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Doença de Chagas: vetor em cenas inéditas

Vídeo educativo produzido pelo IOC leva ao público cenas inéditas das diferentes fases do ciclo de vida do barbeiro, vetor da doença de Chagas. Lançamento oficial do audiovisual aconteceu nesta terça-feira, 27 de setembro
Por Vinicius Ferreira27/09/2011 - Atualizado em 04/07/2024

Cenas exclusivas, captadas em dias a fio de trabalho, registraram a reprodução, a postura de ovos, a eclosão para nascimento das ninfas; e a transição de fases evolutivas do vetor da doença de Chagas.

No Brasil, popularmente conhecido como barbeiros, os triatomíneos são a estrela do novo vídeo educativo produzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), por meio do Serviço de Produção e Tratamento de Imagens.

A produção audiovisual 'Triatomíneos, elo de uma enfermidade' foi lançada oficialmente nesta terça-feira, 27 de setembro, em sessão extraordinária do Centro de Estudos do IOC. O produto foi desenvolvido pelo IOC com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e a Rede ePORTUGUÊSe, da OMS.

O evento de lançamento teve a participação via teleconferência de Pedro Albajar, representante do Programa de Controle da Doença de Chagas da OMS, além da presença da diretoria do IOC, da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz e da Casa de Oswaldo Cruz. Em breve, o filme estará disponível para vizualização no site do IOC, em disponibilização simultânea com o site da OMS. O audiovisual estará disponível nos idiomas português, inglês, francês e espanhol, e cópias serão distribuídas em oito países da Rede ePORTUGUÊSe.

A pesquisadora da COC Simone Kropf foi uma das palestrantes durante o lançamento, que teve a plateia lotada. Foto: Heloisa Diniz

 

Antes mesmo de seu lançamento oficial, o filme já recebeu um prêmio internacional na Argentina.

O vídeo foi classificado em segundo lugar, na área de Educação e Saúde, no Festival Internacional de Cine Médico VIDEOMED CÓRDOBA 2011, que aconteceu entre os dias 15 e 17 de setembro.

Estimativas apontam que a doença de Chagas infecta entre 12 e 14 milhões de pessoas na América Latina, compondo uma triste realidade de pacientes crônicos.

O vídeo, com direção e produção de Genilton José Vieira e edição e computação gráfica de Leonardo Perim, constitui um material valioso sobre a história, a taxonomia e a distribuição dos vetores da doença de Chagas no mundo.

No lugar dos tradicionais esquemas ilustrativos do ciclo evolutivo do inseto, o filme inovou, flagrando em imagens reais o momento exato das transformações que o barbeiro atravessa em suas fases de vida. Um modelo virtual tridimensional também é utilizado, auxiliando o entendimento da estrutura do inseto.

A vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade, que representou o presidente da Fiocruz no evento, interagiu com Pedro Albajar Viñas, do Programa de Controle da Doença de Chagas da OMS (na tela), que participou diretamente de Genebra via teleconferência. À esquerda, Genilton Vieira. Foto: Heloisa Diniz

O vídeo foi produzido com a participação de especialistas brasileiros, de institutos da França, Londres, México, Honduras, Colômbia e Costa Rica.

"Este filme é global, envolve pesquisadores do mundo inteiro. Cada um contribuiu dentro da sua área de estudo e, por isso, foram fundamentais na finalização de uma ou mais etapas do vídeo", declarou Genilton Vieira.

Visões plurais sobre os triatomíneos

Triatomíneos são insetos hematófagos, que se alimentam de sangue em todos os seus estágios de desenvolvimento, tendo, assim, relevada importância epidemiológica. Sua fonte alimentar são mamíferos.

A descoberta dos triatomíneos como transmissores da doença de Chagas se deu em 1909, pelo cientista Carlos Chagas, juntamente com a descoberta de todo o ciclo da doença: além de seu vetor, foram descobertos seu agente patogênico (o protozoário Trypanossoma cruzi) e foi descrita a patologia humana.

A transmissão da doença se dá quando a urina ou fezes dos barbeiros infectados por T. cruzi entram em contato com a pele humana lesionada pela picada do inseto.

Performance do grupo musical 'O Som do Lixo', responsável pela trilha sonora do documentário. Foto: Heloisa Diniz

No vídeo, são identificadas as diferentes espécies de triatomíneos em função de sua distribuição espacial e apresentados seus nomes populares nas diferentes culturas.

O filme destaca que a dispersão nos diversos continentes remonta ao século XVI, quando foram levados por meio dos navios provenientes das Américas durante a época das navegações.

"Este filme tem uma grande importância não só para comunidade, mas para a formação dos agentes de saúde e proporciona conhecimento médico sobre as doenças transmitidas pelos triatomíneos", considerou Genilton.

O documentário exemplifica situações em que o inseto se utiliza de ambientes como cascas de árvores, pedras, ninhos e penas de pássaros e palmeiras como habitat. Além dos ambientes domiciliares internos e externos feitos com folhas de palmeiras ou barro, predominantes nas regiões Norte e Nordeste brasileiras.

Apesar da transmissão vetorial ter sido uma das principais vias de infecção da doença no Brasil, hoje, rotas alternativas, como a alimentar, se colocam como um desafio global.

O conhecimento do vetor permanece, porém, como uma necessidade estratégica do ponto de vista da manutenção da vigilância epidemiológica.

Vídeo educativo produzido pelo IOC leva ao público cenas inéditas das diferentes fases do ciclo de vida do barbeiro, vetor da doença de Chagas. Lançamento oficial do audiovisual aconteceu nesta terça-feira, 27 de setembro
Por: 
viniciusferreira

Cenas exclusivas, captadas em dias a fio de trabalho, registraram a reprodução, a postura de ovos, a eclosão para nascimento das ninfas; e a transição de fases evolutivas do vetor da doença de Chagas.

No Brasil, popularmente conhecido como barbeiros, os triatomíneos são a estrela do novo vídeo educativo produzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), por meio do Serviço de Produção e Tratamento de Imagens.

A produção audiovisual 'Triatomíneos, elo de uma enfermidade' foi lançada oficialmente nesta terça-feira, 27 de setembro, em sessão extraordinária do Centro de Estudos do IOC. O produto foi desenvolvido pelo IOC com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e a Rede ePORTUGUÊSe, da OMS.

O evento de lançamento teve a participação via teleconferência de Pedro Albajar, representante do Programa de Controle da Doença de Chagas da OMS, além da presença da diretoria do IOC, da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz e da Casa de Oswaldo Cruz. Em breve, o filme estará disponível para vizualização no site do IOC, em disponibilização simultânea com o site da OMS. O audiovisual estará disponível nos idiomas português, inglês, francês e espanhol, e cópias serão distribuídas em oito países da Rede ePORTUGUÊSe.

A pesquisadora da COC Simone Kropf foi uma das palestrantes durante o lançamento, que teve a plateia lotada. Foto: Heloisa Diniz

 

Antes mesmo de seu lançamento oficial, o filme já recebeu um prêmio internacional na Argentina.

O vídeo foi classificado em segundo lugar, na área de Educação e Saúde, no Festival Internacional de Cine Médico VIDEOMED CÓRDOBA 2011, que aconteceu entre os dias 15 e 17 de setembro.

Estimativas apontam que a doença de Chagas infecta entre 12 e 14 milhões de pessoas na América Latina, compondo uma triste realidade de pacientes crônicos.

O vídeo, com direção e produção de Genilton José Vieira e edição e computação gráfica de Leonardo Perim, constitui um material valioso sobre a história, a taxonomia e a distribuição dos vetores da doença de Chagas no mundo.

No lugar dos tradicionais esquemas ilustrativos do ciclo evolutivo do inseto, o filme inovou, flagrando em imagens reais o momento exato das transformações que o barbeiro atravessa em suas fases de vida. Um modelo virtual tridimensional também é utilizado, auxiliando o entendimento da estrutura do inseto.

A vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade, que representou o presidente da Fiocruz no evento, interagiu com Pedro Albajar Viñas, do Programa de Controle da Doença de Chagas da OMS (na tela), que participou diretamente de Genebra via teleconferência. À esquerda, Genilton Vieira. Foto: Heloisa Diniz

O vídeo foi produzido com a participação de especialistas brasileiros, de institutos da França, Londres, México, Honduras, Colômbia e Costa Rica.

"Este filme é global, envolve pesquisadores do mundo inteiro. Cada um contribuiu dentro da sua área de estudo e, por isso, foram fundamentais na finalização de uma ou mais etapas do vídeo", declarou Genilton Vieira.

Visões plurais sobre os triatomíneos

Triatomíneos são insetos hematófagos, que se alimentam de sangue em todos os seus estágios de desenvolvimento, tendo, assim, relevada importância epidemiológica. Sua fonte alimentar são mamíferos.

A descoberta dos triatomíneos como transmissores da doença de Chagas se deu em 1909, pelo cientista Carlos Chagas, juntamente com a descoberta de todo o ciclo da doença: além de seu vetor, foram descobertos seu agente patogênico (o protozoário Trypanossoma cruzi) e foi descrita a patologia humana.

A transmissão da doença se dá quando a urina ou fezes dos barbeiros infectados por T. cruzi entram em contato com a pele humana lesionada pela picada do inseto.

Performance do grupo musical 'O Som do Lixo', responsável pela trilha sonora do documentário. Foto: Heloisa Diniz

No vídeo, são identificadas as diferentes espécies de triatomíneos em função de sua distribuição espacial e apresentados seus nomes populares nas diferentes culturas.

O filme destaca que a dispersão nos diversos continentes remonta ao século XVI, quando foram levados por meio dos navios provenientes das Américas durante a época das navegações.

"Este filme tem uma grande importância não só para comunidade, mas para a formação dos agentes de saúde e proporciona conhecimento médico sobre as doenças transmitidas pelos triatomíneos", considerou Genilton.

O documentário exemplifica situações em que o inseto se utiliza de ambientes como cascas de árvores, pedras, ninhos e penas de pássaros e palmeiras como habitat. Além dos ambientes domiciliares internos e externos feitos com folhas de palmeiras ou barro, predominantes nas regiões Norte e Nordeste brasileiras.

Apesar da transmissão vetorial ter sido uma das principais vias de infecção da doença no Brasil, hoje, rotas alternativas, como a alimentar, se colocam como um desafio global.

O conhecimento do vetor permanece, porém, como uma necessidade estratégica do ponto de vista da manutenção da vigilância epidemiológica.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)