Uma planta semi-aquática brasileira utilizada pela medicina popular para tratar pacientes com pressão arterial elevada acaba de ter algumas de suas propriedades medicinais comprovadas pela ciência.
A espécie Echinodorus grandiflorus, encontrada em todo o Brasil e conhecida popularmente como chapéu-de-couro, foi alvo de um estudo do Laboratório de Farmacologia Neuro-Cardiovascular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) que investigou in vitro e em animais de experimentação os efeitos farmacológicos do extrato da planta e constatou um potente efeito vasodilatador do composto, semelhante ao atingido pelo tratamento crônico tradicional da hipertensão arterial resultado que os pesquisadores esperam verificar também em humanos.
Em sua primeira etapa, o estudo verificou in vitro o efeito vasodilatador do extrato bruto do chapéu-de-couro sobre aortas de coelhos pré-contraÃdas com noradrenalina substância responsável pela vasoconstricção periférica, evento fisiológico que resulta no aumento da pressão arterial.
Os resultados promissores do experimento o relaxamento completo dos preparados de aorta a partir da administração do extrato da planta deram continuidade ao estudo, que em uma segunda fase analisou a atividade vasodilatadora do chapéu-de-couro para o tratamento crônico de ratos espontaneamente hipertensos, constatando efeito semelhante ao produzido pela administração de medicamentos disponÃveis hoje para o tratamento crônico da hipertensão arterial.
Agora, os pesquisadores dependem da avaliação toxicológica do extrato do chapéu-de-couro, que analisará a toxicidade da planta e a ocorrência de possÃveis efeitos adversos com o objetivo de definir a dose ideal a ser utilizada por um possÃvel medicamento, para dar inÃcio aos estudos clÃnicos em humanos.
Desenvolvida pelo IOC como um projeto do Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde (PDTIS) da Fiocruz, a pesquisa inspira-se na etnofarmacologia ciência que estuda a utilização popular das plantas e atende à prioridade do Ministério da Saúde para produção de fitoterápicos, medicamentos de fabricação simples e baixo custo que podem chegar mais rapidamente às prateleiras das farmácias.
O uso popular de plantas é uma experimentação empÃrica e aponta caminhos para o estudo cientÃfico: se uma planta é utilizada popularmente para tratar pressão alta e realmente produz um resultado positivo, então deve ser estudada.
"É uma iniciativa que parte do conhecimento popular e pode trazer surpresas para o conhecimento cientÃfico", apresenta o coordenador da pesquisa, o farmacologista Eduardo Tibiriçá, chefe do Laboratório de Farmacologia Neuro-Cardiovascular do IOC.
O farmacologista explica que, ao contrário do desenvolvimento de um medicamento convencional, a produção de um fitoterápico não requer o isolamento e a identificação individual das substâncias biologicamente ativas porque utiliza o extrato bruto da planta e leva em consideração o efeito do conjunto de substâncias que o compõem.
"A simplificação da produção significa a redução do custo e do tempo de produção do medicamento, o que o torna mais acessÃvel. Porém, é necessário ressaltar que, da mesma forma que os medicamentos tradicionais, todo o processo de desenvolvimento de um fitoterápico deve ser certificado de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Só podemos ter certeza sobre o efeito de um extrato caracterizado bioquÃmica e agronomicamente. Isto significa que todo o processo, do cultivo da planta ao preparo do extrato, deve ser certificado e que a dosagem utilizada deve ser correta", o farmacologista alerta.
Uma planta semi-aquática brasileira utilizada pela medicina popular para tratar pacientes com pressão arterial elevada acaba de ter algumas de suas propriedades medicinais comprovadas pela ciência.
A espécie Echinodorus grandiflorus, encontrada em todo o Brasil e conhecida popularmente como chapéu-de-couro, foi alvo de um estudo do Laboratório de Farmacologia Neuro-Cardiovascular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) que investigou in vitro e em animais de experimentação os efeitos farmacológicos do extrato da planta e constatou um potente efeito vasodilatador do composto, semelhante ao atingido pelo tratamento crônico tradicional da hipertensão arterial resultado que os pesquisadores esperam verificar também em humanos.
Em sua primeira etapa, o estudo verificou in vitro o efeito vasodilatador do extrato bruto do chapéu-de-couro sobre aortas de coelhos pré-contraÃdas com noradrenalina substância responsável pela vasoconstricção periférica, evento fisiológico que resulta no aumento da pressão arterial.
Os resultados promissores do experimento o relaxamento completo dos preparados de aorta a partir da administração do extrato da planta deram continuidade ao estudo, que em uma segunda fase analisou a atividade vasodilatadora do chapéu-de-couro para o tratamento crônico de ratos espontaneamente hipertensos, constatando efeito semelhante ao produzido pela administração de medicamentos disponÃveis hoje para o tratamento crônico da hipertensão arterial.
Agora, os pesquisadores dependem da avaliação toxicológica do extrato do chapéu-de-couro, que analisará a toxicidade da planta e a ocorrência de possÃveis efeitos adversos com o objetivo de definir a dose ideal a ser utilizada por um possÃvel medicamento, para dar inÃcio aos estudos clÃnicos em humanos.
Desenvolvida pelo IOC como um projeto do Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde (PDTIS) da Fiocruz, a pesquisa inspira-se na etnofarmacologia ciência que estuda a utilização popular das plantas e atende à prioridade do Ministério da Saúde para produção de fitoterápicos, medicamentos de fabricação simples e baixo custo que podem chegar mais rapidamente às prateleiras das farmácias.
O uso popular de plantas é uma experimentação empÃrica e aponta caminhos para o estudo cientÃfico: se uma planta é utilizada popularmente para tratar pressão alta e realmente produz um resultado positivo, então deve ser estudada.
"É uma iniciativa que parte do conhecimento popular e pode trazer surpresas para o conhecimento cientÃfico", apresenta o coordenador da pesquisa, o farmacologista Eduardo Tibiriçá, chefe do Laboratório de Farmacologia Neuro-Cardiovascular do IOC.
O farmacologista explica que, ao contrário do desenvolvimento de um medicamento convencional, a produção de um fitoterápico não requer o isolamento e a identificação individual das substâncias biologicamente ativas porque utiliza o extrato bruto da planta e leva em consideração o efeito do conjunto de substâncias que o compõem.
"A simplificação da produção significa a redução do custo e do tempo de produção do medicamento, o que o torna mais acessÃvel. Porém, é necessário ressaltar que, da mesma forma que os medicamentos tradicionais, todo o processo de desenvolvimento de um fitoterápico deve ser certificado de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Só podemos ter certeza sobre o efeito de um extrato caracterizado bioquÃmica e agronomicamente. Isto significa que todo o processo, do cultivo da planta ao preparo do extrato, deve ser certificado e que a dosagem utilizada deve ser correta", o farmacologista alerta.
Texto de Bel Levy
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)