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Estudo analisa expansão do vírus Oropouche fora da Amazônia

Artigo aponta que casos foram mais frequentes em cidades pequenas e naquelas com maior área de plantação de banana
Por Maíra Menezes e informações de Fiocruz Paraná06/12/2024 - Atualizado em 30/12/2024

Um artigo com participação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) analisa a expansão do vírus Oropouche para regiões do Brasil fora da Amazônia. 

Publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, o estudo aborda características genéticas do vírus e fatores ecológicos que impulsionaram a sua disseminação em 2024. 

O estudo foi liderado pelo Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná) e teve participação do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC.  

Também colaboraram com a pesquisa: Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia); Instituto Aggeu Magalhaes (Fiocruz Pernambuco); Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) de Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Pernambuco; Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa/PR); e Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS). 

Transmitido pela picada do inseto Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito pólvora, o vírus Oropouche tinha um histórico de surtos restritos ao bioma amazônico.  

Porém, após uma grande epidemia na Amazônia entre 2023 e 2024, surtos passaram a ser relatados em todo o Brasil e em outros países da América Latina. 

O estudo recém-publicado confirmou que a nova linhagem recombinante do vírus Oropouche, que foi identificada em estudo liderado por IOC e ILMD e causou a epidemia na Amazônia entre 2023 e 2024, se espalhou para outras regiões do país no início deste ano. 

A análise aponta que, fora da região amazônica, as cidades menores enfrentaram surtos mais intensos. A incidência da doença foi cerca de quatro vezes maior nas cidades com menos de 50 mil habitantes em comparação grandes centros urbanos, com mais de 200 mil habitantes.  

Foi observada ainda associação entre maior número de casos de Oropouche e maior área de plantação de banana nas cidades, o que cria um ambiente propício para proliferação do vetor da doença. 

A análise genômica apontou múltiplos eventos de dispersão da nova linhagem do vírus Oropouche da Amazônia para outras regiões do país, com a estimativa de que as introduções aconteceram de 50 a 100 dias antes da detecção dos surtos em cada estado. 

Os pesquisadores também notaram que o vírus vem adquirindo novas mutações, tanto dentro quanto fora da região amazônica, cujo impacto biológico ainda precisa ser investigado.   

De acordo com os autores, as descobertas são importantes para compreender a disseminação geográfica sem precedentes do vírus Oropouche e guiar políticas públicas de controle do patógeno.  

Os cientistas reforçam ainda que é fundamental manter a vigilância genômica para acompanhar a dinâmica da doença fora da região amazônica.  

Artigo: Gräf, T., Delatorre, E., do Nascimento Ferreira, C., et al. Expansion of Oropouche virus in non-endemic Brazilian regions: analysis of genomic characterisation and ecological drivers. The Lancet Infectious Diseases. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(24)00687-X

*Foto de capa: Efraimstochter/Pixabay

Artigo aponta que casos foram mais frequentes em cidades pequenas e naquelas com maior área de plantação de banana
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por (outros): 
informações de Fiocruz Paraná

Um artigo com participação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) analisa a expansão do vírus Oropouche para regiões do Brasil fora da Amazônia. 

Publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, o estudo aborda características genéticas do vírus e fatores ecológicos que impulsionaram a sua disseminação em 2024. 

O estudo foi liderado pelo Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná) e teve participação do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC.  

Também colaboraram com a pesquisa: Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia); Instituto Aggeu Magalhaes (Fiocruz Pernambuco); Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) de Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Pernambuco; Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa/PR); e Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS). 

Transmitido pela picada do inseto Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito pólvora, o vírus Oropouche tinha um histórico de surtos restritos ao bioma amazônico.  

Porém, após uma grande epidemia na Amazônia entre 2023 e 2024, surtos passaram a ser relatados em todo o Brasil e em outros países da América Latina. 

O estudo recém-publicado confirmou que a nova linhagem recombinante do vírus Oropouche, que foi identificada em estudo liderado por IOC e ILMD e causou a epidemia na Amazônia entre 2023 e 2024, se espalhou para outras regiões do país no início deste ano. 

A análise aponta que, fora da região amazônica, as cidades menores enfrentaram surtos mais intensos. A incidência da doença foi cerca de quatro vezes maior nas cidades com menos de 50 mil habitantes em comparação grandes centros urbanos, com mais de 200 mil habitantes.  

Foi observada ainda associação entre maior número de casos de Oropouche e maior área de plantação de banana nas cidades, o que cria um ambiente propício para proliferação do vetor da doença. 

A análise genômica apontou múltiplos eventos de dispersão da nova linhagem do vírus Oropouche da Amazônia para outras regiões do país, com a estimativa de que as introduções aconteceram de 50 a 100 dias antes da detecção dos surtos em cada estado. 

Os pesquisadores também notaram que o vírus vem adquirindo novas mutações, tanto dentro quanto fora da região amazônica, cujo impacto biológico ainda precisa ser investigado.   

De acordo com os autores, as descobertas são importantes para compreender a disseminação geográfica sem precedentes do vírus Oropouche e guiar políticas públicas de controle do patógeno.  

Os cientistas reforçam ainda que é fundamental manter a vigilância genômica para acompanhar a dinâmica da doença fora da região amazônica.  

Artigo: Gräf, T., Delatorre, E., do Nascimento Ferreira, C., et al. Expansion of Oropouche virus in non-endemic Brazilian regions: analysis of genomic characterisation and ecological drivers. The Lancet Infectious Diseases. 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(24)00687-X

*Foto de capa: Efraimstochter/Pixabay

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)