Foi encerrado nesta sexta-feira, 30 de abril, o II Curso Internacional de Metodologia de Avaliação da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas. Fruto de parceria entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde (PNCD/MS) e a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), a capacitação reuniu profissionais de vários estados do Brasil, Paraguai e Argentina. A expansão e consolidação da rede de monitoramento brasileira, a possibilidade de disseminação dos procedimentos utilizados no monitoramento da resistência do Aedes aegypti para vetores de outras doenças e a formação de multiplicadores de outros países sulamericanos do Mercosul foram os principais objetivos do curso.
Renata Schama
Formatura do curso contou com representantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz e do Exército Brasileiro. Giovanini Coelho coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde falou sobre o caréter estratégico da iniciativa
A cerimônia oficial de encerramento contou com a presença do coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, da assessora Técnica do Programa Nacional de Controle da Dengue (SVS/MS), Ima Braga, da vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, Mariza Morgado, Coronel José Marcelo Rodrigues Ferreira, diretor do IBEx e da chefe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, Denise Valle, coordenadora do curso.
Segundo Denise Valle, o curso ajuda a consolidar ainda mais a rede brasileira de monitoramento e serve como fomentador fundamental para o desenvolvimento de iniciativa semelhante que integre a América do Sul no sentido de monitorar a resistência do A. aegypti a inseticidas. “Nosso objetivo foi potencializar a capacidade de análise dos participantes do curso e aumentar sua sensibilidade para interpretação dos dados sobre as populações monitoradas, de forma que atuem como fomentadores desse trabalho em suas regiões de origem”, declarou a pesquisadora.
Outra conquista importante do curso também foi lembrada pro Denise: a participação de profissionais ligados à prevenção de outra doenças. “Pela primeira vez o curso teve participantes ligados ao monitoramento da resistência de vetores da leishmaniose e da malária. Essas áreas também começam a organizar redes de monitoramento de resistência de seus insetos vetores e podem aprender muito com nossas experiência, o que pode melhorar muito a qualidade geral do monitoramento da resistência dos insetos vetores brasileiros a inseticidas”, avaliou. “Muitas vezes encontramos populações de A. aegypti resistentes a determinados inseticidas em regiões em que estes nunca foram empregados no combate à dengue. No entanto, provavelmente foram usado no combate a outros vetores. Esse cruzamento de dados é fundamental para aprimorar a vigilância da resistência dos insetos vetores no país.”
Renata Schama
O curso teve a participação de representantes de órgãos de saúde brasileiros dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso, Sergipe e Amapá, além de profissionais do Paraguai e de Argentina.
Mariza Morgado destacou a importância da união entre a pesquisa e a prestação de serviço de referência. “Todo bom laboratório de referência como esse é, primeiramente, um excelente laboratório de pesquisa, que gera conhecimento de impacto na saúde da população e alinhado com nossas necessidades”, afirmou. “Esse curso reflete a relevância do trabalho desenvolvido pelo IOC e pela rede nacional no monitoramento da resistência do mosquito, na produção de um conhecimento que agora por ser estendido para o Mercosul e para outras partes do mundo.”
Giovanini Coelho ressaltou o caráter estratégico da iniciativa. “A utilização de inseticidas faz parte de todas as estratégias de combate a vetores, em diversas partes do mundo. É essencial a produção e a integração de conhecimento a respeito da resistência desses insetos aos produtos utilizados, de forma a orientar os gestores públicos para a aplicação consciente e moderada dos inseticidas. O fortalecimento de redes de monitoramento é prioritário para dar suporte a decisões fundamentais para saúde pública brasileira”, afirmou o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde. “O Ministério da Saúde, em parceria com os governos dos outros países, está trabalhando na construção de um plano sulamericano de combate à dengue e o monitoramento da resistência do mosquito aos inseticidas foi um dos que destacamos como fundamentais para fazer parte dos objetivos. Por isso, nos próximos anos deveremos ter ainda mais alunos de nossos vizinhos participando do curso.”
Encerrando a cerimônia, Ima Braga citou alguns pontos destacados pelos alunos, apresentados em um documento coletivo preparado na conclusão do curso. “A necessidade da formação de mais entomologistas de campo, de integrar as informações sobre o uso de inseticidas e a necessidade de conscientizar os gestores em nível local, nos municípios, a utilizar inseticidas com responsabilidade foram alguns dos pontos abordados, todas questões relevantes para o controle dos insetos vetores no Brasil”, concluiu.
Sobre o curso
As aulas foram ministradas pela equipe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, referência nacional no monitoramento da resistência do A. aegypti, localizado no Instituto de Biologia do Exército (IBEx). O treinamento incluiu aulas práticas e teóricas sobre estratégias de monitoramento e verificação de resistência, biossegurança em insetários e bioensaios, realizados de acordo com a Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a inseticidas (MoReNAa), coordenada pelo laboratório. Participaram do curso representantes de órgãos de saúde brasileiros dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso, Sergipe e Amapá, além de profissionais do Paraguai e de Argentina. Em 2009, na primeira edição, a iniciativa capacitou 13 profissionais de sete países da América Latina.
Sobre a MoReNa
A Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a inseticidas (MoReNAa) integra o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), que promove vigilância integrada (epidemiológica, laboratorial, entomológica), combate ao vetor, capacita recursos humanos, presta assistência aos pacientes e desenvolve ações integradas de educação em saúde, comunicação e mobilização social.
Marcelo Garcia
20/04/10
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Foi encerrado nesta sexta-feira, 30 de abril, o II Curso Internacional de Metodologia de Avaliação da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas. Fruto de parceria entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde (PNCD/MS) e a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), a capacitação reuniu profissionais de vários estados do Brasil, Paraguai e Argentina. A expansão e consolidação da rede de monitoramento brasileira, a possibilidade de disseminação dos procedimentos utilizados no monitoramento da resistência do Aedes aegypti para vetores de outras doenças e a formação de multiplicadores de outros países sulamericanos do Mercosul foram os principais objetivos do curso.
Renata Schama
Formatura do curso contou com representantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz e do Exército Brasileiro. Giovanini Coelho coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde falou sobre o caréter estratégico da iniciativa
A cerimônia oficial de encerramento contou com a presença do coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, da assessora Técnica do Programa Nacional de Controle da Dengue (SVS/MS), Ima Braga, da vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, Mariza Morgado, Coronel José Marcelo Rodrigues Ferreira, diretor do IBEx e da chefe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, Denise Valle, coordenadora do curso.
Segundo Denise Valle, o curso ajuda a consolidar ainda mais a rede brasileira de monitoramento e serve como fomentador fundamental para o desenvolvimento de iniciativa semelhante que integre a América do Sul no sentido de monitorar a resistência do A. aegypti a inseticidas. “Nosso objetivo foi potencializar a capacidade de análise dos participantes do curso e aumentar sua sensibilidade para interpretação dos dados sobre as populações monitoradas, de forma que atuem como fomentadores desse trabalho em suas regiões de origem”, declarou a pesquisadora.
Outra conquista importante do curso também foi lembrada pro Denise: a participação de profissionais ligados à prevenção de outra doenças. “Pela primeira vez o curso teve participantes ligados ao monitoramento da resistência de vetores da leishmaniose e da malária. Essas áreas também começam a organizar redes de monitoramento de resistência de seus insetos vetores e podem aprender muito com nossas experiência, o que pode melhorar muito a qualidade geral do monitoramento da resistência dos insetos vetores brasileiros a inseticidas”, avaliou. “Muitas vezes encontramos populações de A. aegypti resistentes a determinados inseticidas em regiões em que estes nunca foram empregados no combate à dengue. No entanto, provavelmente foram usado no combate a outros vetores. Esse cruzamento de dados é fundamental para aprimorar a vigilância da resistência dos insetos vetores no país.”
Renata Schama
O curso teve a participação de representantes de órgãos de saúde brasileiros dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso, Sergipe e Amapá, além de profissionais do Paraguai e de Argentina.
Mariza Morgado destacou a importância da união entre a pesquisa e a prestação de serviço de referência. “Todo bom laboratório de referência como esse é, primeiramente, um excelente laboratório de pesquisa, que gera conhecimento de impacto na saúde da população e alinhado com nossas necessidades”, afirmou. “Esse curso reflete a relevância do trabalho desenvolvido pelo IOC e pela rede nacional no monitoramento da resistência do mosquito, na produção de um conhecimento que agora por ser estendido para o Mercosul e para outras partes do mundo.”
Giovanini Coelho ressaltou o caráter estratégico da iniciativa. “A utilização de inseticidas faz parte de todas as estratégias de combate a vetores, em diversas partes do mundo. É essencial a produção e a integração de conhecimento a respeito da resistência desses insetos aos produtos utilizados, de forma a orientar os gestores públicos para a aplicação consciente e moderada dos inseticidas. O fortalecimento de redes de monitoramento é prioritário para dar suporte a decisões fundamentais para saúde pública brasileira”, afirmou o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde. “O Ministério da Saúde, em parceria com os governos dos outros países, está trabalhando na construção de um plano sulamericano de combate à dengue e o monitoramento da resistência do mosquito aos inseticidas foi um dos que destacamos como fundamentais para fazer parte dos objetivos. Por isso, nos próximos anos deveremos ter ainda mais alunos de nossos vizinhos participando do curso.”
Encerrando a cerimônia, Ima Braga citou alguns pontos destacados pelos alunos, apresentados em um documento coletivo preparado na conclusão do curso. “A necessidade da formação de mais entomologistas de campo, de integrar as informações sobre o uso de inseticidas e a necessidade de conscientizar os gestores em nível local, nos municípios, a utilizar inseticidas com responsabilidade foram alguns dos pontos abordados, todas questões relevantes para o controle dos insetos vetores no Brasil”, concluiu.
Sobre o curso
As aulas foram ministradas pela equipe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, referência nacional no monitoramento da resistência do A. aegypti, localizado no Instituto de Biologia do Exército (IBEx). O treinamento incluiu aulas práticas e teóricas sobre estratégias de monitoramento e verificação de resistência, biossegurança em insetários e bioensaios, realizados de acordo com a Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a inseticidas (MoReNAa), coordenada pelo laboratório. Participaram do curso representantes de órgãos de saúde brasileiros dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso, Sergipe e Amapá, além de profissionais do Paraguai e de Argentina. Em 2009, na primeira edição, a iniciativa capacitou 13 profissionais de sete países da América Latina.
Sobre a MoReNa
A Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a inseticidas (MoReNAa) integra o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), que promove vigilância integrada (epidemiológica, laboratorial, entomológica), combate ao vetor, capacita recursos humanos, presta assistência aos pacientes e desenvolve ações integradas de educação em saúde, comunicação e mobilização social.
Marcelo Garcia
20/04/10
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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)