Diagnóstico preciso e eficaz para o câncer de próstata, auxiliando no direcionamento do tratamento personalizado e aumentando a chance de cura. Essa é a proposta da OncoID, startup formada por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), vencedora da primeira rodada do Programa Inova Labs, de empreendedorismo científico. Promovida pelas Vice-Presidências de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz) e de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde, a iniciativa busca qualificar os pesquisadores para transformar ideias inovadoras em produtos e serviços com perspectiva de negócios.
O encerramento da primeira rodada foi marcado pelo demoday (dia da demonstração), momento em que os empreendedores mostram que estão prontos para ir ao mercado e buscar investidores para suas empresas. Oito equipes foram selecionadas para a bateria de apresentações curtas, chamadas de pitchs, em que cada grupo conta com cinco minutos para mostrar suas tecnologias e modelos de negócios. Os 15 grupos que concluíram o treinamento de empreendedorismo científico também apresentaram seus projetos em uma feira. As atividades foram realizadas no dia 12 de novembro, na Tenda da Ciência, no campus da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro.
Soluções em oncologia e emergências sanitárias
O foco da primeira rodada do Inova Labs foi em projetos nas áreas de oncologia e emergências sanitárias. Durante dez semanas, os grupos selecionados participaram de treinamentos e mentorias, abordando questões como modelos de comercialização, mapeamento de mercado e usuários e desenvolvimento de habilidades, incluindo captação de recursos e gestão de negócios. As atividades foram organizadas pela empresa Biominas Brasil, que atua na aceleração de startups na área das ciências da vida.
Os vencedores do demoday foram escolhidos pela banca examinadora e pelo público. Os critérios para a votação foram a relevância do problema abordado, o diferencial competitivo da solução apresentada, a lógica do modelo de negócios, os próximos passos previstos para a empresa e a capacidade e multidisciplinaridade da equipe integrante do projeto.
Formada por pesquisadores do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática do IOC, a OncoID foi sagrada campeã do Programa. A startup PreSAgE, fundada por pesquisadores do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e do IOC para realizar a identificação de alvos moleculares para testes diagnósticos, conquistou a terceira colocação juntamente com a 3Ddoose, criada para desenvolver formulações pediátricas de medicamentos através de impressão 3D.
Acelerando o caminho da academia ao mercado
“O câncer de próstata causa 16 mil óbitos por ano só no Brasil. Em 60% dos casos, a detecção ocorre em fase avançada, o que impacta negativamente no processo terapêutico. A maior precisão oferecida pela OncoID pode direcionar a terapia personalizada e contribuir para o cumprimento da lei que determina prazo de 30 dias para o diagnóstico do câncer no SUS [Sistema Único de Saúde]”, afirmou Bruna Quaresma, pós-doutoranda do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática do IOC, durante a apresentação no demoday.
A inovação no diagnóstico do câncer de próstata oferecida pela OncoID é baseada em um algoritmo que analisa dados do DNA de células tumorais encontradas na corrente sanguínea. Desenvolvida no Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática, a ferramenta utiliza abordagens de inteligência artificial para analisar o perfil genético tumoral. O método é capaz de indicar a presença de tumores malignos, benignos ou ausência do câncer de próstata, além de apontar o potencial de ocorrência de metástases e de resistência à terapia.
Idealizadora do projeto, Ana Carolina Ramos Guimarães, pesquisadora do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática, explicou que a tecnologia já estava no foco de trabalhos científicos, mas o treinamento em empreendedorismo foi fundamental para transformar a inovação em um potencial serviço. “Houve uma mudança da mentalidade acadêmica para a visão da inovação, com foco naquilo que pode atender demandas do mercado. Isso é importante para o retorno do investimento público na pesquisa, retornando à sociedade tecnologias para o SUS”, declarou.
Além de trabalhar para levar o novo serviço ao mercado, os pesquisadores que integram a OncoID pretendem multiplicar o conhecimento adquirido no Programa. “Vamos levar essa metodologia para nossos alunos de pós-graduação, para que eles tenham desde o início da formação científica a mentalidade da inovação. É importante que os jovens percebam que existem oportunidades além da academia”, afirmou Mariana Waghabi, pesquisadora do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática. A startup conta ainda com a participação de Lucas Machado, doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas do IOC, e Aline Moreira, coordenadora de Plataformas Tecnológicas de Sequenciamento de DNA da Fiocruz.
Ao todo, cerca de 20 pesquisadores e estudantes do IOC participaram da primeira rodada do Inova Labs. A importância da formação para o empreendedorismo científico foi destacada por Vanessa Salete de Paula, chefe do Laboratório de Virologia Molecular e coordenadora adjunta do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical. “A partir do treinamento, temos uma análise crítica de como as tecnologias podem impactar o mercado. Isso pode impactar também na nossa atividade docente, contribuindo para a orientação de teses e dissertações que gerem produtos para o SUS”, afirmou a pesquisadora, que é uma das fundadoras da CIg Biotechnology, startup que busca oferecer uma cura para a hepatite B através de terapia combinada.
“O Programa abordou questões que vão desde como quantificar o valor de um produto até estratégias para entender o que o mercado precisa. Essas questões não fazem parte da formação ou da rotina de pesquisador, mas são muito importantes para o sucesso de um negócio", comentou André Nóbrega Pitaluga, pesquisador do Laboratório de Biologia Molecular de Parasitos e Vetores e um dos criadores da Míkites, empresa que visa oferecer soluções para o controle biológico de insetos vetores de doenças e pragas agrícolas.
Segunda rodada: inscrições abertas
Com foco em inovações que buscam soluções para problemas nas áreas oncológica, de emergências sanitárias ou de doenças negligenciadas, a segunda rodada do Programa Inova Labs Fiocruz está com inscrições abertas. Os interessados têm até 1º de dezembro para se inscrever. Para conferir a chama de inscrição, acesse o Portal Fiocruz.
Diagnóstico preciso e eficaz para o câncer de próstata, auxiliando no direcionamento do tratamento personalizado e aumentando a chance de cura. Essa é a proposta da OncoID, startup formada por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), vencedora da primeira rodada do Programa Inova Labs, de empreendedorismo científico. Promovida pelas Vice-Presidências de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz) e de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde, a iniciativa busca qualificar os pesquisadores para transformar ideias inovadoras em produtos e serviços com perspectiva de negócios.
O encerramento da primeira rodada foi marcado pelo demoday (dia da demonstração), momento em que os empreendedores mostram que estão prontos para ir ao mercado e buscar investidores para suas empresas. Oito equipes foram selecionadas para a bateria de apresentações curtas, chamadas de pitchs, em que cada grupo conta com cinco minutos para mostrar suas tecnologias e modelos de negócios. Os 15 grupos que concluíram o treinamento de empreendedorismo científico também apresentaram seus projetos em uma feira. As atividades foram realizadas no dia 12 de novembro, na Tenda da Ciência, no campus da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro.
Soluções em oncologia e emergências sanitárias
O foco da primeira rodada do Inova Labs foi em projetos nas áreas de oncologia e emergências sanitárias. Durante dez semanas, os grupos selecionados participaram de treinamentos e mentorias, abordando questões como modelos de comercialização, mapeamento de mercado e usuários e desenvolvimento de habilidades, incluindo captação de recursos e gestão de negócios. As atividades foram organizadas pela empresa Biominas Brasil, que atua na aceleração de startups na área das ciências da vida.
Os vencedores do demoday foram escolhidos pela banca examinadora e pelo público. Os critérios para a votação foram a relevância do problema abordado, o diferencial competitivo da solução apresentada, a lógica do modelo de negócios, os próximos passos previstos para a empresa e a capacidade e multidisciplinaridade da equipe integrante do projeto.
Formada por pesquisadores do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática do IOC, a OncoID foi sagrada campeã do Programa. A startup PreSAgE, fundada por pesquisadores do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e do IOC para realizar a identificação de alvos moleculares para testes diagnósticos, conquistou a terceira colocação juntamente com a 3Ddoose, criada para desenvolver formulações pediátricas de medicamentos através de impressão 3D.
Acelerando o caminho da academia ao mercado
“O câncer de próstata causa 16 mil óbitos por ano só no Brasil. Em 60% dos casos, a detecção ocorre em fase avançada, o que impacta negativamente no processo terapêutico. A maior precisão oferecida pela OncoID pode direcionar a terapia personalizada e contribuir para o cumprimento da lei que determina prazo de 30 dias para o diagnóstico do câncer no SUS [Sistema Único de Saúde]”, afirmou Bruna Quaresma, pós-doutoranda do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática do IOC, durante a apresentação no demoday.
A inovação no diagnóstico do câncer de próstata oferecida pela OncoID é baseada em um algoritmo que analisa dados do DNA de células tumorais encontradas na corrente sanguínea. Desenvolvida no Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática, a ferramenta utiliza abordagens de inteligência artificial para analisar o perfil genético tumoral. O método é capaz de indicar a presença de tumores malignos, benignos ou ausência do câncer de próstata, além de apontar o potencial de ocorrência de metástases e de resistência à terapia.
Idealizadora do projeto, Ana Carolina Ramos Guimarães, pesquisadora do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática, explicou que a tecnologia já estava no foco de trabalhos científicos, mas o treinamento em empreendedorismo foi fundamental para transformar a inovação em um potencial serviço. “Houve uma mudança da mentalidade acadêmica para a visão da inovação, com foco naquilo que pode atender demandas do mercado. Isso é importante para o retorno do investimento público na pesquisa, retornando à sociedade tecnologias para o SUS”, declarou.
Além de trabalhar para levar o novo serviço ao mercado, os pesquisadores que integram a OncoID pretendem multiplicar o conhecimento adquirido no Programa. “Vamos levar essa metodologia para nossos alunos de pós-graduação, para que eles tenham desde o início da formação científica a mentalidade da inovação. É importante que os jovens percebam que existem oportunidades além da academia”, afirmou Mariana Waghabi, pesquisadora do Laboratório de Genômica Funcional e Bioinformática. A startup conta ainda com a participação de Lucas Machado, doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas do IOC, e Aline Moreira, coordenadora de Plataformas Tecnológicas de Sequenciamento de DNA da Fiocruz.
Ao todo, cerca de 20 pesquisadores e estudantes do IOC participaram da primeira rodada do Inova Labs. A importância da formação para o empreendedorismo científico foi destacada por Vanessa Salete de Paula, chefe do Laboratório de Virologia Molecular e coordenadora adjunta do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical. “A partir do treinamento, temos uma análise crítica de como as tecnologias podem impactar o mercado. Isso pode impactar também na nossa atividade docente, contribuindo para a orientação de teses e dissertações que gerem produtos para o SUS”, afirmou a pesquisadora, que é uma das fundadoras da CIg Biotechnology, startup que busca oferecer uma cura para a hepatite B através de terapia combinada.
“O Programa abordou questões que vão desde como quantificar o valor de um produto até estratégias para entender o que o mercado precisa. Essas questões não fazem parte da formação ou da rotina de pesquisador, mas são muito importantes para o sucesso de um negócio", comentou André Nóbrega Pitaluga, pesquisador do Laboratório de Biologia Molecular de Parasitos e Vetores e um dos criadores da Míkites, empresa que visa oferecer soluções para o controle biológico de insetos vetores de doenças e pragas agrícolas.
Segunda rodada: inscrições abertas
Com foco em inovações que buscam soluções para problemas nas áreas oncológica, de emergências sanitárias ou de doenças negligenciadas, a segunda rodada do Programa Inova Labs Fiocruz está com inscrições abertas. Os interessados têm até 1º de dezembro para se inscrever. Para conferir a chama de inscrição, acesse o Portal Fiocruz.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)