:: Acesse a cobertura especial da Semana de Pós-graduação
E lá se vão dez anos desde a criação do Fórum de Alunos de Pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com a proposta de apresentar temas de interesse para o corpo discente e promover a interação entre estudantes e professores. Para debater o progresso e os desafios inerentes à iniciativa, o terceiro dia da Semana da Pós-graduação Stricto sensu do IOC reuniu, na parte da tarde, em uma mesa-redonda figuras com vivência no Ensino do IOC: a pesquisadora Elisa Cupolillo, ex-vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação; Tania Araújo-Jorge, ex-diretora do Instituto e atual coordenadora da Pós em Ensino em Biociêncas e Saúde; e Maria Fantinatti, aluna egressa, ex-representante discente do IOC e ex-coordenadora da Associação de Pós-graduação (APG) da Fiocruz. O encontro também contou com a presença da atual coordenadora geral da APG-Fiocruz, Mayara Mattos. Já o professor Paulo Rubem Santiago, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que integrou a gama de palestrantes da primeira edição do Fórum e estava confirmado para participar neste ano, não pode comparecer por motivos de agenda.
Em sua segunda gestão à frente da Diretoria do IOC, de 2009 a 2013, Tania acompanhou de perto a criação do Fórum e mais três edições posteriores. Relembrando os objetivos iniciais, a ex-diretora mencionou o crescimento da iniciativa. Enquanto na primeira edição, com cinco Programas de Pós Stricto sensu, a ideia era reunir apenas os discentes em torno de um ambiente informal com o propósito de engajá-los nas atividades do Instituto, atualmente, o Fórum conta com a participação intensa de alunos, professores, secretaria acadêmica e diretoria, já com sete Programas. "Gostaria de prestar homenagem às gestões que sucederam a minha por terem dado continuidade a esta importante iniciativa", comentou.
Tania Araújo-Jorge destacou o crescimento do Fórum de Alunos de Pós-graduação do Instituto ao longo dos anos. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzComo avanços pro Ensino do IOC, Tania mencionou a ampliação da participação dos estudantes do IOC nos espaços colegiados do Instituto, como o Conselho Deliberativo, comissões de Pós-graduação e Câmaras Técnicas. Além disso, também fez referência ao crescimento da participação dos discentes nos fóruns representativos de Pós a nÃvel nacional e o acompanhamento dos debates para o futuro da pesquisa.
Como sugestões para 2018 e anos posteriores, a coordenadora mencionou a necessidade de manter cooperações e articulação com redes temáticas, por meio dos programas e suas áreas de concentração e dar visibilidade às programações e apresentações do Fórum em diferentes anos, incluindo conclusões e relatórios. "A criação de um grupo de trabalho para acompanhamento da implementação das propostas definidas na iniciativa e a necessidade de permanecer acumulando experiências e memórias com o objetivo de passar o legado às futuras gerações são outros pontos que precisam ser considerados", pontuou.
Ex-vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação, Elisa Cupolillo destacou a importância do Fórum discente na transformação de diversas questões dentro do IOC e citou a marca deixada por cada gestão de diretoria que baseou as propostas de campanhas nos relatórios gerados a partir das discussões no evento, que resultaram em ações práticas, como a integração dos programas de pós-graduação. Elisa enfatizou ainda, o tempo necessário para executar as demandas apresentadas pelos alunos e o que fazer para que as mesmas questões não retornem ao longo dos anos. "O compromisso em assumir as necessidades dos alunos precisa ser prioritário. As questões relatadas neste espaço não podem ser esquecidas no dia seguinte. É necessário ouvir, refletir e agir para que possamos avançar para novas demandas", pontuou.
"O compromisso em assumir as necessidades dos alunos precisa ser prioritário", ressaltou Elisa Cupolillo. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzA importância do Instituto na formação de recursos humanos para a ciência brasileira também foi destaque na fala de Elisa, utilizando como exemplo os profissionais formados no IOC que desenvolveram pesquisas históricas no paÃs, como Carlos Chagas. A pesquisadora concluiu sua fala citando a relevância de preservação da iniciativa e estimulando os alunos a se envolverem nos debates. "Usem o espaço do Fórum discente para promoção contÃnua do diálogo. Assim, esta atividade permanecerá viva por mais dez anos, possibilitando a troca de conhecimento entre toda a comunidade acadêmica", concluiu Cupolillo.
Desde as dificuldades básicas para a aquisição de equipamentos e espaços de convivência para os alunos, até a resolução de questões de alojamento e alimentação com custo reduzido. Essas foram algumas das várias lutas apresentadas pela ex-representante discente do IOC, Maria Fantinatti. Em sua apresentação, a aluna egressa do Instituto compartilhou com a nova geração de estudantes a importância dos discentes se empenharem na luta pela melhoria do Ensino em todos os seus aspectos, sejam os inerentes à instituição ou os que envolvam ambientes externos, como agências de fomento e as três esferas de governo.
"Em busca de recursos e melhorias para os cursos de Pós-graduação, participamos de audiências públicas, protestos e reuniões com gestores públicos. Não nos intimidamos diante das mais diversas situações. Tivemos algumas derrotas, mas muitas vitórias. Isso é recompensador", relembrou Maria, que também atuou como ex-coordenadora da APG-Fiocruz. Com entusiasmo, a pós-doutoranda comemorou uma relevante notÃcia. "Conseguimos que as bolsas pagas com recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) fossem incluÃdas como despesas obrigatórias, uma vez que, anteriormente a isso, pertenciam à rubrica estadual que permitia o não pagamento a qualquer momento", enfatizou.
Maria Fantinatti ressaltou a importância da participação dos estudantes na busca por melhorias no Ensino. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzA criação da ouvidoria da Faperj, a licença maternidade para pós-graduandas, a aproximação e maior agilidade na liberação dos termos de outorga da renovação de bolsas foram algumas das conquistas a partir da união dos estudantes. "Tudo só foi possÃvel devido ao trabalho em grupo, devido à mobilização estudantil. Não podemos baixar a cabeça e desistir sem ao menos tentar lutar", finalizou.
Ainda na linha da união dos estudantes, a atual coordenadora-geral da APG-Fiocruz, Mayara Mattos, voltou a chamar atenção para a necessidade de estÃmulo à organização e luta estudantil na pós-graduação para garantir a conquista de mais direitos nas diversas áreas que permeiam essa modalidade de ensino. "Nossa associação busca lutar pelos direitos dos estudantes do IOC e de toda a Fiocruz. Por isso, é fundamental a participação de todos", salientou. Como exemplo de recente ação, a estudante citou as manifestações contra a possibilidade de corte de bolsas custeadas pela Capes.
Mayara Mattos chamou a atenção para a necessidade de estÃmulo à organização e luta estudantil na pós-graduação. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzEm relação ao papel dos pós-graduandos, a coordenadora-geral mencionou a necessidade da promoção de debates entre alunos de diferentes programas de modo a identificar e refletir sobre as diversas atuações do discente e as particularidades de cada programa, assim como a promoção de debates sobre os reflexos do trabalho dos pós-graduandos no Sistema Único de Saúde (SUS) e a reflexão sobre o papel central do discente para o desenvolvimento e inovação em ciência, tecnologia e informação. "O debate sobre o investimento, financiamento e desenvolvimento em ciência no paÃs e a realização de atividades de divulgação cientÃfica como meio de fortalecer a ciência em tempos de austeridade também são deveres de cada estudante", frisou. "Não podemos esquecer que também é preciso fortalecer o papel dos alunos dentro da própria Fiocruz, por meio, por exemplo, da participação no Congresso Interno da Fundação, que visa deliberar sobre as estratégias para o futuro da instituição", complementou.
*Reportagem com participação de Agatha Ariel
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E lá se vão dez anos desde a criação do Fórum de Alunos de Pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com a proposta de apresentar temas de interesse para o corpo discente e promover a interação entre estudantes e professores. Para debater o progresso e os desafios inerentes à iniciativa, o terceiro dia da Semana da Pós-graduação Stricto sensu do IOC reuniu, na parte da tarde, em uma mesa-redonda figuras com vivência no Ensino do IOC: a pesquisadora Elisa Cupolillo, ex-vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação; Tania Araújo-Jorge, ex-diretora do Instituto e atual coordenadora da Pós em Ensino em Biociêncas e Saúde; e Maria Fantinatti, aluna egressa, ex-representante discente do IOC e ex-coordenadora da Associação de Pós-graduação (APG) da Fiocruz. O encontro também contou com a presença da atual coordenadora geral da APG-Fiocruz, Mayara Mattos. Já o professor Paulo Rubem Santiago, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que integrou a gama de palestrantes da primeira edição do Fórum e estava confirmado para participar neste ano, não pode comparecer por motivos de agenda.
Em sua segunda gestão à frente da Diretoria do IOC, de 2009 a 2013, Tania acompanhou de perto a criação do Fórum e mais três edições posteriores. Relembrando os objetivos iniciais, a ex-diretora mencionou o crescimento da iniciativa. Enquanto na primeira edição, com cinco Programas de Pós Stricto sensu, a ideia era reunir apenas os discentes em torno de um ambiente informal com o propósito de engajá-los nas atividades do Instituto, atualmente, o Fórum conta com a participação intensa de alunos, professores, secretaria acadêmica e diretoria, já com sete Programas. "Gostaria de prestar homenagem à s gestões que sucederam a minha por terem dado continuidade a esta importante iniciativa", comentou.Â
Tania Araújo-Jorge destacou o crescimento do Fórum de Alunos de Pós-graduação do Instituto ao longo dos anos. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzComo avanços pro Ensino do IOC, Tania mencionou a ampliação da participação dos estudantes do IOC nos espaços colegiados do Instituto, como o Conselho Deliberativo, comissões de Pós-graduação e Câmaras Técnicas. Além disso, também fez referência ao crescimento da participação dos discentes nos fóruns representativos de Pós a nÃvel nacional e o acompanhamento dos debates para o futuro da pesquisa.
Como sugestões para 2018 e anos posteriores, a coordenadora mencionou a necessidade de manter cooperações e articulação com redes temáticas, por meio dos programas e suas áreas de concentração e dar visibilidade às programações e apresentações do Fórum em diferentes anos, incluindo conclusões e relatórios. "A criação de um grupo de trabalho para acompanhamento da implementação das propostas definidas na iniciativa e a necessidade de permanecer acumulando experiências e memórias com o objetivo de passar o legado às futuras gerações são outros pontos que precisam ser considerados", pontuou.
Ex-vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação, Elisa Cupolillo destacou a importância do Fórum discente na transformação de diversas questões dentro do IOC e citou a marca deixada por cada gestão de diretoria que baseou as propostas de campanhas nos relatórios gerados a partir das discussões no evento, que resultaram em ações práticas, como a integração dos programas de pós-graduação. Elisa enfatizou ainda, o tempo necessário para executar as demandas apresentadas pelos alunos e o que fazer para que as mesmas questões não retornem ao longo dos anos. "O compromisso em assumir as necessidades dos alunos precisa ser prioritário. As questões relatadas neste espaço não podem ser esquecidas no dia seguinte. É necessário ouvir, refletir e agir para que possamos avançar para novas demandas", pontuou.
"O compromisso em assumir as necessidades dos alunos precisa ser prioritário", ressaltou Elisa Cupolillo. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzA importância do Instituto na formação de recursos humanos para a ciência brasileira também foi destaque na fala de Elisa, utilizando como exemplo os profissionais formados no IOC que desenvolveram pesquisas históricas no paÃs, como Carlos Chagas. A pesquisadora concluiu sua fala citando a relevância de preservação da iniciativa e estimulando os alunos a se envolverem nos debates. "Usem o espaço do Fórum discente para promoção contÃnua do diálogo. Assim, esta atividade permanecerá viva por mais dez anos, possibilitando a troca de conhecimento entre toda a comunidade acadêmica", concluiu Cupolillo.
Desde as dificuldades básicas para a aquisição de equipamentos e espaços de convivência para os alunos, até a resolução de questões de alojamento e alimentação com custo reduzido. Essas foram algumas das várias lutas apresentadas pela ex-representante discente do IOC, Maria Fantinatti. Em sua apresentação, a aluna egressa do Instituto compartilhou com a nova geração de estudantes a importância dos discentes se empenharem na luta pela melhoria do Ensino em todos os seus aspectos, sejam os inerentes à instituição ou os que envolvam ambientes externos, como agências de fomento e as três esferas de governo.Â
"Em busca de recursos e melhorias para os cursos de Pós-graduação, participamos de audiências públicas, protestos e reuniões com gestores públicos. Não nos intimidamos diante das mais diversas situações. Tivemos algumas derrotas, mas muitas vitórias. Isso é recompensador", relembrou Maria, que também atuou como ex-coordenadora da APG-Fiocruz. Com entusiasmo, a pós-doutoranda comemorou uma relevante notÃcia. "Conseguimos que as bolsas pagas com recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) fossem incluÃdas como despesas obrigatórias, uma vez que, anteriormente a isso, pertenciam à rubrica estadual que permitia o não pagamento a qualquer momento", enfatizou.
Maria Fantinatti ressaltou a importância da participação dos estudantes na busca por melhorias no Ensino. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzA criação da ouvidoria da Faperj, a licença maternidade para pós-graduandas, a aproximação e maior agilidade na liberação dos termos de outorga da renovação de bolsas foram algumas das conquistas a partir da união dos estudantes. "Tudo só foi possÃvel devido ao trabalho em grupo, devido à mobilização estudantil. Não podemos baixar a cabeça e desistir sem ao menos tentar lutar", finalizou.
Ainda na linha da união dos estudantes, a atual coordenadora-geral da APG-Fiocruz, Mayara Mattos, voltou a chamar atenção para a necessidade de estÃmulo à organização e luta estudantil na pós-graduação para garantir a conquista de mais direitos nas diversas áreas que permeiam essa modalidade de ensino. "Nossa associação busca lutar pelos direitos dos estudantes do IOC e de toda a Fiocruz. Por isso, é fundamental a participação de todos", salientou. Como exemplo de recente ação, a estudante citou as manifestações contra a possibilidade de corte de bolsas custeadas pela Capes.Â
Mayara Mattos chamou a atenção para a necessidade de estÃmulo à organização e luta estudantil na pós-graduação. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzEm relação ao papel dos pós-graduandos, a coordenadora-geral mencionou a necessidade da promoção de debates entre alunos de diferentes programas de modo a identificar e refletir sobre as diversas atuações do discente e as particularidades de cada programa, assim como a promoção de debates sobre os reflexos do trabalho dos pós-graduandos no Sistema Único de Saúde (SUS) e a reflexão sobre o papel central do discente para o desenvolvimento e inovação em ciência, tecnologia e informação. "O debate sobre o investimento, financiamento e desenvolvimento em ciência no paÃs e a realização de atividades de divulgação cientÃfica como meio de fortalecer a ciência em tempos de austeridade também são deveres de cada estudante", frisou. "Não podemos esquecer que também é preciso fortalecer o papel dos alunos dentro da própria Fiocruz, por meio, por exemplo, da participação no Congresso Interno da Fundação, que visa deliberar sobre as estratégias para o futuro da instituição", complementou.
*Reportagem com participação de Agatha Ariel
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)