:: Acesse a cobertura especial da Semana de Pós-graduação
O terceiro dia de atividades da Semana da Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi dedicado à discussão dos desafios, perspectivas e anseios no âmbito do Ensino no Instituto. Estudantes, docentes e pesquisadores conduziram uma sabatina com a participação dos coordenadores dos sete Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC: Tania Araújo-Jorge (Ensino em Biociências e Saúde), Leila Mendonça (Biologia Celular e Molecular), Rafael Freitas (Biologia Parasitária), Ernesto Caffarena, coordenador adjunto, representando a coordenadora Ana Carolina Ramos Guimarães (Biologia Computacional e Sistemas), Martha Mutis (Medicina Tropical), Margareth Queiroz, coordenadora adjunta, representando o coordenador Cléber Galvão (Biodiversidade e Saúde), e Fernando Genta (Vigilância e Controle de Vetores). Confira aqui a programação do evento, que termina nesta sexta-feira (14/09).
No encontro, foram contemplados diversos assuntos, incluindo a inserção de novos doutores no mercado de trabalho, o estímulo às atividades que potencializam a internacionalização dos Programas, a busca pela excelência e a atenção à saúde mental dos estudantes. “Conhecer melhor as demandas dos alunos, assim como nossos pontos fortes e dificuldades, é primordial para o planejamento de ações que vão ajudar a construir um Instituto melhor no contexto do Ensino. Para isso, o diálogo deve ser amplo e franco. A diretoria do IOC está de portas abertas sempre”, destacou o vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Marcelo Alves Pinto.
Coordenadores dos sete Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC participaram da mesa-redonda realizada no terceiro dia das atividades. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzEntre os coordenadores, ficou destacada a percepção da importância da atividade para a integração entre os diferentes Programas de Pós-graduação. “A troca de informação entre os coordenadores tende a gerar melhorias na qualidade da formação do aluno. Essa mesa de discussão abre a possibilidade de incorporarmos na Biologia Parasitária, por exemplo, práticas que dão certo em nossos outros Programas. É uma inspiração para tentar fazer coisas diferentes”, ressaltou Rafael Freitas. “O encontro é uma oportunidade única para que os alunos conversem com todos os coordenadores em conjunto. O resultado disso é que eles passam a ter uma visão mais ampla da pós-graduação, para além dos programas dos quais fazem parte”, complementou Leila Mendonça. “Encontramos dificuldades em promover a interação dos alunos da Pós em Vigilância e Controle de Vetores com os demais estudantes e a participação em eventos que fazem parte da vida acadêmica do IOC. Nossos alunos possuem moradia em outros estados e precisam cumprir horários de trabalho. É preciso planejar eventos que possam agregar esses alunos, bem como estudantes da Pós-graduação Lato sensu”, apontou Genta.
Ficou a cargo da pesquisadora Tania Araújo-Jorge apresentar aspectos que afetam de forma comum a todos os Programas de Pós-graduação do Instituto. O conceito de excelência junto ao Sistema Nacional de Pós-graduação (SNPG) foi um dos temas discutidos. Dos 4.175 programas submetidos à mais recente Avaliação Quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), cerca de 10% receberam os conceitos 6 e 7, que indicam desempenho equivalente a padrões internacionais de excelência. Os seis programas do IOC que participaram da análise, referente ao período 2013-2016, tiveram suas notas elevadas ou mantidas com pontuação máxima. Entre os desafios para a manutenção da excelência, Tania destacou a importância da busca por recursos financeiros, a vigilância permanente em relação à infraestrutura física, a cooperação e articulação de redes temáticas e o estímulo à participação de estudantes e docentes nas discussões de políticas públicas de Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação.
Fator de preocupação de estudantes, docentes e pesquisadores, a inserção no mercado de trabalho por recém-doutores também foi destaque das discussões. O receio é compartilhado pela estudante de mestrado Júlia Guimarães Barcellos de Abreu, da Pós-graduação em Biologia Parasitária. “Os alunos do IOC contam como uma formação de excelência, mas o destino dos profissionais formados é incerto. Muitos não são absorvidos pelo mercado de trabalho, devido às diversas questões enfrentadas pelo país. É fundamental que se discuta o assunto para a formulação de propostas de melhorias tanto no que diz respeito à formação como nas políticas que envolvem a pós-graduação”, destacou Júlia, que atua no Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC e participa do evento pela primeira vez. “Essa mesa-redonda, que reúne diferentes profissionais para discutir e talvez até formular novas redes de colaboração, é uma experiência de grande valia. Também acredito que é muito importante agregar a sociedade a esse conjunto acadêmico”, destacou o doutorando Rafael Ferreira Soares, da Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas.
Para a estudante de mestrado Júlia Guimarães Barcellos de Abreu, da Pós-graduação em Biologia Parasitária, a inserção no mercado de trabalho é uma preocupação. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzExperimentos em laboratório, publicação de artigos científicos, participação em congressos, seminários e apresentações de trabalho são apenas algumas das diversas atividades dos cursos de mestrado e doutorado. Essa sobrecarga de trabalho pode impactar negativamente a saúde mental dos alunos. “A Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas é relativamente pequena em relação ao número de discentes. Isso nos permite realizar um acompanhamento individual dos alunos. Além disso, este é mais um espaço de comunicação entre os alunos e a coordenação. É um momento rico para que sejam abordadas questões que possam causar angústia nos alunos”, ressaltou Ernesto Caffarena.
O doutorando Rafael Ferreira Soares, da Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas, destacou a importância da integração entre a pós-graduação e a sociedade. Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz
O encontro abriu espaço, ainda, para a discussão acerca da necessidade de incentivo à internacionalização do Ensino. A pesquisadora Martha Mutis destacou a importância da formação de redes de colaboração nacionais e internacionais e lembrou a parceria entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS), no contexto do Programa de Cooperação Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde. A iniciativa, que conta com a participação ativa do IOC, já soma a formação de mais de 40 mestres ao longo de nove anos de parceria. Dentre as recentes cooperações internacionais firmadas pelo Ensino do Instituto, podem ser destacadas as parcerias com a Universidade do Texas Medical Branch (UTMB), dos Estados Unidos, e com a Universidade de Glasgow, na Escócia. Atualmente, cerca de 25 estudantes estrangeiros compõem o quadro de discentes de cinco dos sete Programas do Instituto. Entre os países de origem estão: Paquistão, Moçambique, Escócia, Portugal, Colômbia, Equador, Cuba, Haiti, Argentina, Peru e Paraguai.
O pesquisador Rafael Freitas ressaltou a importância da disponibilização de conteúdos em inglês e espanhol dos sites dos cursos de Pós-graduação Stricto sensu. Desde 2016, páginas sobre o histórico dos Programas, áreas de concentração, linhas de pesquisa e informações sobre o ingresso no mestrado e doutorado podem ser acessadas em versão trilíngue. A iniciativa tem por objetivo expandir o acesso e o ingresso de candidatos estrangeiros. O estímulo ao intercâmbio e à participação em eventos internacionais e a realização de cursos e disciplinas por professores estrangeiros também são alguns dos passos dados rumo à internacionalização do Ensino.
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O terceiro dia de atividades da Semana da Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi dedicado à discussão dos desafios, perspectivas e anseios no âmbito do Ensino no Instituto. Estudantes, docentes e pesquisadores conduziram uma sabatina com a participação dos coordenadores dos sete Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC: Tania Araújo-Jorge (Ensino em Biociências e Saúde), Leila Mendonça (Biologia Celular e Molecular), Rafael Freitas (Biologia Parasitária), Ernesto Caffarena, coordenador adjunto, representando a coordenadora Ana Carolina Ramos Guimarães (Biologia Computacional e Sistemas), Martha Mutis (Medicina Tropical), Margareth Queiroz, coordenadora adjunta, representando o coordenador Cléber Galvão (Biodiversidade e Saúde), e Fernando Genta (Vigilância e Controle de Vetores). Confira aqui a programação do evento, que termina nesta sexta-feira (14/09).
No encontro, foram contemplados diversos assuntos, incluindo a inserção de novos doutores no mercado de trabalho, o estímulo às atividades que potencializam a internacionalização dos Programas, a busca pela excelência e a atenção à saúde mental dos estudantes. “Conhecer melhor as demandas dos alunos, assim como nossos pontos fortes e dificuldades, é primordial para o planejamento de ações que vão ajudar a construir um Instituto melhor no contexto do Ensino. Para isso, o diálogo deve ser amplo e franco. A diretoria do IOC está de portas abertas sempre”, destacou o vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Marcelo Alves Pinto.
Coordenadores dos sete Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC participaram da mesa-redonda realizada no terceiro dia das atividades. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzEntre os coordenadores, ficou destacada a percepção da importância da atividade para a integração entre os diferentes Programas de Pós-graduação. “A troca de informação entre os coordenadores tende a gerar melhorias na qualidade da formação do aluno. Essa mesa de discussão abre a possibilidade de incorporarmos na Biologia Parasitária, por exemplo, práticas que dão certo em nossos outros Programas. É uma inspiração para tentar fazer coisas diferentes”, ressaltou Rafael Freitas. “O encontro é uma oportunidade única para que os alunos conversem com todos os coordenadores em conjunto. O resultado disso é que eles passam a ter uma visão mais ampla da pós-graduação, para além dos programas dos quais fazem parte”, complementou Leila Mendonça. “Encontramos dificuldades em promover a interação dos alunos da Pós em Vigilância e Controle de Vetores com os demais estudantes e a participação em eventos que fazem parte da vida acadêmica do IOC. Nossos alunos possuem moradia em outros estados e precisam cumprir horários de trabalho. É preciso planejar eventos que possam agregar esses alunos, bem como estudantes da Pós-graduação Lato sensu”, apontou Genta.
Ficou a cargo da pesquisadora Tania Araújo-Jorge apresentar aspectos que afetam de forma comum a todos os Programas de Pós-graduação do Instituto. O conceito de excelência junto ao Sistema Nacional de Pós-graduação (SNPG) foi um dos temas discutidos. Dos 4.175 programas submetidos à mais recente Avaliação Quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), cerca de 10% receberam os conceitos 6 e 7, que indicam desempenho equivalente a padrões internacionais de excelência. Os seis programas do IOC que participaram da análise, referente ao período 2013-2016, tiveram suas notas elevadas ou mantidas com pontuação máxima. Entre os desafios para a manutenção da excelência, Tania destacou a importância da busca por recursos financeiros, a vigilância permanente em relação à infraestrutura física, a cooperação e articulação de redes temáticas e o estímulo à participação de estudantes e docentes nas discussões de políticas públicas de Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação.
Fator de preocupação de estudantes, docentes e pesquisadores, a inserção no mercado de trabalho por recém-doutores também foi destaque das discussões. O receio é compartilhado pela estudante de mestrado Júlia Guimarães Barcellos de Abreu, da Pós-graduação em Biologia Parasitária. “Os alunos do IOC contam como uma formação de excelência, mas o destino dos profissionais formados é incerto. Muitos não são absorvidos pelo mercado de trabalho, devido às diversas questões enfrentadas pelo país. É fundamental que se discuta o assunto para a formulação de propostas de melhorias tanto no que diz respeito à formação como nas políticas que envolvem a pós-graduação”, destacou Júlia, que atua no Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC e participa do evento pela primeira vez. “Essa mesa-redonda, que reúne diferentes profissionais para discutir e talvez até formular novas redes de colaboração, é uma experiência de grande valia. Também acredito que é muito importante agregar a sociedade a esse conjunto acadêmico”, destacou o doutorando Rafael Ferreira Soares, da Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas.
Para a estudante de mestrado Júlia Guimarães Barcellos de Abreu, da Pós-graduação em Biologia Parasitária, a inserção no mercado de trabalho é uma preocupação. Foto: Gutemberg Brito/IOC/FiocruzExperimentos em laboratório, publicação de artigos científicos, participação em congressos, seminários e apresentações de trabalho são apenas algumas das diversas atividades dos cursos de mestrado e doutorado. Essa sobrecarga de trabalho pode impactar negativamente a saúde mental dos alunos. “A Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas é relativamente pequena em relação ao número de discentes. Isso nos permite realizar um acompanhamento individual dos alunos. Além disso, este é mais um espaço de comunicação entre os alunos e a coordenação. É um momento rico para que sejam abordadas questões que possam causar angústia nos alunos”, ressaltou Ernesto Caffarena.
O doutorando Rafael Ferreira Soares, da Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas, destacou a importância da integração entre a pós-graduação e a sociedade. Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz
O encontro abriu espaço, ainda, para a discussão acerca da necessidade de incentivo à internacionalização do Ensino. A pesquisadora Martha Mutis destacou a importância da formação de redes de colaboração nacionais e internacionais e lembrou a parceria entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS), no contexto do Programa de Cooperação Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde. A iniciativa, que conta com a participação ativa do IOC, já soma a formação de mais de 40 mestres ao longo de nove anos de parceria. Dentre as recentes cooperações internacionais firmadas pelo Ensino do Instituto, podem ser destacadas as parcerias com a Universidade do Texas Medical Branch (UTMB), dos Estados Unidos, e com a Universidade de Glasgow, na Escócia. Atualmente, cerca de 25 estudantes estrangeiros compõem o quadro de discentes de cinco dos sete Programas do Instituto. Entre os países de origem estão: Paquistão, Moçambique, Escócia, Portugal, Colômbia, Equador, Cuba, Haiti, Argentina, Peru e Paraguai.
O pesquisador Rafael Freitas ressaltou a importância da disponibilização de conteúdos em inglês e espanhol dos sites dos cursos de Pós-graduação Stricto sensu. Desde 2016, páginas sobre o histórico dos Programas, áreas de concentração, linhas de pesquisa e informações sobre o ingresso no mestrado e doutorado podem ser acessadas em versão trilíngue. A iniciativa tem por objetivo expandir o acesso e o ingresso de candidatos estrangeiros. O estímulo ao intercâmbio e à participação em eventos internacionais e a realização de cursos e disciplinas por professores estrangeiros também são alguns dos passos dados rumo à internacionalização do Ensino.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)