainda, uma ressalva: os histotecnologistas não são os únicos profissionais responsáveis pela manipulação dos materiais. Em cirurgias para biópsia, por exemplo, técnicos de enfermagem, enfermeiros ou o próprio médico realizam os procedimentos de preservação e fixação do tecido. “Se a pessoa não recebeu treinamento ou se aquela tarefa não faz parte de sua rotina, as chances de cometer um erro são ainda maiores”, afirma.

Atribuir a função do histotecnologista a outros profissionais é um dos diversos problemas acarretados pela falta de regulamentação do setor. Embora existam mais de nove mil pessoas trabalhando como técnicas em histologia, a profissão ainda não é reconhecida pelo Ministério do Trabalho.

Em busca de reconhecimento

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Histotecnologia (SBH), Joaquim Soares de Almeida, o projeto de lei nº 2090/91, que contempla as reivindicações da classe, está em tramitação em Brasília. Para Almeida, a falta de uma regulamentação também abre brechas para que empresas e laboratórios contratem pessoas sem capacitação para exercer as atividades de técnico sob funções como laboratorista ou analista de laboratório.

“Muitas vezes, essas empresas não têm estrutura e, além de prestarem um mau serviço, submetem seus funcionários a riscos biológicos e químicos, que eles nem sabem que estão correndo”, assinala. De acordo com Luzia, até mesmo os laboratórios e centros de pesquisa comprometidos com a qualidade têm dificuldades para contratar técnicos capacitados. “A saída é chamar biólogos e biomédicos, profissionais que tampouco receberam a formação adequada para exercer a função”, analisa.

Pele colorada vista ao miscroscópio 
 

Lançado oficialmente durante o VI Congresso Regional de Histotecnologia, em novembro de 2012, o DVD ‘Técnica histológica – uma abordagem prática’ pode ser solicitado gratuitamente pelo email labpat@ioc.fiocruz.br.

Técnica histológica – uma abordagem prática

Produção: Genilton José Vieira, Leonardo Perim, Luzia Fátima Gonçalves Caputo e Pedro Paulo de Abreu Manso
Direção: Genilton José Vieira
Roteiro: Luzia Fátima Gonçalves Caputo e Pedro Paulo de Abreu Manso
Coordenação: Marcelo Pelajo Machado e Barbara Cristina E. P. Dias de Oliveira
Edição de vídeo, animação e modelagem: Leonardo Perim
Design gráfico: Heloísa Diniz

Novo filme ensina os principais procedimentos histotecnológicos
Por: 
jornalismo

:: Assista ao trailer do filme ::

Para diagnóstico de uma doença, muitas vezes, é necessário realizar a coleta e o processamento de amostras de tecidos e órgãos. Neste momento, entra em cena um profissional fundamental: o histotecnologista. Com o objetivo de contribuir para a capacitação qualificada destes profissionais, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) produziu o filme ‘Técnica histológica – uma abordagem prática’, que garante um verdadeiro curso sobre o tema.

A ferramenta didática, que explica os conceitos fundamentais da técnica histológica, foi produzida com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e tem distribuição gratuita.

Capa do DVD: iniciativa visa reforçar a capacitação de técnicos
 

Desenvolvido pelo Laboratório de Patologia do IOC, em parceria com o Setor de Produção e Tratamento de Imagens, o filme mescla filmagens e animações ao longo de uma hora e dez minutos. De acordo com o pesquisador Marcelo Pelajo, chefe do Laboratório e coordenador do projeto ao lado da microbiologista Barbara Dias, existe uma carência tanto de cursos de formação para técnicos como de material instrucional em Português, e muitas pessoas que trabalham na área não dominam outros idiomas. 

“É comum encontrarmos profissionais que atuam como técnicos de histologia que têm pouco embasamento teórico nestes métodos e, por isso, desconhecem detalhes importantes de alguns procedimentos. Muitas vezes, estes aprenderam com outros na mesma situação”, pontua Marcelo.

Da mesma forma, muitas pessoas que demandam o trabalho destes profissionais também não detêm o conhecimento e, por vezes, encaminham de forma inapropriada o material para processamento histológico. “Por isso, aprofundamos substancialmente a etapa inicial, que diz respeito à fixação de amostras. Se ela não for bem executada, há prejuízo irreparável de todo o processo e a amostra pode até se perder”, explica.

Os procedimentos servem como referência para os profissionais da área 
 

Com a produção audiovisual, laboratórios de pesquisa e de anatomia patológica, hospitais, cursos da área e os próprios profissionais podem fazer bom uso do material, que reúne os conhecimentos transmitidos em cursos de capacitação promovidos pelo IOC desde 1981. “A ideia de produzir um filme partiu daí: documentar as técnicas com imagens para que sirvam de referência. Na leitura de um manual, por exemplo, detalhes podem passar despercebidos”, justifica o pesquisador.

Erros básicos

Tecnologista do Laboratório de Patologia há 27 anos, Luzia Caputo participa dos cursos de capacitação promovidos pelo IOC há mais de duas décadas e assina o roteiro do filme ao lado do pesquisador Pedro Paulo de Abreu Manso. Conhecedora dos desafios e das demandas da categoria, ela aponta os erros básicos que os tecnologistas cometem. “Já vi tecidos acondicionados em água e soro fisiológico, que não preservam, ou em formol puro, que danificam. A falha mais comum diz respeito à quantidade insuficiente de líquido fixador. É regra básica que o volume deve ser 20 vezes maior do que o da amostra”, explica.

A falta de domínio da técnica pode invalidar a amostra, submetendo o paciente a mais procedimentos 
 

Ela faz, ainda, uma ressalva: os histotecnologistas não são os únicos profissionais responsáveis pela manipulação dos materiais. Em cirurgias para biópsia, por exemplo, técnicos de enfermagem, enfermeiros ou o próprio médico realizam os procedimentos de preservação e fixação do tecido. “Se a pessoa não recebeu treinamento ou se aquela tarefa não faz parte de sua rotina, as chances de cometer um erro são ainda maiores”, afirma.

Atribuir a função do histotecnologista a outros profissionais é um dos diversos problemas acarretados pela falta de regulamentação do setor. Embora existam mais de nove mil pessoas trabalhando como técnicas em histologia, a profissão ainda não é reconhecida pelo Ministério do Trabalho.

Em busca de reconhecimento

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Histotecnologia (SBH), Joaquim Soares de Almeida, o projeto de lei nº 2090/91, que contempla as reivindicações da classe, está em tramitação em Brasília. Para Almeida, a falta de uma regulamentação também abre brechas para que empresas e laboratórios contratem pessoas sem capacitação para exercer as atividades de técnico sob funções como laboratorista ou analista de laboratório.

“Muitas vezes, essas empresas não têm estrutura e, além de prestarem um mau serviço, submetem seus funcionários a riscos biológicos e químicos, que eles nem sabem que estão correndo”, assinala. De acordo com Luzia, até mesmo os laboratórios e centros de pesquisa comprometidos com a qualidade têm dificuldades para contratar técnicos capacitados. “A saída é chamar biólogos e biomédicos, profissionais que tampouco receberam a formação adequada para exercer a função”, analisa.

Pele colorada vista ao miscroscópio 
 

Lançado oficialmente durante o VI Congresso Regional de Histotecnologia, em novembro de 2012, o DVD ‘Técnica histológica – uma abordagem prática’ pode ser solicitado gratuitamente pelo email labpat@ioc.fiocruz.br.

Técnica histológica – uma abordagem prática

Produção: Genilton José Vieira, Leonardo Perim, Luzia Fátima Gonçalves Caputo e Pedro Paulo de Abreu Manso
Direção: Genilton José Vieira
Roteiro: Luzia Fátima Gonçalves Caputo e Pedro Paulo de Abreu Manso
Coordenação: Marcelo Pelajo Machado e Barbara Cristina E. P. Dias de Oliveira
Edição de vídeo, animação e modelagem: Leonardo Perim
Design gráfico: Heloísa Diniz

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)