A doença de Chagas atinge cerca de 14 a 16 milhões de pessoas em áreas endêmicas na América Latina, sendo que três milhões de infectados, aproximadamente, estão no Brasil.
A falta de informação sobre a doença é apontada como uma das causas para a alta incidência da infestação por triatomíneos. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) através de seus laboratórios realiza projetos educativos em várias regiões do país, por meio de parcerias com o Ministério da Saúde e os governos estaduais.
Nos últimos cinco anos, um grupo de pesquisadores do Laboratório de Transmissores de Leishmanioses realiza projetos educativos no Norte (Tocantins e Pará) e no sudeste (Rio de Janeiro) por meio de parcerias com as secretarias estaduais e municipais de saúde.
Mais de 1.500 pessoas já foram qualificadas, incluindo agentes de saúde, enfermeiros, médicos, biólogos, veterinários, professores e alunos de escolas públicas e privadas.
Palestra educativa ministrada por Jacenir Mallet em reassentamento no Tocantins. Foto: Catarina Macedo/IOCO projeto Olho vivo no barbeiro, desenvolvido no Laboratório de Transmissores de Leishmanioses do IOC pelas pesquisadoras Jacenir Mallet, Teresa Cristina Gonçalves e Catarina Macedo, é uma das iniciativas de sensibilização de membros das comunidades que vivem em áreas próximas de ocorrência de triatomíneos. Para isso, são proferidas palestras, visitas domiciliares, materiais educativos e até um mostruário do ciclo de vida do triatomíneo.
Ao mesmo tempo em que promovem a informação para prevenção da doença, as pesquisadoras vão a campo para conhecer a fauna de triatomíneos e os potenciais biológicos de adaptação ao peri e intradomícilio.
De acordo com Teresa Cristina, o desafio inicial foi produzir um material didático que respeitasse os saberes existentes em cada grupo a ser trabalhado por meio de uma seleção de conceitos científicos atualizados e inter-disciplinares; atividades de sensibilização, bem como a regionalização de conteúdos e de formas de comunicação e informação.
A primeira incursão da equipe no Tocantins foi em 2005, nos municípios de Peixe, São Salvador e Paranã (sudoeste do estado) para avaliar as alterações comportamentais da fauna de insetos envolvidos na transmissão de agentes patógenos aos homens e animais em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica de Peixe Angical - a iniciativa foi resultado do convênio firmado entre o IOC/FIOCRUZ e a empresa Enerpeixe S. A.
A partir deste período, foram realizadas viagens bimestrais às cidades com visita nas residências, onde foram apresentados exemplares dos barbeiros e transmitidas noções preventivas básicas para evitar a presença do inseto nas casas. A bióloga Jacenir lembra que apenas em uma residência foram encontrados cerca de 100 ovos de barbeiros no colchão de uma cama.
Pesquisadores do IOC fazem busca ativa em área da região tocantina. Foto: Catarina Macedo/IOCO projeto promoveu palestras educativas em escolas, associações de moradores, câmaras municipais, bem como nos assentamentos, com orientações sobre higiene, contenção dos vetores e de como proceder quando os insetos forem encontrados.
Cursos presenciais foram oferecidos no intuito de qualificar profissionais da saúde para trabalhos de campo em vigilância e diagnóstico entomológico e parasitológico.
As pesquisadoras atuaram na capacitação de laboratoristas sobre aspectos biológicos e ecológicos de triatomíneos, além de ministrar aulas teóricas e práticas no Núcleo de Entomologia da Secretaria de Saúde do Tocantins, incluindo aulas práticas no campo.
No Pará, as ações foram concentradas no município de Oriximiná, durante os anos de 2007 e 2008, com o treinamento de agentes de saúde, laboratoristas, incluindo os de comunidade indígena, como multiplicadores de informações para trabalhar em suas áreas de atuação.
“Capacitamos batedores de açaí cadastrados na secretaria de saúde do município e visitamos casas da comunidade local para ensinar como colaborar no combate ao vetor, diminuindo as possibilidades de infecção pelo barbeiro”, ressalta a pesquisadora Teresa Cristina.
Agentes de saúde capacitados pelo projeto Olho Vivo no Barbeiro para identificação de triatimíneos, na região norte do país. Foto: Catarina Macedo/IOCOs trabalhos foram concluídos em 2008, com resultados positivos apontados pelas respectivas secretarias de saúde do Tocantins e do Pará. Segundo os órgãos, houve um aumento significativo de notificações de presença de triatomíneo após a sensibilização.
Para Jacenir Mallet, a formação de profissionais da educação com conhecimento especializado em Chagas foi uma das maiores conquistas de todo este processo, “porque além de fornecer subsídios para que professores transmitam aos seus alunos informações básicas relativas à doença de Chagas, foi possível ampliar o horizonte destas crianças através da divulgação da ciência e do trabalho do cientista. E tudo com uma dinâmica prática, baseada no cotidiano dos alunos”, frisa a pesquisadora.
Com a aprovação do projeto no Programa Estratégico de Apoio a Pesquisa em Saúde da Fiocruz (PAPES V), será possível dar continuidade ao programa e atender os municípios de Combinado, Aurora do Tocantins e Lavandeira, durante o período de 2009 a 2010.
O projeto também foi contemplado no edital para doenças negligenciadas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) em 2008 e já iniciou a qualificação de agentes de saúde de municípios como municípios de Belford Roxo, Angra dos Reis, Tanguá, Rio Bonito, Cachoeiro de Macacu, Macaé, Conceição de Macabu, São Fidélis, Santa Maria Madalena, Campo dos Goytacazes, São Sebastião do Alto e São José de Ubá, por meio de parceria com o CEPA/ Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil-RJ, informa a pesquisadora Catarina Macedo.
A doença de Chagas atinge cerca de 14 a 16 milhões de pessoas em áreas endêmicas na América Latina, sendo que três milhões de infectados, aproximadamente, estão no Brasil.
A falta de informação sobre a doença é apontada como uma das causas para a alta incidência da infestação por triatomíneos. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) através de seus laboratórios realiza projetos educativos em várias regiões do país, por meio de parcerias com o Ministério da Saúde e os governos estaduais.
Nos últimos cinco anos, um grupo de pesquisadores do Laboratório de Transmissores de Leishmanioses realiza projetos educativos no Norte (Tocantins e Pará) e no sudeste (Rio de Janeiro) por meio de parcerias com as secretarias estaduais e municipais de saúde.
Mais de 1.500 pessoas já foram qualificadas, incluindo agentes de saúde, enfermeiros, médicos, biólogos, veterinários, professores e alunos de escolas públicas e privadas.
Palestra educativa ministrada por Jacenir Mallet em reassentamento no Tocantins. Foto: Catarina Macedo/IOCO projeto Olho vivo no barbeiro, desenvolvido no Laboratório de Transmissores de Leishmanioses do IOC pelas pesquisadoras Jacenir Mallet, Teresa Cristina Gonçalves e Catarina Macedo, é uma das iniciativas de sensibilização de membros das comunidades que vivem em áreas próximas de ocorrência de triatomíneos. Para isso, são proferidas palestras, visitas domiciliares, materiais educativos e até um mostruário do ciclo de vida do triatomíneo.
Ao mesmo tempo em que promovem a informação para prevenção da doença, as pesquisadoras vão a campo para conhecer a fauna de triatomíneos e os potenciais biológicos de adaptação ao peri e intradomícilio.
De acordo com Teresa Cristina, o desafio inicial foi produzir um material didático que respeitasse os saberes existentes em cada grupo a ser trabalhado por meio de uma seleção de conceitos científicos atualizados e inter-disciplinares; atividades de sensibilização, bem como a regionalização de conteúdos e de formas de comunicação e informação.
A primeira incursão da equipe no Tocantins foi em 2005, nos municípios de Peixe, São Salvador e Paranã (sudoeste do estado) para avaliar as alterações comportamentais da fauna de insetos envolvidos na transmissão de agentes patógenos aos homens e animais em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica de Peixe Angical - a iniciativa foi resultado do convênio firmado entre o IOC/FIOCRUZ e a empresa Enerpeixe S. A.
A partir deste período, foram realizadas viagens bimestrais às cidades com visita nas residências, onde foram apresentados exemplares dos barbeiros e transmitidas noções preventivas básicas para evitar a presença do inseto nas casas. A bióloga Jacenir lembra que apenas em uma residência foram encontrados cerca de 100 ovos de barbeiros no colchão de uma cama.
Pesquisadores do IOC fazem busca ativa em área da região tocantina. Foto: Catarina Macedo/IOCO projeto promoveu palestras educativas em escolas, associações de moradores, câmaras municipais, bem como nos assentamentos, com orientações sobre higiene, contenção dos vetores e de como proceder quando os insetos forem encontrados.
Cursos presenciais foram oferecidos no intuito de qualificar profissionais da saúde para trabalhos de campo em vigilância e diagnóstico entomológico e parasitológico.
As pesquisadoras atuaram na capacitação de laboratoristas sobre aspectos biológicos e ecológicos de triatomíneos, além de ministrar aulas teóricas e práticas no Núcleo de Entomologia da Secretaria de Saúde do Tocantins, incluindo aulas práticas no campo.
No Pará, as ações foram concentradas no município de Oriximiná, durante os anos de 2007 e 2008, com o treinamento de agentes de saúde, laboratoristas, incluindo os de comunidade indígena, como multiplicadores de informações para trabalhar em suas áreas de atuação.
“Capacitamos batedores de açaí cadastrados na secretaria de saúde do município e visitamos casas da comunidade local para ensinar como colaborar no combate ao vetor, diminuindo as possibilidades de infecção pelo barbeiro”, ressalta a pesquisadora Teresa Cristina.
Agentes de saúde capacitados pelo projeto Olho Vivo no Barbeiro para identificação de triatimíneos, na região norte do país. Foto: Catarina Macedo/IOCOs trabalhos foram concluídos em 2008, com resultados positivos apontados pelas respectivas secretarias de saúde do Tocantins e do Pará. Segundo os órgãos, houve um aumento significativo de notificações de presença de triatomíneo após a sensibilização.
Para Jacenir Mallet, a formação de profissionais da educação com conhecimento especializado em Chagas foi uma das maiores conquistas de todo este processo, “porque além de fornecer subsídios para que professores transmitam aos seus alunos informações básicas relativas à doença de Chagas, foi possível ampliar o horizonte destas crianças através da divulgação da ciência e do trabalho do cientista. E tudo com uma dinâmica prática, baseada no cotidiano dos alunos”, frisa a pesquisadora.
Com a aprovação do projeto no Programa Estratégico de Apoio a Pesquisa em Saúde da Fiocruz (PAPES V), será possível dar continuidade ao programa e atender os municípios de Combinado, Aurora do Tocantins e Lavandeira, durante o período de 2009 a 2010.
O projeto também foi contemplado no edital para doenças negligenciadas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) em 2008 e já iniciou a qualificação de agentes de saúde de municípios como municípios de Belford Roxo, Angra dos Reis, Tanguá, Rio Bonito, Cachoeiro de Macacu, Macaé, Conceição de Macabu, São Fidélis, Santa Maria Madalena, Campo dos Goytacazes, São Sebastião do Alto e São José de Ubá, por meio de parceria com o CEPA/ Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil-RJ, informa a pesquisadora Catarina Macedo.
Matéria de Pâmela Pinto
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)