"Eu sentia dores no corpo, cansaço e tive desmaios. Os exames só mostravam um aumento no tamanho do coração, mas não diziam que era a doença de Chagas".
Aos 64 anos, Josefa de Oliveira Silva relembra emocionada as dificuldades enfrentadas até ser diagnosticada com o agravo. A auxiliar de enfermagem ainda morava na cidade de São José do Egito, em Pernambuco, quando viajou para o Rio de Janeiro para esclarecer os sintomas que vinham incapacitando suas atividades.
Na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ela teve confirmado o diagnóstico da doença de Chagas. A descoberta realizada há 18 anos transformou a vida de Josefa, que mudou com a famÃlia para o Rio, onde recebe tratamento e acompanhamento.
Este foi apenas um dos relatos narrados por pacientes no evento 'Falamos de Chagas com CienciArte', realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no dia 12/04, como parte da programação da 10ª edição do Simpósio 'Ciência, Arte e Cidadania' [saiba mais]. Além desta, atividades na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, e em São João do PiauÃ, no estado do PiauÃ, marcaram a semana em alusão ao Dia Mundial da Pessoa Afetada pela Doença de Chagas, celebrado em 14 de abril.
O evento 'Falamos de Chagas com CienciArte' reuniu mais de 30 pessoas, entre pacientes, pesquisadores e profissionais da área, na Biblioteca de Manguinhos, no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro. No encontro, a pesquisadora Tania Araújo-Jorge, chefe do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC, lembrou a importância do diagnóstico precoce para a eficácia do tratamento e melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
"Os estudos desenvolvidos atualmente têm mostrado que é possÃvel melhorar a qualidade de vida do paciente. Ainda não há uma cura definitiva, mas os pacientes estão vivendo cada vez mais e melhor. Para isso, é fundamental realizar o diagnóstico o mais rápido possÃvel e garantir o inÃcio do tratamento imediato", destacou Tania, coordenadora da iniciativa.
As atividades contaram com o apoio da Associação Rio Chagas, fundada em 2016 com o objetivo de atrair visibilidade para os problemas enfrentados pelos portadores e suas famÃlias e aproximar pacientes e especialistas dedicados ao estudo da doença.
Josefa de Oliveira Silva relatou os caminhos percorridos até o diagnóstico com a doença de Chagas, realizado há 18 anos. Foto: Peter Ilicciev/CCS/FiocruzEm uma roda de conversa, os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar experiências, esclarecer dúvidas e conhecer um pouco mais sobre as pesquisas desenvolvidas na área.
"A Associação Rio Chagas, criada a partir das discussões do curso de extensão 'Falamos de Chagas com CienciArte', tem contribuÃdo para elevar a autoestima dos pacientes e formar uma força coletiva muito grande", ressaltou Tania.
"Esse ambiente acolhedor levanta o astral das pessoas, nos dá força e nos insere na sociedade, o que é muito importante. Nós estamos lutando por visibilidade, direito ao diagnóstico e tratamento e para que as pessoas que convivem com a doença de Chagas tenham uma vida melhor", destacou Josefa.
Iniciativa discutiu dificuldades no enfrentamento à doença a partir da perspectiva dos pacientes. Foto: Peter Ilicciev/CCS/FiocruzNo encontro, foi exibido o documentário 'Doença de Chagas: virando o jogo', que mostra depoimentos de moradores de municÃpios localizados no interior do sertão do Ceará, onde o contato com o barbeiro faz parte do cotidiano da população. Também houve espaço para a música com a participação da Federação Internacional das Associações de Pessoas Afetadas pela Doença de Chagas (Findechagas).
A doença de Chagas pode não apresentar sintomas na fase inicial, que ocorre logo após a infecção. Por esse motivo, muitas pessoas só descobrem o agravo após décadas de contágio, quando já existem danos ao coração ou ao aparelho digestivo.
Para lembrar a importância do diagnóstico precoce, pesquisadores do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC e membros da Associação Rio Chagas realizaram atividades de conscientização, no dia 11/04, na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro.
O evento contou com o esclarecimento de dúvidas, apresentação de vÃdeos, arte e jogos.
Participantes receberam informações sobre o Trypanosoma cruzi, agente etiológico do agravo. Foto: DivulgaçãoOs visitantes tiveram a oportunidade de observar no microscópio o parasito T. cruzi, causador da infecção. Na forma tradicional de transmissão, o T. cruzi penetra a corrente sanguÃnea dos pacientes a partir da picada dos barbeiros, insetos triatomÃneos.
Esta atividade foi realizada no ônibus do projeto Ciência na Estrada, coordenado pelo pesquisador Marcos Vannier, do Laboratório de Toxoplasmose e outras Protozooses do IOC.
Na atividade 'Olho Vivo no Barbeiro', a equipe do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em DÃptera e HemÃptera destacou aspectos sobre o ciclo de vida e caracterÃsticas como locais de abrigo, fontes de alimentação e distribuição geográfica.
Os aspectos biológicos e morfológicos internos do barbeiro foram mostrados por meio de caixas mostruários com percevejos. Para ilustrar o ambiente propÃcio à infestação por estes insetos, os especialistas apresentaram réplicas de casas de taipa e alvenaria, além de fotografias produzidas durante trabalhos cientÃficos em campo.
Réplica de casa de taipa, ambiente propÃcio à infestação pelo barbeiro, vetor da doença de Chagas. Foto: DivulgaçãoAlém do IOC, apoiaram o evento a Fiocruz, o Programa Translacional de Promoção da Saúde da Fiocruz (FioPromoS), o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ensino e Comunicação, as organizações Médicos Sem Fronteiras e Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), assim como o Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
O Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em DÃptera e HemÃptera também integrou atividade sobre o tema realizada no dia 11/04, na cidade de São João do PiauÃ, no PiauÃ.
A pesquisadora do IOC, Jacenir Mallet, abordou aspectos gerais sobre a doença. O evento promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Fiocruz Piauà e Universidade Federal do Piauà (UFPI), contou com a apresentação de palestras e a exibição do documentário 'TriatomÃneos: o elo de uma enfermidade', dirigido por Genilton José Vieira, chefe do Setor de Produção e Tratamento de Imagens do IOC [confira aqui].
Conscientização também chegou à cidade de São João do PiauÃ, com a realização de palestras e exibição de documentário. Foto: Divulgação"Eu sentia dores no corpo, cansaço e tive desmaios. Os exames só mostravam um aumento no tamanho do coração, mas não diziam que era a doença de Chagas".
Aos 64 anos, Josefa de Oliveira Silva relembra emocionada as dificuldades enfrentadas até ser diagnosticada com o agravo. A auxiliar de enfermagem ainda morava na cidade de São José do Egito, em Pernambuco, quando viajou para o Rio de Janeiro para esclarecer os sintomas que vinham incapacitando suas atividades.
Na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ela teve confirmado o diagnóstico da doença de Chagas. A descoberta realizada há 18 anos transformou a vida de Josefa, que mudou com a famÃlia para o Rio, onde recebe tratamento e acompanhamento.
Este foi apenas um dos relatos narrados por pacientes no evento 'Falamos de Chagas com CienciArte', realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no dia 12/04, como parte da programação da 10ª edição do Simpósio 'Ciência, Arte e Cidadania' [saiba mais]. Além desta, atividades na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, e em São João do PiauÃ, no estado do PiauÃ, marcaram a semana em alusão ao Dia Mundial da Pessoa Afetada pela Doença de Chagas, celebrado em 14 de abril.
O evento 'Falamos de Chagas com CienciArte' reuniu mais de 30 pessoas, entre pacientes, pesquisadores e profissionais da área, na Biblioteca de Manguinhos, no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro. No encontro, a pesquisadora Tania Araújo-Jorge, chefe do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC, lembrou a importância do diagnóstico precoce para a eficácia do tratamento e melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
"Os estudos desenvolvidos atualmente têm mostrado que é possÃvel melhorar a qualidade de vida do paciente. Ainda não há uma cura definitiva, mas os pacientes estão vivendo cada vez mais e melhor. Para isso, é fundamental realizar o diagnóstico o mais rápido possÃvel e garantir o inÃcio do tratamento imediato", destacou Tania, coordenadora da iniciativa.
As atividades contaram com o apoio da Associação Rio Chagas, fundada em 2016 com o objetivo de atrair visibilidade para os problemas enfrentados pelos portadores e suas famÃlias e aproximar pacientes e especialistas dedicados ao estudo da doença.
Josefa de Oliveira Silva relatou os caminhos percorridos até o diagnóstico com a doença de Chagas, realizado há 18 anos. Foto: Peter Ilicciev/CCS/FiocruzEm uma roda de conversa, os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar experiências, esclarecer dúvidas e conhecer um pouco mais sobre as pesquisas desenvolvidas na área.
"A Associação Rio Chagas, criada a partir das discussões do curso de extensão 'Falamos de Chagas com CienciArte', tem contribuÃdo para elevar a autoestima dos pacientes e formar uma força coletiva muito grande", ressaltou Tania.
"Esse ambiente acolhedor levanta o astral das pessoas, nos dá força e nos insere na sociedade, o que é muito importante. Nós estamos lutando por visibilidade, direito ao diagnóstico e tratamento e para que as pessoas que convivem com a doença de Chagas tenham uma vida melhor", destacou Josefa.
Iniciativa discutiu dificuldades no enfrentamento à doença a partir da perspectiva dos pacientes. Foto: Peter Ilicciev/CCS/FiocruzNo encontro, foi exibido o documentário 'Doença de Chagas: virando o jogo', que mostra depoimentos de moradores de municÃpios localizados no interior do sertão do Ceará, onde o contato com o barbeiro faz parte do cotidiano da população. Também houve espaço para a música com a participação da Federação Internacional das Associações de Pessoas Afetadas pela Doença de Chagas (Findechagas).
A doença de Chagas pode não apresentar sintomas na fase inicial, que ocorre logo após a infecção. Por esse motivo, muitas pessoas só descobrem o agravo após décadas de contágio, quando já existem danos ao coração ou ao aparelho digestivo.
Para lembrar a importância do diagnóstico precoce, pesquisadores do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC e membros da Associação Rio Chagas realizaram atividades de conscientização, no dia 11/04, na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro.
O evento contou com o esclarecimento de dúvidas, apresentação de vÃdeos, arte e jogos.
Participantes receberam informações sobre o Trypanosoma cruzi, agente etiológico do agravo. Foto: DivulgaçãoOs visitantes tiveram a oportunidade de observar no microscópio o parasito T. cruzi, causador da infecção. Na forma tradicional de transmissão, o T. cruzi penetra a corrente sanguÃnea dos pacientes a partir da picada dos barbeiros, insetos triatomÃneos.
Esta atividade foi realizada no ônibus do projeto Ciência na Estrada, coordenado pelo pesquisador Marcos Vannier, do Laboratório de Toxoplasmose e outras Protozooses do IOC.
Na atividade 'Olho Vivo no Barbeiro', a equipe do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em DÃptera e HemÃptera destacou aspectos sobre o ciclo de vida e caracterÃsticas como locais de abrigo, fontes de alimentação e distribuição geográfica.
Os aspectos biológicos e morfológicos internos do barbeiro foram mostrados por meio de caixas mostruários com percevejos. Para ilustrar o ambiente propÃcio à infestação por estes insetos, os especialistas apresentaram réplicas de casas de taipa e alvenaria, além de fotografias produzidas durante trabalhos cientÃficos em campo.
Réplica de casa de taipa, ambiente propÃcio à infestação pelo barbeiro, vetor da doença de Chagas. Foto: DivulgaçãoAlém do IOC, apoiaram o evento a Fiocruz, o Programa Translacional de Promoção da Saúde da Fiocruz (FioPromoS), o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ensino e Comunicação, as organizações Médicos Sem Fronteiras e Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), assim como o Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
O Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em DÃptera e HemÃptera também integrou atividade sobre o tema realizada no dia 11/04, na cidade de São João do PiauÃ, no PiauÃ.
A pesquisadora do IOC, Jacenir Mallet, abordou aspectos gerais sobre a doença. O evento promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Fiocruz Piauà e Universidade Federal do Piauà (UFPI), contou com a apresentação de palestras e a exibição do documentário 'TriatomÃneos: o elo de uma enfermidade', dirigido por Genilton José Vieira, chefe do Setor de Produção e Tratamento de Imagens do IOC [confira aqui].
Conscientização também chegou à cidade de São João do PiauÃ, com a realização de palestras e exibição de documentário. Foto: DivulgaçãoPermitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)