Na década de 1980, ela era apenas uma doença nova e misteriosa. Os primeiros casos descobertos e diagnosticados foram nos Estados Unidos. Deste então, diversas pesquisas e eventos são realizados em torno da AIDS.
Um deles foi a XIX Conferência Internacional da AIDS, realizada entre os dias 22 e 27 de julho, nos Estados Unidos. Desempenhando importante papel nas áreas de saúde e pesquisa no Brasil, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) não ficou de fora, foi representado pela aluna de doutorado do curso de Pós-graduação em Medicina Tropical, Joanna Reis Santos de Oliveira, por meio de apresentação oral de uma pesquisa.
Submetendo parte da tese que vai defender em setembro, a estudante foi uma das 60 escolhidas dentre os mais de 11 mil trabalhos enviados.
O projeto, que analisou a co-infecção de pacientes por HIV e Leishmaniose visceral, mostrou que, apesar da existência de tratamento especÃfico, o comprometimento do sistema imunológico de cada um deles é bastante elevado, o que contribui para uma demora na resposta à s drogas e, consequentemente, à melhora de seu estado de saúde, além de uma possÃvel resistência aos medicamentos.
O estudo mostrou que os pacientes co-infectados com HIV e Leishmania infantum (sin L. chagasi) apresentaram nÃveis de citocinas inflamatórias e de ativação linfocitária muito mais elevados do que os casos de leishmaniose visceral ou HIV/AIDS, separadamente.
Joanna (à esquerda) e sua orientadora Alda Maria da Cruz representaram o Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do IOC no Congresso Internacional de AIDS, que pela segunda vez teve um de seus projetos de pesquisa apresentados no evento. Foto: DivulgaçãoEssa ativação celular está associada à infecção por Leishmania, mas também correlacionada ao fenômeno de translocação microbiana.
Neste, ocorre a quebra da barreira imunológica do intestino, o que permite a passagem de bactérias para a circulação sanguÃnea. Esta contém uma molécula chamada lipopolissacarideo (LPS), que em contato com as células sanguÃneas, leva a uma grande ativação do sistema imune, com consequente exaustão.
Atualmente, essa translocação é considerada um dos principais mecanismos de disfunção imunológica em pacientes com HIV. Este fenômeno também foi descrito em pacientes com leishmaniose visceral, em trabalho publicado recentemente por Joanna.
Como a maioria dos estudos sobre co-infecção é realizada com pacientes da Europa, o estudo é capaz de contribuir para o melhor entendimento da doença causada pela cepa do parasito que circula no Brasil e de indicar caminhos para um atendimento mais especializado no serviço de saúde do paÃs, auxiliando na busca de novas estratégias terapêuticas para os pacientes co-infectados.
Para Joanna, apresentar parte de seu projeto de pesquisa em um evento internacional como esse, mostra o reconhecimento dos paÃses para o que está sendo estudado no Brasil.
"No começo, quando soube da minha aprovação, confesso que fiquei um pouco nervosa, mas logo me acalmei e comemorei a oportunidade de ser uma das representantes brasileiras na sessão oral dos trabalhos. Isso mostra que paÃses como os Estados Unidos, por exemplo, que não são áreas endêmicas para a Leishmaniose visceral, valorizam nosso trabalho e se preocupam com tal associação e suas importantes consequências para os pacientes acometidos", ressaltou.
Para a orientadora e pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do IOC, Alda Maria da Cruz, a participação de estudantes em eventos como o Congresso Internacional de AIDS é fundamental.
"O intercâmbio com pesquisadores e alunos de diferentes instituições de pesquisa e ensino, amplia a visão cientifica e fortalece a formação acadêmica", enfatizou.
O trabalho, denominado Cytokine Storm in Leishmania/HIV-1 co-infected patients can be caused by LPS and Leishmania infection, foi desenvolvido a partir da parceria entre os Laboratórios Interdisciplinar de Pesquisas Médicas e de AIDS e Imunologia Molecular, e contou com a colaboração do Laboratório de Pesquisas sobre o Timo do IOC, do Instituto de Pesquisas ClÃnicas Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz), Universidade de São Paulo (USP), Fundação de Medicina Tropical Heitor Dourado/AM e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Na década de 1980, ela era apenas uma doença nova e misteriosa. Os primeiros casos descobertos e diagnosticados foram nos Estados Unidos. Deste então, diversas pesquisas e eventos são realizados em torno da AIDS.
Um deles foi a XIX Conferência Internacional da AIDS, realizada entre os dias 22 e 27 de julho, nos Estados Unidos. Desempenhando importante papel nas áreas de saúde e pesquisa no Brasil, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) não ficou de fora, foi representado pela aluna de doutorado do curso de Pós-graduação em Medicina Tropical, Joanna Reis Santos de Oliveira, por meio de apresentação oral de uma pesquisa.
Submetendo parte da tese que vai defender em setembro, a estudante foi uma das 60 escolhidas dentre os mais de 11 mil trabalhos enviados.
O projeto, que analisou a co-infecção de pacientes por HIV e Leishmaniose visceral, mostrou que, apesar da existência de tratamento especÃfico, o comprometimento do sistema imunológico de cada um deles é bastante elevado, o que contribui para uma demora na resposta à s drogas e, consequentemente, à melhora de seu estado de saúde, além de uma possÃvel resistência aos medicamentos.
O estudo mostrou que os pacientes co-infectados com HIV e Leishmania infantum (sin L. chagasi) apresentaram nÃveis de citocinas inflamatórias e de ativação linfocitária muito mais elevados do que os casos de leishmaniose visceral ou HIV/AIDS, separadamente.
Joanna (à esquerda) e sua orientadora Alda Maria da Cruz representaram o Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do IOC no Congresso Internacional de AIDS, que pela segunda vez teve um de seus projetos de pesquisa apresentados no evento. Foto: DivulgaçãoEssa ativação celular está associada à infecção por Leishmania, mas também correlacionada ao fenômeno de translocação microbiana.
Neste, ocorre a quebra da barreira imunológica do intestino, o que permite a passagem de bactérias para a circulação sanguÃnea. Esta contém uma molécula chamada lipopolissacarideo (LPS), que em contato com as células sanguÃneas, leva a uma grande ativação do sistema imune, com consequente exaustão.
Atualmente, essa translocação é considerada um dos principais mecanismos de disfunção imunológica em pacientes com HIV. Este fenômeno também foi descrito em pacientes com leishmaniose visceral, em trabalho publicado recentemente por Joanna.
Como a maioria dos estudos sobre co-infecção é realizada com pacientes da Europa, o estudo é capaz de contribuir para o melhor entendimento da doença causada pela cepa do parasito que circula no Brasil e de indicar caminhos para um atendimento mais especializado no serviço de saúde do paÃs, auxiliando na busca de novas estratégias terapêuticas para os pacientes co-infectados.
Para Joanna, apresentar parte de seu projeto de pesquisa em um evento internacional como esse, mostra o reconhecimento dos paÃses para o que está sendo estudado no Brasil.
"No começo, quando soube da minha aprovação, confesso que fiquei um pouco nervosa, mas logo me acalmei e comemorei a oportunidade de ser uma das representantes brasileiras na sessão oral dos trabalhos. Isso mostra que paÃses como os Estados Unidos, por exemplo, que não são áreas endêmicas para a Leishmaniose visceral, valorizam nosso trabalho e se preocupam com tal associação e suas importantes consequências para os pacientes acometidos", ressaltou.
Para a orientadora e pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do IOC, Alda Maria da Cruz, a participação de estudantes em eventos como o Congresso Internacional de AIDS é fundamental.
"O intercâmbio com pesquisadores e alunos de diferentes instituições de pesquisa e ensino, amplia a visão cientifica e fortalece a formação acadêmica", enfatizou.
O trabalho, denominado Cytokine Storm in Leishmania/HIV-1 co-infected patients can be caused by LPS and Leishmania infection, foi desenvolvido a partir da parceria entre os Laboratórios Interdisciplinar de Pesquisas Médicas e de AIDS e Imunologia Molecular, e contou com a colaboração do Laboratório de Pesquisas sobre o Timo do IOC, do Instituto de Pesquisas ClÃnicas Evandro Chagas (IPEC/Fiocruz), Universidade de São Paulo (USP), Fundação de Medicina Tropical Heitor Dourado/AM e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)