Referência Nacional para Rickettsioses, o Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi premiado durante a 14ª edição do Congresso Internacional de Doenças Infecciosas, realizado no último mês de março, nos Estados Unidos. O trabalho contemplado relata a identificação da causa do óbito de William Charles Erasmus, sul-africano de 53 anos, morto em novembro de 2008 no Rio de Janeiro com um quadro de febre hemorrágica. O caso teve grande repercussão, já que envolveu suspeita de infecção por arenavírus (vírus transmitido pela urina ou fezes de roedores contaminados, que provoca febre alta, calafrios, cansaço, vermelhidão no corpo e sangramento). O resultado da investigação indicou febre maculosa – doença causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e transmitida por carrapatos – como causa da morte. Recentemente, o Laboratório também recebeu menção honrosa no XLVI Congresso de Medicina Tropical (MedTrop 2010), com trabalho desenvolvido com base no banco de dados do laboratório, fundamental para a vigilância de doenças causadas por rickettsioses no Brasil.
Gutemberg Brito
Os prêmios reforçam a importância da pesquisa e da vigilância na área
“Além do reconhecimento ao trabalho desenvolvido, os prêmios são importantes porque reforçam a importância da pesquisa e da vigilância na área e chamam atenção para o fato de que a informação é essencial para a prevenção dessas doenças negligenciadas”, ressalta a pesquisadora Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC, que conduziu a investigação. Segundo a pesquisadora, a febre maculosa é um problema em todo o mundo. “Ainda este ano, milhares de pessoas estarão na África do Sul para acompanhar a Copa do Mundo. É imprescindível que as empresas de turismo, sob a coordenação do Ministério da Saúde, apresentem programas de orientação e medidas que possam reduzir a ocorrência de doenças como rickettsioses, em especial a febre maculosa, cuja importância e frequência como doença do viajante nas últimas décadas em turistas que retornam da África do Sul têm superado as doenças infecciosas como dengue e febre tifóide”, alerta a pesquisadora.
Gutemberg Brito
O trabalho desenvolvido com base no banco de dados do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC também foi premiado
Renata Fontoura
16/04/10
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Referência Nacional para Rickettsioses, o Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi premiado durante a 14ª edição do Congresso Internacional de Doenças Infecciosas, realizado no último mês de março, nos Estados Unidos. O trabalho contemplado relata a identificação da causa do óbito de William Charles Erasmus, sul-africano de 53 anos, morto em novembro de 2008 no Rio de Janeiro com um quadro de febre hemorrágica. O caso teve grande repercussão, já que envolveu suspeita de infecção por arenavírus (vírus transmitido pela urina ou fezes de roedores contaminados, que provoca febre alta, calafrios, cansaço, vermelhidão no corpo e sangramento). O resultado da investigação indicou febre maculosa – doença causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e transmitida por carrapatos – como causa da morte. Recentemente, o Laboratório também recebeu menção honrosa no XLVI Congresso de Medicina Tropical (MedTrop 2010), com trabalho desenvolvido com base no banco de dados do laboratório, fundamental para a vigilância de doenças causadas por rickettsioses no Brasil.
Gutemberg Brito
Os prêmios reforçam a importância da pesquisa e da vigilância na área
“Além do reconhecimento ao trabalho desenvolvido, os prêmios são importantes porque reforçam a importância da pesquisa e da vigilância na área e chamam atenção para o fato de que a informação é essencial para a prevenção dessas doenças negligenciadas”, ressalta a pesquisadora Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC, que conduziu a investigação. Segundo a pesquisadora, a febre maculosa é um problema em todo o mundo. “Ainda este ano, milhares de pessoas estarão na África do Sul para acompanhar a Copa do Mundo. É imprescindível que as empresas de turismo, sob a coordenação do Ministério da Saúde, apresentem programas de orientação e medidas que possam reduzir a ocorrência de doenças como rickettsioses, em especial a febre maculosa, cuja importância e frequência como doença do viajante nas últimas décadas em turistas que retornam da África do Sul têm superado as doenças infecciosas como dengue e febre tifóide”, alerta a pesquisadora.
Gutemberg Brito
O trabalho desenvolvido com base no banco de dados do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC também foi premiado
Doença infecciosa febril aguda, a febre maculosa pode causar desde formas assintomáticas até formas graves, com elevada taxa de letalidade, e é transmitida ao homem exclusivamente pelo carrapato infectado. No Brasil, o principal reservatório da Rickettsia rickettsii é o carrapato da espécie Amblyomma cajennense, conhecido como carrapato-estrela. Não há risco de transmissão pessoa a pessoa. Para que a infecção ocorra, o carrapato precisa ficar aderido à pele por algumas horas (de 4 a 6 horas). A transmissão da bactéria também pode ocorrer no momento do esmagamento do carrapato, se houver lesões na pele. Os carrapatos permanecem infectados durante toda a vida, que em geral dura 18 meses. No Brasil, o primeiro caso foi identificado em 1929. De 1997 a 2008, foram registrados 641 casos confirmados no país. Em 2007 e 2008, houve 136 casos, sobretudo em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Nestes dois últimos anos, o Rio de Janeiro registrou 17 casos.
Renata Fontoura
16/04/10
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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)