O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Portuguese English Spanish
Interface
Adjust the interface to make it easier to use for different conditions.
This renders the document in high contrast mode.
This renders the document as white on black
This can help those with trouble processing rapid screen movements.
This loads a font easier to read for people with dyslexia.

vw_cabecalho_novo

Busca Avançada
Você está aqui: Notícias » Contribuição para a saúde reconhecida

Contribuição para a saúde reconhecida

Tese sobre a dinâmica molecular dos vírus influenza H1N1 no Brasil, desenvolvida na Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, recebeu menção honrosa no Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS
Por Vinicius Ferreira16/12/2016 - Atualizado em 09/12/2024

Tese sobre a dinâmica molecular dos vírus influenza H1N1 no Brasil, desenvolvida na Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, recebeu menção honrosa no Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS

 

Com foco no vírus influenza A (H1N1) pandêmico, causador da pandemia de gripe de 2009, a tese da bióloga Paola Cristina Resende foi destacada com menção honrosa na edição 2016 do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, do Ministério da Saúde. Desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o estudo foi orientado pela pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo, que atua como referência nacional em influenza para o Ministério da Saúde e para a Organização Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa abordou a análise evolutiva dos vírus H1N1 desde sua introdução no país em 2009 até 2014, comparando as variações genéticas encontradas com a cepa vacinal, além de verificar mutações associadas à virulência e à resistência ao antiviral oseltamivir. O trabalho foi um dos seis finalistas entre 89 inscritos na categoria ‘Doutorado’ da premiação, que teve o resultado divulgado na última terça-feira, 13, durante cerimônia realizada em Brasília.

 

“Esse é um reconhecimento importante para o nosso trabalho, principalmente por se tratar de uma premiação que tem o objetivo de expandir a aplicação da produção científica em benefício da saúde pública. Alguns resultados da pesquisa já tiveram impacto na elaboração de protocolos que passaram a ser aplicados na vigilância da influenza e espero que a visibilidade trazida pela menção honrosa amplie ainda mais esse alcance”, comemora Paola, que é pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo.

 

 

Foto: Divulgação

Paola Resende foi reconhecida pela tese 'Dinâmica molecular dos vírus Influenza A (H1N1) pandêmico em cinco anos de circulação no Brasil'

 

Este foi o terceiro ano consecutivo em que estudos desenvolvidos no IOC foram reconhecidos na premiação. Em 2015, uma tese defendida no Programa de Biologia Celular e Molecular e um artigo com participação de pesquisadores do Instituto receberam menções honrosas. Em 2014, uma tese elaborada na Pós-graduação em Medicina Tropical foi vencedora da categoria doutorado. A mesma edição concedeu menção honrosa a um artigo liderado por cientistas do IOC.

 

Avanços para a vigilância
A investigação mapeou as transformações no genoma dos vírus influenza H1N1 durante os cinco primeiros anos de circulação no Brasil. A análise filogenética identificou nove grupos virais, com substituições ao longo do tempo e ocorrências ocasionais de estratificações geográficas. Segundo Paola, a pesquisa evidenciou acúmulo de mutações que poderiam impactar na eficácia da vacina para a gripe. “É por esse motivo que existe uma vigilância constante dos vírus em circulação e as cepas vacinais são atualizadas anualmente”, explica.

 

A segunda etapa do trabalho contemplou a busca de marcadores genéticos que poderiam indicar maior gravidade da infecção. Relacionando os achados moleculares com dados clínicos e epidemiológicos, o estudo identificou que uma alteração em uma região determinada do gene que orienta a produção da proteína hemaglutinina – molécula que participa do processo de ligação dos vírus influenza às células hospedeiras – tinha forte associação com quadros graves de infecção e com casos fatais, especialmente em gestantes.

 

Os primeiros casos de resistência dos vírus H1N1 ao antiviral oseltamivir no Brasil foram detectados durante a pesquisa. O sequenciamento do gene que orienta a produção da enzima viral neuraminidase – molécula que está no alvo da ação inibidora do antiviral oseltamivir – indicou a presença de duas mutações que são conhecidas por reduzir a sensibilidade dos patógenos ao fármaco. Uma vez que algumas das amostras resistentes foram relacionadas a pacientes que não tinham sido tratados com oseltamivir, o estudo indica que essas linhagens podem estar se disseminando de forma sustentada no país. Paola ressalta que o percentual de vírus resistentes encontrado no Brasil está dentro dos parâmetros internacionais, que varia entre 1% e 2%. “O oseltamivir é um dos únicos antivirais disponíveis atualmente para tratamento dos casos graves de influenza no país. Por isso, a vigilância da resistência é muito importante”, afirma ela.

 

Sobre o prêmio
A edição 2016 marcou os 15 anos do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS. Promovida pelo Ministério da Saúde, a iniciativa tem como objetivo valorizar pesquisas com contribuições para o desenvolvimento das políticas públicas de saúde no país. A seleção dos vencedores é realizada em duas etapas, incluindo a avaliação de especialistas ad hoc e da comissão julgadora. Entre os critérios para a premiação estão a possibilidade de aplicação dos resultados, o potencial de inovação, a contribuição para os princípios e diretrizes do SUS, a consonância com a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e o mérito técnico-científico. A premiação é dividida em quatro categorias: Especialização, Mestrado, Doutorado e Trabalho Científico Publicado. Em cada categoria, são selecionados um vencedor e até cinco ganhadores de menções honrosas.

 

Reportagem: Maíra Menezes Edição: Vinícius Ferreira 16/12/2016

Tese sobre a dinâmica molecular dos vírus influenza H1N1 no Brasil, desenvolvida na Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, recebeu menção honrosa no Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS
Por: 
viniciusferreira

Tese sobre a dinâmica molecular dos vírus influenza H1N1 no Brasil, desenvolvida na Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, recebeu menção honrosa no Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS

 

Com foco no vírus influenza A (H1N1) pandêmico, causador da pandemia de gripe de 2009, a tese da bióloga Paola Cristina Resende foi destacada com menção honrosa na edição 2016 do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, do Ministério da Saúde. Desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o estudo foi orientado pela pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo, que atua como referência nacional em influenza para o Ministério da Saúde e para a Organização Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa abordou a análise evolutiva dos vírus H1N1 desde sua introdução no país em 2009 até 2014, comparando as variações genéticas encontradas com a cepa vacinal, além de verificar mutações associadas à virulência e à resistência ao antiviral oseltamivir. O trabalho foi um dos seis finalistas entre 89 inscritos na categoria ‘Doutorado’ da premiação, que teve o resultado divulgado na última terça-feira, 13, durante cerimônia realizada em Brasília.

 

“Esse é um reconhecimento importante para o nosso trabalho, principalmente por se tratar de uma premiação que tem o objetivo de expandir a aplicação da produção científica em benefício da saúde pública. Alguns resultados da pesquisa já tiveram impacto na elaboração de protocolos que passaram a ser aplicados na vigilância da influenza e espero que a visibilidade trazida pela menção honrosa amplie ainda mais esse alcance”, comemora Paola, que é pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo.

 

 

Foto: Divulgação

Paola Resende foi reconhecida pela tese 'Dinâmica molecular dos vírus Influenza A (H1N1) pandêmico em cinco anos de circulação no Brasil'

 

Este foi o terceiro ano consecutivo em que estudos desenvolvidos no IOC foram reconhecidos na premiação. Em 2015, uma tese defendida no Programa de Biologia Celular e Molecular e um artigo com participação de pesquisadores do Instituto receberam menções honrosas. Em 2014, uma tese elaborada na Pós-graduação em Medicina Tropical foi vencedora da categoria doutorado. A mesma edição concedeu menção honrosa a um artigo liderado por cientistas do IOC.

 

Avanços para a vigilância
A investigação mapeou as transformações no genoma dos vírus influenza H1N1 durante os cinco primeiros anos de circulação no Brasil. A análise filogenética identificou nove grupos virais, com substituições ao longo do tempo e ocorrências ocasionais de estratificações geográficas. Segundo Paola, a pesquisa evidenciou acúmulo de mutações que poderiam impactar na eficácia da vacina para a gripe. “É por esse motivo que existe uma vigilância constante dos vírus em circulação e as cepas vacinais são atualizadas anualmente”, explica.

 

A segunda etapa do trabalho contemplou a busca de marcadores genéticos que poderiam indicar maior gravidade da infecção. Relacionando os achados moleculares com dados clínicos e epidemiológicos, o estudo identificou que uma alteração em uma região determinada do gene que orienta a produção da proteína hemaglutinina – molécula que participa do processo de ligação dos vírus influenza às células hospedeiras – tinha forte associação com quadros graves de infecção e com casos fatais, especialmente em gestantes.

 

Os primeiros casos de resistência dos vírus H1N1 ao antiviral oseltamivir no Brasil foram detectados durante a pesquisa. O sequenciamento do gene que orienta a produção da enzima viral neuraminidase – molécula que está no alvo da ação inibidora do antiviral oseltamivir – indicou a presença de duas mutações que são conhecidas por reduzir a sensibilidade dos patógenos ao fármaco. Uma vez que algumas das amostras resistentes foram relacionadas a pacientes que não tinham sido tratados com oseltamivir, o estudo indica que essas linhagens podem estar se disseminando de forma sustentada no país. Paola ressalta que o percentual de vírus resistentes encontrado no Brasil está dentro dos parâmetros internacionais, que varia entre 1% e 2%. “O oseltamivir é um dos únicos antivirais disponíveis atualmente para tratamento dos casos graves de influenza no país. Por isso, a vigilância da resistência é muito importante”, afirma ela.

 

Sobre o prêmio
A edição 2016 marcou os 15 anos do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS. Promovida pelo Ministério da Saúde, a iniciativa tem como objetivo valorizar pesquisas com contribuições para o desenvolvimento das políticas públicas de saúde no país. A seleção dos vencedores é realizada em duas etapas, incluindo a avaliação de especialistas ad hoc e da comissão julgadora. Entre os critérios para a premiação estão a possibilidade de aplicação dos resultados, o potencial de inovação, a contribuição para os princípios e diretrizes do SUS, a consonância com a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e o mérito técnico-científico. A premiação é dividida em quatro categorias: Especialização, Mestrado, Doutorado e Trabalho Científico Publicado. Em cada categoria, são selecionados um vencedor e até cinco ganhadores de menções honrosas.

 

Reportagem: Maíra Menezes Edição: Vinícius Ferreira 16/12/2016

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.