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Empregabilidade, internacionalização e Inteligência Artificial

Tópicos estiveram no centro das atenções estudantis nos dias 11 e 12 de setembro
Por Kadu Cayres16/09/2024 - Atualizado em 17/09/2024

A programação do terceiro dia (11/9) de atividades da Semana da Pós-graduação do IOC 2024 foi marcada pelo retorno das tradicionais ‘Mesas científicas com docentes’, espaços onde cada um dos futuros mestres e doutores pôde discutir e tirar dúvidas sobre os projetos de pesquisa em desenvolvimento.

Coordenadas por docentes e pós-doutorandos dos Programas do Instituto, as mesas debateram temas como: Arte e Ciência; Educação e Saúde; Biociências; Divulgação Científica; Malacologia; Biofísica; Bioinformática; Biologia estrutural; Farmacologia; Genética; Genômica; Oncologia; Proteômica; Ecologia; e Neurociência.

As tradicionais 'Mesas científicas' foram coordenadas por docentes e pós-doutorandos dos Programas de Pós do IOC. Foto: Ricardo Schmidt

No mesmo dia, estudantes de mestrado e doutorado tiveram a oportunidade de apresentar, na Jornada Jovens Talentos, o andamento e os resultados de seus projetos de pesquisa, por meio de apresentações orais e pôster. Os melhores trabalhos foram anunciados durante o encerramento da Semana, na sexta-feira (13/09).

Já no penúltimo dia de atividades (12/9), temas caros e sensíveis para as pós-graduações foram o foco.

O painel ‘Empregabilidade/Inovação – espaço para empresas’, por exemplo, reuniu representantes de instituições, associações e ONGs para falar sobre as possibilidades de fomento e de mercado a serem explorados após a titulação de mestre e/ou doutor.

Painel reuniu representantes de instituições, associações e ONGs. Foto: Ricardo Schmidt

“A nossa Diretoria de Tecnologia busca criar alternativas para manter no país o(a) pós-graduado(a). Dentre as ações idealizadas para isso, temos o programa ‘Doutor Empreendedor: Transformando Conhecimento em Inovação’, iniciativa que já auxiliou a criação de mais de 60 startups de base científico-tecnológica, proporcionando alternativas a doutores que buscam oportunidades e bens e serviços inovadores para a sociedade”, comentou o representante da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Guilherme Santos.

Vanessa Silva da Silva, presidente executiva da Associação Nacional de Empresas de Biotecnologia e Ciências da Vida (Anbiotec), destacou que o propósito da entidade até 2027 é fortalecer a produção e inovação do mercado nacional e internacional e ampliar o abastecimento de soluções e inovações tecnológicas em biotecnologia, missão que representa uma possível oportunidade de trabalho para quem sai do universo acadêmico.

“Hoje, nós temos 69 empresas associadas e algumas delas já têm faturamento anual na faixa de bilhões de reais. Para se associar à Anbiotec é preciso ser uma empresa idônea e, em caso de start ups, é preciso comprovar a qual universidade ou instituição está vinculada”, explicou a executiva. 

‘Transformando conhecimento em inovação’ foi o tema da apresentação de Natali Emerick, gerente de articulações corporativas do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A gerente destacou que a UFRJ vê a 'extensão' como o impacto direto da inovação na sociedade. Foto: Ricardo Schmidt

Segundo ela, a tríade universitária ‘ensino, pesquisa e extensão’ está presente nas ações do Parque, sobretudo no que diz respeito ao terceiro eixo (extensão).

“Vemos a extensão como o impacto direto da inovação na sociedade. Sempre que somos procurados por alguma empresa, perguntamos quais são os desafios tecnológicos que ela enfrenta e quais competências na UFRJ podem resolver esses desafios. E é aí que vocês, pós-graduandos, entram”, ressaltou.

Participante do painel, a coordenadora da Plataforma de Apoio à Pesquisa e Inovação (PAPI/IOC), Aline Moraes, chamou atenção para as conquistas oriundas da Lei de Inovação. 

“A Lei de Inovação completou duas décadas este ano. Tudo o que vimos nestas apresentações vem dela e também do que a gente viveu na pandemia. A Covid-19 mostrou como precisamos investir em tecnologias inovadoras para não ficarmos à mercê do mercado internacional”, disse.

A palestra ‘A internacionalização na pós-graduação: muito além da mobilidade’, ministrada pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Braz da Silva, e pela coordenadora do Programa de Pós em Medicina Tropical, Vanessa Salete de Paula, abriu a programação do período da tarde. 

"Precisamos entender que internacionalização não é prêmio", declarou Paulo Henrique durante a palestra. Foto: Ricardo Schmidt

Durante a apresentação, Paulo e Vanessa pontuaram as dificuldades enfrentadas pelas respectivas instituições em relação à internacionalização, reforçaram a importância de uma política institucional voltada para o tema e elencaram as principais fontes de financiamento nacionais e internacionais.   

“A USP tem cerca de cem mil alunos e 40% são de pós-graduação. Se não existir uma política de internacionalização para esse quantitativo, a universidade não tem como sustentar. Precisamos entender que internacionalização não é prêmio. Ela deve fazer parte do projeto institucional e permear o percurso formativo de todos os estudantes”, declarou Paulo.

“Para a pós-graduação do IOC internacionalizar precisamos trabalhar em parceria, porque os editais surgem e, muitas vezes, não temos tempo hábil para elaborar e submeter os projetos que os programas têm”, alertou. 

A programação do quarto dia foi concluída com a mesa de discussão ‘Inteligência Artificial e a Integridade na Pesquisa Acadêmica’, comandada pelo pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rafael Cardoso Sampaio, e pela coordenadora da Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas do IOC, Ana Carolina Ramos Guimarães.

Rafael Cardoso ressaltou a falta de instrumentos regulatórios sobre o tema nas instituições de pesquisa. Foto: Ricardo Schmidt 

“Ao contrário do que muitos imaginam, a inteligência artificial não é algo tão atual. Esse campo de estudo foi originado na década de 1950. Nossos celulares, redes sociais digitais e outros dispositivos e aplicativos fazem uso de IA há bastante tempo, assim como a produção científica acadêmica”, sinalizou Ana Carolina.

Já Rafael chamou atenção para a ausência de materiais disponíveis em português a respeito do assunto.

“Parece haver um vácuo regulatório de instituições de pesquisa, pois professores, pesquisadores e editores parecem continuar à própria sorte, mesmo um ano após o lançamento do ChatGPT, por exemplo”, completou. 

Tópicos estiveram no centro das atenções estudantis nos dias 11 e 12 de setembro
Por: 
kadu

A programação do terceiro dia (11/9) de atividades da Semana da Pós-graduação do IOC 2024 foi marcada pelo retorno das tradicionais ‘Mesas científicas com docentes’, espaços onde cada um dos futuros mestres e doutores pôde discutir e tirar dúvidas sobre os projetos de pesquisa em desenvolvimento.

Coordenadas por docentes e pós-doutorandos dos Programas do Instituto, as mesas debateram temas como: Arte e Ciência; Educação e Saúde; Biociências; Divulgação Científica; Malacologia; Biofísica; Bioinformática; Biologia estrutural; Farmacologia; Genética; Genômica; Oncologia; Proteômica; Ecologia; e Neurociência.

As tradicionais 'Mesas científicas' foram coordenadas por docentes e pós-doutorandos dos Programas de Pós do IOC. Foto: Ricardo Schmidt

No mesmo dia, estudantes de mestrado e doutorado tiveram a oportunidade de apresentar, na Jornada Jovens Talentos, o andamento e os resultados de seus projetos de pesquisa, por meio de apresentações orais e pôster. Os melhores trabalhos foram anunciados durante o encerramento da Semana, na sexta-feira (13/09).

Já no penúltimo dia de atividades (12/9), temas caros e sensíveis para as pós-graduações foram o foco.

O painel ‘Empregabilidade/Inovação – espaço para empresas’, por exemplo, reuniu representantes de instituições, associações e ONGs para falar sobre as possibilidades de fomento e de mercado a serem explorados após a titulação de mestre e/ou doutor.

Painel reuniu representantes de instituições, associações e ONGs. Foto: Ricardo Schmidt

“A nossa Diretoria de Tecnologia busca criar alternativas para manter no país o(a) pós-graduado(a). Dentre as ações idealizadas para isso, temos o programa ‘Doutor Empreendedor: Transformando Conhecimento em Inovação’, iniciativa que já auxiliou a criação de mais de 60 startups de base científico-tecnológica, proporcionando alternativas a doutores que buscam oportunidades e bens e serviços inovadores para a sociedade”, comentou o representante da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Guilherme Santos.

Vanessa Silva da Silva, presidente executiva da Associação Nacional de Empresas de Biotecnologia e Ciências da Vida (Anbiotec), destacou que o propósito da entidade até 2027 é fortalecer a produção e inovação do mercado nacional e internacional e ampliar o abastecimento de soluções e inovações tecnológicas em biotecnologia, missão que representa uma possível oportunidade de trabalho para quem sai do universo acadêmico.

“Hoje, nós temos 69 empresas associadas e algumas delas já têm faturamento anual na faixa de bilhões de reais. Para se associar à Anbiotec é preciso ser uma empresa idônea e, em caso de start ups, é preciso comprovar a qual universidade ou instituição está vinculada”, explicou a executiva. 

‘Transformando conhecimento em inovação’ foi o tema da apresentação de Natali Emerick, gerente de articulações corporativas do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A gerente destacou que a UFRJ vê a 'extensão' como o impacto direto da inovação na sociedade. Foto: Ricardo Schmidt

Segundo ela, a tríade universitária ‘ensino, pesquisa e extensão’ está presente nas ações do Parque, sobretudo no que diz respeito ao terceiro eixo (extensão).

“Vemos a extensão como o impacto direto da inovação na sociedade. Sempre que somos procurados por alguma empresa, perguntamos quais são os desafios tecnológicos que ela enfrenta e quais competências na UFRJ podem resolver esses desafios. E é aí que vocês, pós-graduandos, entram”, ressaltou.

Participante do painel, a coordenadora da Plataforma de Apoio à Pesquisa e Inovação (PAPI/IOC), Aline Moraes, chamou atenção para as conquistas oriundas da Lei de Inovação. 

“A Lei de Inovação completou duas décadas este ano. Tudo o que vimos nestas apresentações vem dela e também do que a gente viveu na pandemia. A Covid-19 mostrou como precisamos investir em tecnologias inovadoras para não ficarmos à mercê do mercado internacional”, disse.

A palestra ‘A internacionalização na pós-graduação: muito além da mobilidade’, ministrada pelo pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Braz da Silva, e pela coordenadora do Programa de Pós em Medicina Tropical, Vanessa Salete de Paula, abriu a programação do período da tarde. 

"Precisamos entender que internacionalização não é prêmio", declarou Paulo Henrique durante a palestra. Foto: Ricardo Schmidt

Durante a apresentação, Paulo e Vanessa pontuaram as dificuldades enfrentadas pelas respectivas instituições em relação à internacionalização, reforçaram a importância de uma política institucional voltada para o tema e elencaram as principais fontes de financiamento nacionais e internacionais.   

“A USP tem cerca de cem mil alunos e 40% são de pós-graduação. Se não existir uma política de internacionalização para esse quantitativo, a universidade não tem como sustentar. Precisamos entender que internacionalização não é prêmio. Ela deve fazer parte do projeto institucional e permear o percurso formativo de todos os estudantes”, declarou Paulo.

“Para a pós-graduação do IOC internacionalizar precisamos trabalhar em parceria, porque os editais surgem e, muitas vezes, não temos tempo hábil para elaborar e submeter os projetos que os programas têm”, alertou. 

A programação do quarto dia foi concluída com a mesa de discussão ‘Inteligência Artificial e a Integridade na Pesquisa Acadêmica’, comandada pelo pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rafael Cardoso Sampaio, e pela coordenadora da Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas do IOC, Ana Carolina Ramos Guimarães.

Rafael Cardoso ressaltou a falta de instrumentos regulatórios sobre o tema nas instituições de pesquisa. Foto: Ricardo Schmidt 

“Ao contrário do que muitos imaginam, a inteligência artificial não é algo tão atual. Esse campo de estudo foi originado na década de 1950. Nossos celulares, redes sociais digitais e outros dispositivos e aplicativos fazem uso de IA há bastante tempo, assim como a produção científica acadêmica”, sinalizou Ana Carolina.

Já Rafael chamou atenção para a ausência de materiais disponíveis em português a respeito do assunto.

“Parece haver um vácuo regulatório de instituições de pesquisa, pois professores, pesquisadores e editores parecem continuar à própria sorte, mesmo um ano após o lançamento do ChatGPT, por exemplo”, completou. 

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)