Foram nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro, que dezenas de estudantes de graduação — de norte a sul do país — escolheram investir parte do recesso do meio do ano.
Com encontros realizados entre 22 de julho e 2 agosto, a temporada Inverno 2024 dos Cursos de Férias manteve a tradição de ir além das salas de aula, imergindo no dia a dia dos laboratórios, o que inclui atividades de campo.
A doutoranda Camila Lucio, da Pós-Graduação em Biologia Parasitária, atuou como docente no curso ‘Saúde Única: um olhar sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana’ e demonstrou como montar uma armadilha para captura de mamíferos silvestres para estudos sobre leishmaniose. Foto: Gutemberg BritoFoi essa diversidade de atividades que encantou Breno Arigoni, estudante de medicina veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Morador de Paracambi, no estado do Rio, o jovem de 22 anos participou do curso ‘Saúde Única: um olhar sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana’.
“Estou no 9º período da graduação e está sendo um momento de descobrir para qual área seguir quando me formar. Atualmente, tenho me interessado pela saúde pública e esse curso com foco em leishmaniose me deu um panorama melhor da atuação do médico veterinário nessa área”, compartilhou.
A área de taxonomia de mamíferos silvestres despertou grande interesse em Breno durante as aulas práticas dos Cursos de Férias. Foto: Gutemberg BritoEntre as atividades do curso, os alunos aprofundaram seus conhecimentos sobre hospedeiros reservatórios da leishmaniose tegumentar americana no Brasil com aulas teóricas e atividades de campo, além de conferir o passo a passo para montagem de armadilhas usadas na captura de pequenos mamíferos silvestres para pesquisa.
Com o auxílio do acervo da Coleção Integrada de Mamíferos Silvestres Reservatórios do IOC, os estudantes também fizeram a identificação taxonômica desses animais, analisando formas e estruturas.
“Os assuntos abordados aqui são mais aprofundados do que na graduação. Também tem toda a infraestrutura da Fiocruz, que se destaca muito no Brasil. Fiquei bem impressionado com a Coleção de Leishmania do IOC e as tecnologias que são usadas lá, como técnica de eletroforese”, afirmou.
Estudantes imergiram no dia a dia dos laboratórios, como no curso 'Doenças Cardiovasculares e Metabólicas'. Foto: Gutemberg BritoA estudante Bruna Alves (20 anos) também participou dos Cursos de Férias. Nascida em Belo Horizonte (MG), a jovem se mudou há cerca de três anos para o Rio de Janeiro para cursar a graduação em Microbiologia e Imunologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
"O IOC é referência em pesquisa com tripanosomatídeos. É um assunto que eu já trabalho na faculdade, mas fiquei animada de também ter essa experiência aqui antes de terminar a graduação e voltar para a minha cidade", compartilhou.
"Algo que está sendo muito legal é a forma como os professores conduzem as aulas. Como tem uma grande diversidade de alunos, de diferentes regiões, graduações e universidades, eles nos incentivam a compartilhar o que já sabemos e isso tem sido incrível porque cada um tem uma experiência diferente para os mesmos assuntos. Estamos sempre aprendendo aqui", acrescentou.
Bruna pretende voltar à Belo Horizonte e disseminar os conhecimentos adquiridos na graduação e nos cursos de férias. Foto: Gutemberg BritoAlém de estudantes do Rio de Janeiro e Minas Gerais, participaram também alunos de outros oito estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Pernambuco e São Paulo.
Na temporada Inverno 2024, foram oferecidas cinco modalidades presenciais e uma online:
- A vida misteriosa dos fungos: heróis ou vilões?
- Doenças Cardiovasculares e Metabólicas
- Guia do Imunologista - uma viagem pelo processo inflamatório
- Saúde Única: um olhar sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana
- Tópicos avançados em tripanosomatídeos: integrando a parasitologia e o ambiente
- Imunoinformática: Desenvolvendo Vacinas para as Ameaças do Amanhã
A aula inaugural da temporada Inverno 2024 foi ministrada pelo pesquisador Rafael Maciel de Freitas, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC, que abordou o tema “Mosquitos, desafios, persistência e curiosidade: tentando fazer diferente”.
Alunos, docentes, coordenadores e organizadores dos Cursos de Férias. Foto: Ricardo SchmidtPara quem vem ao Rio de Janeiro de outro estado, planejamento é a palavra-chave. Esta edição contou com forte presença de alunos da Região Norte, como a graduanda Sophia Coelho Ferreira, de 19 anos — estudante de Farmácia no Centro Universitário Fametro, no Amazonas.
Sophia destaca que começou a se organizar antes mesmo do resultado sair.
“Meu conselho para os alunos de outros estados é que comecem a se planejar no momento da inscrição. Pesquisem passagens, hospedagens, valores de carros de aplicativo e quais transportes públicos passam pelo campus da Fiocruz. Esses detalhes variam muito de cidade para cidade”, destacou.
Sophia, que participou da turma ‘Guia do Imunologista - uma viagem pelo processo inflamatório’, foi recém-aprovada na iniciação científica do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia).
“Foi uma oportunidade única poder conhecer melhor o IOC e estudar no campus Manguinhos, local onde começou toda essa grande estrutura nacional que é a Fiocruz. É um privilégio estar nos laboratórios, conhecer as pessoas que fazem parte dessa história e adquirir novos conhecimentos”, acrescentou.
As atividades dos Cursos de Férias são planejadas e ministradas por estudantes dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu e coordenadas por pesquisadores do Instituto. Ao todo, a iniciativa já ofertou mais de 170 cursos.
As aulas são voltadas principalmente para atividades práticas, aprimorando noções básicas de laboratório e dando suporte à conceituação e à contextualização dos temas abordados, que são sempre de grande relevância para a área de pesquisa em saúde no Brasil.
A próxima temporada está prevista para acontecer no Verão de 2025.
Foram nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro, que dezenas de estudantes de graduação — de norte a sul do país — escolheram investir parte do recesso do meio do ano.
Com encontros realizados entre 22 de julho e 2 agosto, a temporada Inverno 2024 dos Cursos de Férias manteve a tradição de ir além das salas de aula, imergindo no dia a dia dos laboratórios, o que inclui atividades de campo.
A doutoranda Camila Lucio, da Pós-Graduação em Biologia Parasitária, atuou como docente no curso ‘Saúde Única: um olhar sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana’ e demonstrou como montar uma armadilha para captura de mamíferos silvestres para estudos sobre leishmaniose. Foto: Gutemberg BritoFoi essa diversidade de atividades que encantou Breno Arigoni, estudante de medicina veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Morador de Paracambi, no estado do Rio, o jovem de 22 anos participou do curso ‘Saúde Única: um olhar sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana’.
“Estou no 9º período da graduação e está sendo um momento de descobrir para qual área seguir quando me formar. Atualmente, tenho me interessado pela saúde pública e esse curso com foco em leishmaniose me deu um panorama melhor da atuação do médico veterinário nessa área”, compartilhou.
A área de taxonomia de mamíferos silvestres despertou grande interesse em Breno durante as aulas práticas dos Cursos de Férias. Foto: Gutemberg BritoEntre as atividades do curso, os alunos aprofundaram seus conhecimentos sobre hospedeiros reservatórios da leishmaniose tegumentar americana no Brasil com aulas teóricas e atividades de campo, além de conferir o passo a passo para montagem de armadilhas usadas na captura de pequenos mamíferos silvestres para pesquisa.
Com o auxílio do acervo da Coleção Integrada de Mamíferos Silvestres Reservatórios do IOC, os estudantes também fizeram a identificação taxonômica desses animais, analisando formas e estruturas.
“Os assuntos abordados aqui são mais aprofundados do que na graduação. Também tem toda a infraestrutura da Fiocruz, que se destaca muito no Brasil. Fiquei bem impressionado com a Coleção de Leishmania do IOC e as tecnologias que são usadas lá, como técnica de eletroforese”, afirmou.
Estudantes imergiram no dia a dia dos laboratórios, como no curso 'Doenças Cardiovasculares e Metabólicas'. Foto: Gutemberg BritoA estudante Bruna Alves (20 anos) também participou dos Cursos de Férias. Nascida em Belo Horizonte (MG), a jovem se mudou há cerca de três anos para o Rio de Janeiro para cursar a graduação em Microbiologia e Imunologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
"O IOC é referência em pesquisa com tripanosomatídeos. É um assunto que eu já trabalho na faculdade, mas fiquei animada de também ter essa experiência aqui antes de terminar a graduação e voltar para a minha cidade", compartilhou.
"Algo que está sendo muito legal é a forma como os professores conduzem as aulas. Como tem uma grande diversidade de alunos, de diferentes regiões, graduações e universidades, eles nos incentivam a compartilhar o que já sabemos e isso tem sido incrível porque cada um tem uma experiência diferente para os mesmos assuntos. Estamos sempre aprendendo aqui", acrescentou.
Bruna pretende voltar à Belo Horizonte e disseminar os conhecimentos adquiridos na graduação e nos cursos de férias. Foto: Gutemberg BritoAlém de estudantes do Rio de Janeiro e Minas Gerais, participaram também alunos de outros oito estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Pernambuco e São Paulo.
Na temporada Inverno 2024, foram oferecidas cinco modalidades presenciais e uma online:
- A vida misteriosa dos fungos: heróis ou vilões?
- Doenças Cardiovasculares e Metabólicas
- Guia do Imunologista - uma viagem pelo processo inflamatório
- Saúde Única: um olhar sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana
- Tópicos avançados em tripanosomatídeos: integrando a parasitologia e o ambiente
- Imunoinformática: Desenvolvendo Vacinas para as Ameaças do Amanhã
A aula inaugural da temporada Inverno 2024 foi ministrada pelo pesquisador Rafael Maciel de Freitas, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC, que abordou o tema “Mosquitos, desafios, persistência e curiosidade: tentando fazer diferente”.
Alunos, docentes, coordenadores e organizadores dos Cursos de Férias. Foto: Ricardo SchmidtPara quem vem ao Rio de Janeiro de outro estado, planejamento é a palavra-chave. Esta edição contou com forte presença de alunos da Região Norte, como a graduanda Sophia Coelho Ferreira, de 19 anos — estudante de Farmácia no Centro Universitário Fametro, no Amazonas.
Sophia destaca que começou a se organizar antes mesmo do resultado sair.
“Meu conselho para os alunos de outros estados é que comecem a se planejar no momento da inscrição. Pesquisem passagens, hospedagens, valores de carros de aplicativo e quais transportes públicos passam pelo campus da Fiocruz. Esses detalhes variam muito de cidade para cidade”, destacou.
Sophia, que participou da turma ‘Guia do Imunologista - uma viagem pelo processo inflamatório’, foi recém-aprovada na iniciação científica do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia).
“Foi uma oportunidade única poder conhecer melhor o IOC e estudar no campus Manguinhos, local onde começou toda essa grande estrutura nacional que é a Fiocruz. É um privilégio estar nos laboratórios, conhecer as pessoas que fazem parte dessa história e adquirir novos conhecimentos”, acrescentou.
As atividades dos Cursos de Férias são planejadas e ministradas por estudantes dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu e coordenadas por pesquisadores do Instituto. Ao todo, a iniciativa já ofertou mais de 170 cursos.
As aulas são voltadas principalmente para atividades práticas, aprimorando noções básicas de laboratório e dando suporte à conceituação e à contextualização dos temas abordados, que são sempre de grande relevância para a área de pesquisa em saúde no Brasil.
A próxima temporada está prevista para acontecer no Verão de 2025.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)