Infecções comuns e raras que afetam o sistema nervoso foram o tema do Curso sobre Doenças Infecciosas Neurológicas (NeuroID), organizado pelo Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pela Universidade de Liverpool, do Reino Unido.
Promovido anualmente na Inglaterra, desde 2007, o curso ocorreu, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, nos dias 30 e 31 de outubro, no Hotel Windsor, no Flamengo. Foi a quarta edição realizada fora de Liverpool, após eventos nas cidades de Blantyre, no Malawi; Bangalore, na Índia; e Recife, no Brasil.
Especialistas de 13 instituições nacionais, da Inglaterra, Estados Unidos e Índia ministraram a capacitação, que recebeu cerca de 130 profissionais de saúde (sendo a maioria médicos), estudantes de graduação em medicina e alunos de pós-graduação, vindos de diferentes estados do Brasil, assim como de Moçambique, Colômbia, São Tomé e Príncipe e Estados Unidos.
Mesa de abertura do evento reuniu a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Norma Brandão, e os pesquisadores Patrícia de Sequeira, Vanessa de Paula e Tom Solomon, integrantes da coordenação do curso NeuroID no Rio de Janeiro. Foto: Gutemberg BritoO alto nível científico do curso foi destacado pela coordenadora da Pós-graduação em Medicina Tropical e chefe substituta do Laboratório de Virologia e Parasitologia Molecular do IOC, Vanessa de Paula.
“O curso promoveu discussões aprofundadas sobre neuroinfecções causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitas, abordando temas de alta relevância em doenças tropicais, com renomados especialistas. As parcerias estratégicas com instituições brasileiras e internacionais são essenciais para o avanço na investigação, monitoramento e tratamento das doenças infecciosas e impulsionam a formação de excelência e a internacionalização do Programa”, ressaltou Vanessa.
Os temas debatidos contemplaram desde doenças negligenciadas como neurocisticercose, tuberculose, herpes e raiva, até infecções emergentes com alto impacto na atualidade, como chikungunya, Zika, Oropouche e Covid-19.
Por meio de palestras e discussões de casos clínicos, o curso apresentou abordagens práticas para problemas encontrados em enfermarias e consultórios.
Em palestra, Tom Solomon falou sobre encefalites causadas por infecções. Foto: Gutemberg BritoA primeira sessão científica, por exemplo, começou com palestra da neurologista Maria Lucia Brito Ferreira, do Hospital da Restauração, de Pernambuco, sobre infecções endêmicas e pandêmicas que podem desencadear doenças desmielinizantes, como a Síndrome de Guillain-Barré.
Em seguida, a neonatologista Fátima di Maio, do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), e egressa do Programa de Medicina Tropical, discutiu um caso clínico de atraso no desenvolvimento relacionado a uma infecção perinatal.
O neurologista Tom Solomon, da Universidade de Liverpool, fundador do curso NeuroID, fechou a mesa. Um dos maiores especialistas em doenças infecciosas neurológicas, ele abordou encefalites, que são quadros de inflamação cerebral que podem ser causados por vírus, bactérias e diversos parasitos.
Troca entre especialistas brasileiros e estrangeiros enriqueceu o evento. Na foto, com o microfone, a microbiologista Suan-Sin Foo, da Clínica Cleveland, dos Estados Unidos. Foto: Gutemberg BritoAlém das sessões científicas, a programação contou com apresentação de estudos em formato de pôsteres e visita ao Castelo da Fiocruz, em Manguinhos.
“A apresentação de diretrizes atualizadas sobre conduta e manejo clínico, oferecendo orientações práticas e atuais para profissionais da área, foi um ponto alto do curso", avaliou o docente da Medicina Tropical e pesquisador do Laboratório de Virologia e Parasitologia Molecular do IOC, Ivanildo Pedro de Sousa Júnior, integrante da coordenação do evento.
“A participação dos palestrantes internacionais trouxe uma perspectiva global sobre as infecções do sistema nervoso central, com atualizações e experiências de diversas partes do mundo”, completou a membra da Comissão de Pós-graduação da Medicina Tropical e pesquisadora do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC, Patrícia de Sequeira. A pesquisadora, que também integrou a coordenação do evento, participa do grupo de pesquisa ‘Brain Infections Global’, vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde e Cuidados (NIHR, do Reino Unido), responsável pela realização do curso NeuroID anualmente.
Pós-doutorandos, alunos de doutorado e mestrado da Pós em Medicina Tropical participaram da organização do evento. Foto: Gutemberg BritoEstudantes do Programa de Medicina Tropical participaram da organização do curso e destacaram a importância dessa experiência na formação para a carreira acadêmica.
“Participar da organização desse curso foi um desafio incrível e enriquecedor, que só foi possível porque tivemos uma equipe de alunos muito dedicada. Além disso, o curso abriu portas para futuras colaborações, permitindo expandir redes de contatos e fortalecer a comunicação na comunidade científica", afirmou a pós-doutoranda Nathalia Alves.
“Esta foi uma das melhores e mais marcantes experiências acadêmicas que tive, pelo desafio de lidar com questões logísticas da organização do evento e oportunidade de ter contato direto com palestrantes de várias partes do Brasil e de outros países. Foi também uma imersão na língua inglesa dentro do Brasil, quase como um intercâmbio cultural", disse a doutoranda Anne Caroline Marcos.
“No meio acadêmico, a experiência na organização de eventos é um diferencial valioso para o currículo de qualquer candidato. O NeuroID foi ainda mais enriquecedor pela possibilidade de conhecer profissionais de referência, que contribuíram com seus conhecimentos e que poderão colaborar em futuras parcerias”, comentou o doutorando Andreon Silva, representante discente da Medicina Tropical.
Especialistas visitaram o Castelo Mourisco, no campus da Fiocruz, em Manguinhos. Foto: Gutemberg BritoA realização do curso NeuroID no Rio contou com financiamento da Universidade de Liverpool, além de recursos do IOC, da Pós-graduação em Medicina Tropical e do Programa de Excelência Acadêmica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Proex/Capes).
Infecções comuns e raras que afetam o sistema nervoso foram o tema do Curso sobre Doenças Infecciosas Neurológicas (NeuroID), organizado pelo Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pela Universidade de Liverpool, do Reino Unido.
Promovido anualmente na Inglaterra, desde 2007, o curso ocorreu, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, nos dias 30 e 31 de outubro, no Hotel Windsor, no Flamengo. Foi a quarta edição realizada fora de Liverpool, após eventos nas cidades de Blantyre, no Malawi; Bangalore, na Índia; e Recife, no Brasil.
Especialistas de 13 instituições nacionais, da Inglaterra, Estados Unidos e Índia ministraram a capacitação, que recebeu cerca de 130 profissionais de saúde (sendo a maioria médicos), estudantes de graduação em medicina e alunos de pós-graduação, vindos de diferentes estados do Brasil, assim como de Moçambique, Colômbia, São Tomé e Príncipe e Estados Unidos.
Mesa de abertura do evento reuniu a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Norma Brandão, e os pesquisadores Patrícia de Sequeira, Vanessa de Paula e Tom Solomon, integrantes da coordenação do curso NeuroID no Rio de Janeiro. Foto: Gutemberg BritoO alto nível científico do curso foi destacado pela coordenadora da Pós-graduação em Medicina Tropical e chefe substituta do Laboratório de Virologia e Parasitologia Molecular do IOC, Vanessa de Paula.
“O curso promoveu discussões aprofundadas sobre neuroinfecções causadas por vírus, bactérias, fungos e parasitas, abordando temas de alta relevância em doenças tropicais, com renomados especialistas. As parcerias estratégicas com instituições brasileiras e internacionais são essenciais para o avanço na investigação, monitoramento e tratamento das doenças infecciosas e impulsionam a formação de excelência e a internacionalização do Programa”, ressaltou Vanessa.
Os temas debatidos contemplaram desde doenças negligenciadas como neurocisticercose, tuberculose, herpes e raiva, até infecções emergentes com alto impacto na atualidade, como chikungunya, Zika, Oropouche e Covid-19.
Por meio de palestras e discussões de casos clínicos, o curso apresentou abordagens práticas para problemas encontrados em enfermarias e consultórios.
Em palestra, Tom Solomon falou sobre encefalites causadas por infecções. Foto: Gutemberg BritoA primeira sessão científica, por exemplo, começou com palestra da neurologista Maria Lucia Brito Ferreira, do Hospital da Restauração, de Pernambuco, sobre infecções endêmicas e pandêmicas que podem desencadear doenças desmielinizantes, como a Síndrome de Guillain-Barré.
Em seguida, a neonatologista Fátima di Maio, do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), e egressa do Programa de Medicina Tropical, discutiu um caso clínico de atraso no desenvolvimento relacionado a uma infecção perinatal.
O neurologista Tom Solomon, da Universidade de Liverpool, fundador do curso NeuroID, fechou a mesa. Um dos maiores especialistas em doenças infecciosas neurológicas, ele abordou encefalites, que são quadros de inflamação cerebral que podem ser causados por vírus, bactérias e diversos parasitos.
Troca entre especialistas brasileiros e estrangeiros enriqueceu o evento. Na foto, com o microfone, a microbiologista Suan-Sin Foo, da Clínica Cleveland, dos Estados Unidos. Foto: Gutemberg BritoAlém das sessões científicas, a programação contou com apresentação de estudos em formato de pôsteres e visita ao Castelo da Fiocruz, em Manguinhos.
“A apresentação de diretrizes atualizadas sobre conduta e manejo clínico, oferecendo orientações práticas e atuais para profissionais da área, foi um ponto alto do curso", avaliou o docente da Medicina Tropical e pesquisador do Laboratório de Virologia e Parasitologia Molecular do IOC, Ivanildo Pedro de Sousa Júnior, integrante da coordenação do evento.
“A participação dos palestrantes internacionais trouxe uma perspectiva global sobre as infecções do sistema nervoso central, com atualizações e experiências de diversas partes do mundo”, completou a membra da Comissão de Pós-graduação da Medicina Tropical e pesquisadora do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC, Patrícia de Sequeira. A pesquisadora, que também integrou a coordenação do evento, participa do grupo de pesquisa ‘Brain Infections Global’, vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde e Cuidados (NIHR, do Reino Unido), responsável pela realização do curso NeuroID anualmente.
Pós-doutorandos, alunos de doutorado e mestrado da Pós em Medicina Tropical participaram da organização do evento. Foto: Gutemberg BritoEstudantes do Programa de Medicina Tropical participaram da organização do curso e destacaram a importância dessa experiência na formação para a carreira acadêmica.
“Participar da organização desse curso foi um desafio incrível e enriquecedor, que só foi possível porque tivemos uma equipe de alunos muito dedicada. Além disso, o curso abriu portas para futuras colaborações, permitindo expandir redes de contatos e fortalecer a comunicação na comunidade científica", afirmou a pós-doutoranda Nathalia Alves.
“Esta foi uma das melhores e mais marcantes experiências acadêmicas que tive, pelo desafio de lidar com questões logísticas da organização do evento e oportunidade de ter contato direto com palestrantes de várias partes do Brasil e de outros países. Foi também uma imersão na língua inglesa dentro do Brasil, quase como um intercâmbio cultural", disse a doutoranda Anne Caroline Marcos.
“No meio acadêmico, a experiência na organização de eventos é um diferencial valioso para o currículo de qualquer candidato. O NeuroID foi ainda mais enriquecedor pela possibilidade de conhecer profissionais de referência, que contribuíram com seus conhecimentos e que poderão colaborar em futuras parcerias”, comentou o doutorando Andreon Silva, representante discente da Medicina Tropical.
Especialistas visitaram o Castelo Mourisco, no campus da Fiocruz, em Manguinhos. Foto: Gutemberg BritoA realização do curso NeuroID no Rio contou com financiamento da Universidade de Liverpool, além de recursos do IOC, da Pós-graduação em Medicina Tropical e do Programa de Excelência Acadêmica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Proex/Capes).
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)